“…eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”
1 de julho de 2022Festa de São Pedro e São Paulo.
3 de julho de 20222 de julho de 2022 – Sábado da 13ª Semana do Tempo Comum
Evangelho de Mt 9,14-17 –
“Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles?” (Mt 9,15).
Chegamos ao final da 13ª Semana do Tempo Comum. Neste sábado, iniciemos nossa Leitura Orante respirando conscientemente, agradecendo a Deus por mais um dia, acolhendo a Ruah Divina e entregando-lhe tudo o que temos e somos.
Nossa Leitura Orante, nosso encontro com a Palavra se dará a partir do texto de Mt 9,14-17.
1. Leitura – O que o texto diz?
A Leitura Orante nos conduz ao fascinante mundo da amizade com Jesus. E a leitura é a porta para esse mundo. A partir da leitura conhecemos e damo-nos a conhecer, porque o processo de compreensão e interpretação dos textos bíblicos passa por nossa subjetividade e revela, não apenas o sentido do texto bíblico, mas a nós próprios/as.
Façamos uma leitura atenta de Mt 9,14-17.
Continuamos a leitura do capítulo 9 do Evangelho segundo Mateus. No versículo 14, novas personagens entram em cena: os discípulos de João. E, como no texto do evangelho que refletimos ontem, as práticas alimentares de Jesus mais uma vez levantam questionamentos. Os discípulos de João aproximaram-se de Jesus (não dos discípulos, como fizeram os fariseus) e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?”
Jesus não oferece uma resposta pronta nem um manual de instruções sobre o jejum. Respondeu com pergunta seguida por um prenúncio e por uma série de ensinamentos permeados por imagens, dos quais seus ouvintes deveriam extrair uma lição. Também nós chegamos a esse texto com perguntas, acerca de Jesus e de sua vida, e com uma estrada desconhecida à frente, buscando uma palavra ou ensinamento que seja luz para o nosso caminhar.
Como compreendemos as palavras de Jesus? Como imaginamos que os discípulos de João compreenderam o prenúncio dos acontecimentos dos dias vindouros? Como compreenderam o ensinamento de Jesus a partir de imagens tão conhecidas de seus contemporâneos: pano novo em roupa velha, vinho novo em odres velhos? Que significa as palavras “ vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam”?
2. Meditação – O que o texto me diz?
A Leitura Orante é uma proposta de leitura bíblica que gera um estilo de vida, uma nova maneira de amar e de servir em sintonia com o coração de Deus. A meditação é um momento de discernimento a partir dos elementos oferecidos pela explosão de curiosidade e criatividade experimentadas no passo anterior.
Cabe aqui a pergunta: o que o texto de Mt 9,14-17 me diz? E ainda:
- Que perguntas tenho a fazer a Jesus?
- Como tenho expressado/exercitado minha “espiritualidade”?
- O que as imagens do pano novo em roupa velha, do vinho novo em odres velhos e do vinho novo se põe em odres novos nos sugerem? Que luzes essas imagens lançam sobre nossas vidas e história?
3. Oração – O que o texto me leva a dizer a Deus?
A oração é um grito que brota da profundidade de nosso coração tocado pela Palavra de Deus. Agora, de forma livre e sincera, falemos sobre o que aprendemos e experimentamos na leitura e na meditação de Mt 9,14-17.
Nós temos a Palavra e Deus espera de nós uma resposta. Qual será a nossa oração? Será uma expressão de gratidão ou louvor? Uma súplica de perdão, um pedido de ajuda ou uma prece de entrega confiante?
4. Contemplação – O que o texto faz em mim?
Os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?
A contemplação é um momento de comunhão com Deus, é tempo de saborear sua presença e acolher seu amor que se revela como abrigo e amparo.
4. Ação – O que o texto – e este encontro – me solicita a agir?
O evangelho é uma proposta à qual respondemos com a oração e com a vida.
Em que sentido, o texto que lemos, meditamos, oramos e contemplamos nos desloca e nos move de nossos conceitos, certezas, atos e hábitos e nos convida a uma nova prática? Essa nova prática, essa vida nova inaugurada pelo encontro com a Palavra chamamos conversão. Afinal, “vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam”!
O que o texto do evangelho de hoje nos leva a assumir como expressão concreta de nossa conversão?
Concluamos nossa Leitura orante, com uma pequena prece de gratidão por este momento em que, ainda que de forma individual, estamos unidos e unidas em torno da palavra viva que é a vida de Jesus.
*Maria Nivaneide de Abreu Lima, mestra em Teologia pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e membro do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI).