O que realmente vale? (Lucas 16, 9-15)
5 de novembro de 2016Amar os inúteis (Lc 17,7-10)
8 de novembro de 2016
1Jesus disse aos seus discípulos:
— Sempre vão acontecer coisas que fazem com que as pessoas caiam em pecado, mas ai do culpado! 2Seria melhor para essa pessoa que ela fosse jogada no mar com uma grande pedra de moinho amarrada no pescoço do que fazer com que um destes pequeninos peque. 3Tenham cuidado! Se o seu irmão pecar, repreenda-o; se ele se arrepender, perdoe. 4Se pecar contra você sete vezes num dia e cada vez vier e disser: “Me arrependo”, então perdoe.5Os apóstolos pediram ao Senhor:
— Aumente a nossa fé.
6E ele respondeu:
— Se a fé que vocês têm fosse do tamanho de uma semente de mostarda, vocês poderiam dizer a esta figueira brava: “Arranque-se pelas raízes e vá se plantar no mar!” E ela obedeceria.
Vinde, Espírito Santo, e abençoai esta nossa semana de trabalho que hoje se inicia a fim de que reflitamos mais antes de agir no sentido de
- perdoar àqueles que nos ofendem
- não julgar
- acreditar, de verdade, que aquilo que pedimos, sendo para nosso bem, será concedido por Deus.
Jesus hoje nos dá dois direcionamentos importantes: um quanto ao perdão e outro quanto à fé. Estando no ano da misericórdia, parece bem propício pensar a respeito da nossa capacidade de perdoar as pessoas que nos ofendem. Rezamos a oração do Pai Nosso, mas nos esquecemos de que pedimos a Deus que nos perdoe conforme nós mesmos perdoamos. Isto significa que precisamos agir da mesma forma que esperamos que o Pai faça conosco.
Contudo, em nosso dia a dia, julgamos o tempo todo as atitudes das outras pessoas e temos dificuldades em perdoar, sobretudo, quando o nosso próximo reincide no erro. Sentimos necessidade de que ele se mostre verdadeiramente arrependido para fazermos as pazes. No entanto, se pararmos para pensar, o benefício do perdão é tão benéfico para quem o concede como para quem dele precisa.
Ouvi certa vez em um consultório de psicoterapia que o perdão verdadeiro não precisa de pedidos do outro que errou conosco. Nós podemos concedê-lo independente da postura de quem agiu mal. Claro que isso não significa anular nossa dignidade como seres humanos que somos.
Quando perdoamos gratuitamente, sentimos uma leveza muito maior no coração, uma sensação de que estamos falando a mesma linguagem de Jesus, compactuando com ele da bondade. Por isso, nossa tarefa para esta semana: conceder o perdão a alguém por pura gratuidade para sentirmos o quanto é bom ter o coração leve depois. E mais, não importa quantas vezes o outro tenha nos magoado. Perdoar significa acreditar que o próximo pode, se ele quiser, mudar, ou que suas ações podem parar de nos afetar negativamente.
Outra questão importante sobre a qual refletir durante a semana: como anda nossa fé? A metáfora utilizada por Jesus sobre o grão de mostarda nos dá certa dimensão do quando precisamos fortalecê-la. Nesse sentido, pensemos:
- Quantas vezes, precisando de que alguma coisa, pedimos que Deus aja em nós, mas mal pedimos e já descremos no que pedimos?
Perdemos a esperança na vida e nas pessoas, passando a viver uma “vida sem vida”; isso porque uma vida sem acreditar que aquilo com o que sonhamos de acontecer não pode ser verdadeiramente vida. Sem sonhos, sem planos, sem expectativas, fica bem difícil conduzir nossa existência.
Precisamos ter mais convicção quando rezamos. Conversar com Deus, expor nossas carências, necessidades, fraquezas, e pedir que ele encaminhe mudanças em nossa vida têm que significar que estamos prontos para que aquilo que queremos aconteça. A nossa vontade, a nossa confiança é capaz de nos mobilizar a alcançar objetivos que nem nós mesmos saberíamos possíveis. Pensemos então:
- por que aquilo que eu insisto em dizer para Deus fazer em minha vida não acontece? Se é algo que vai me fazer feliz, que trará o bem, o que falta para que eu o consiga? Estou mesmo acreditando que isso é possível?
Se observamos a vida dos santos de nossa Igreja, veremos que a sua principal marca era a fé na mudança. Acreditando, de verdade, no que almejavam, eles dedicaram sua vida à realização de seus planos, não só porque Deus estava com eles, mas, antes, porque eles realmente acreditavam naquilo que estavam fazendo ou falando.
Portanto, convido você também a pensar naqueles sonhos e planos nos quais há tempos você não pensa e a voltar a acreditar que eles podem acontecer, mas que precisam que nós continuemos a acreditar neles, pois, só assim, conseguiremos reunir forças para ir em sua busca.
Que Deus, então, ilumine nossa reflexão para que a transformemos em ações de vida.
Amém.
Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte