Guardados no Amor, ser guardiães
16 de maio de 2018Os limites de nosso amor (Jo 21,15-19)
18 de maio de 2018Leitura: João 17, 20-26
Naquele tempo, Jesus levantou os olhos ao céu e disse:
“Pai Santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra, para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste.
Eu dei-lhes glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim.
Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver,
para que eles contemplem a minha glória, glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo.
Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes também conheceram que tu me enviaste.
Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e o tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles”.
Palavra da Salvação.
ORAÇÃO
A leitura de João neste dia de hoje nos convida a uma melhor compreensão da infinitude do amor do Pai e do Filho por nós.
“Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória, glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo.”
A oração de Jesus nos revela o Seu mais profundo desejo para a humanidade de estarmos permanentemente unidos com Ele e o Pai, para que assim também possamos experimentar esta dimensão de amor e plenitude que a unidade possibilita. Aceitar este convite de sermos um com o Pai e o Filho seria experienciar a Sua glória, seria viver esta dimensão de vida plena.
Mas por que resistimos tanto em aceitar este “convite” à felicidade verdadeira e continuamos apegados aos nossos dramas existenciais e sofrimentos cotidianos? Por que nos é tão difícil dizer sim a este chamado à intimidade com o Pai e o Filho? Por que preferimos seguir nossa vida ao nosso modo, desconsiderando muitas vezes este apelo de proximidade que Deus nos faz?
A intimidade é desafiadora, a proximidade nos confronta com o que temos de mais autêntico, de mais genuíno, de mais essencial. E isso muitas vezes significa sermos vistos de cara lavada e cabelo despenteado, vistos em nossas limitações, mesquinharias e desacertos. Muitas vezes ser flagrados nesta condição nos é insuportável, principalmente por vivermos tempos de intenso apelo midiático, onde as redes sociais nos permitem postar fotos no nosso melhor ângulo e publicar textos já revisados.
A intimidade não permite que façamos inúmeros rascunhos dos nossos textos, não nos dá tempo de deletarmos as piores fotos… a proximidade nos oferece a oportunidade de confrontarmos nossas sombras e com isso aprender muita coisa. Aprendemos, por exemplo, a reconhecer que não somos luz o tempo todo, que estamos sujeitos a erros e que, para os corrigir, precisamos exercitar nossa capacidade de pedir perdão. E também nos ensina que a consequência disso é nos compadecer com os outros e aprender a perdoar.
Jesus não nos pede a perfeição, Ele nos conhece em nossas limitações, mesquinharias, humanidades. Mas espera nossa disponibilidade e coragem para estar com Ele, espera de nós o comprometimento com Sua Palavra. E muitas vezes optamos pela distância da chama do amor de Deus, por não suportarmos a profundidade que esta relação nos impõe.
“Eu dei-lhes glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste.”
Mãe Maria, modelo de intimidade com a Trindade Santa, ensine-nos a manter esta unidade para que possamos experimentar a alegria de ser um com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Maria Luzia de Moraes Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte