Jesus diante de Pilatos Mateus 27.1-2,11-14; Marcos 15.1-5; Lucas 23.1-5
22 de novembro de 2015O que se manterá? (Lc 21, 5-11)
24 de novembro de 2015“Jesus estava no pátio do Templo, olhando o que estava acontecendo, e viu os ricos pondo dinheiro na caixa das ofertas. Viu também uma viúva pobre, que pôs ali duas moedinhas de pouco valor. Então ele disse:
— Eu afirmo a vocês que esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque os outros deram do que estava sobrando. Porém ela, que é tão pobre, deu tudo o que tinha para viver.”
Na oração de hoje, vamos pedir a graça de conectar nossa vida no Deus que é a Fonte da Vida, e entregar-nos com toda a confiança nas suas mãos.
Contemplar a cena. Jesus observando o que acontece ao seu redor. Os ricos colocando dinheiro na caixa das ofertas. Como estão vestidos? Como é seu caminhar? Como são suas expressões? O que colocam na caixa? Observar com Jesus a viúva que se aproxima. Como ela é? O que sua expressão revela dos seus sentimentos? Qual é sua oferta? O que ela significa? Ver que esta oferta não passa despercebida para Jesus.
Questionar-nos: Somos os ricos, que oferecem o que está sobrando, ou a viúva, que oferece o que tem para viver?
O que temos para viver? O que nos dá vida e guardamos com mais cuidado? A que ou em quem mais nos apegamos e mais nos custa entregar?
Às vezes somos apegados ao tempo. Como custa parar uns minutos para dar atenção ou ajudar alguém! Como custa escutar! Como custa entregar o nosso tempo!
Outras vezes é a algum bem material que nos prendemos. Poxa, esta correntinha que ganhei em tal situação… Esta blusa que não uso, mas deixa ela aí, posso vir a usar… Esta…
O conhecimento também nos pega. “Eu sei isso”. Às vezes custa transmiti-lo, parar para compartilhá-lo e que o outro possa usufruir do que eu sei. Ajudar em algum trabalho oferecendo o meu conhecimento. “Poxa, eu estudei, foi difícil adquiri-lo!”
E vivemos momentos em que o nosso maior apego é a uma pessoa. Há relações com as quais ficamos apegados de tal forma que não soltamos, por isso não nos soltamos. Por ela não estamos verdadeiramente livres para servir o Senhor, para segui-lo no que Ele nos chama.
Não necessariamente é uma relação má. Pode ser muito, muito boa, mas em determinado momento sentimos o chamado de deixá-la – por algumas horas, por alguns dias, por algum tempo – para oferecer-nos a Deus. O que nos impede? Por que não somos livres para seguir este chamado?
O que a viúva ofereceu não era pouco importante, ainda que pudesse parecer. Era “tudo o que tinha para viver”. Deus conhece nossa vida e nosso coração. Ele sabe que o que temos para viver é muito importante para nós, e assim é importante para Ele também.
Que confiança foi esta da viúva de entregar? Ela se confiou a Deus, sabendo que de fato é Ele a Fonte da Vida. A vida vem dele, e não do que ela tem nas mãos.
O filósofo Levinás dizia que o “adeus” é entregar alguém a Deus. E se vivêssemos assim as pequenas ou grandes despedidas que somos provocados a fazer para servir ao Reino? Não estou abandonando, como se não fosse importante. Estou entregando nas mãos de Deus, oferecendo Àquele que melhor que ninguém poderá cuidar.
Ao oferecer o que tenho para viver, estou oferecendo a mim mesma, entregando no fundo a minha vida nas mãos do Pai.
Peçamos a Maria, mulher do “Faça-se”, que nos ensine a ser mais generosos e confiantes em nosso “sim”.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner