“Cantem uma nova canção a Deus, o Senhor”
20 de janeiro de 2019“A voz do Senhor é cheia de poder e majestade”
3 de fevereiro de 2019PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Espírito Santo, sê meu companheiro neste encontro com a Palavra.
Espírito Santo, tira-me o que me impede de escutar Jesus.
Espírito Santo, concede-me a docilidade para tornar o evangelho vida.
Espírito Santo, move-me para que, junto com minha comunidade,
sejamos anunciadores da Boa Nova.
Amém.
TEXTO BÍBLICO: Lc 1.1-4; 4.14-21
Jesus vai a um casamento
1Dois dias depois, houve um casamento no povoado de Caná, na região da Galileia, e a mãe de Jesus estava ali. 2Jesus e os seus discípulos também tinham sido convidados para o casamento. 3Quando acabou o vinho, a mãe de Jesus lhe disse:
Apresentação
1Prezado Teófilo,
Muitas pessoas têm se esforçado para escrever a história das coisas que aconteceram entre nós. 2Elas escreveram o que foi contado por aqueles que viram essas coisas desde o começo e anunciaram a mensagem do evangelho. 3Portanto, Excelência, eu estudei com todo o cuidado como foi que essas coisas aconteceram desde o princípio e achei que seria bom escrever tudo em ordem para o senhor, 4a fim de que o senhor pudesse conhecer toda a verdade sobre os ensinamentos que recebeu.
Jesus começa o seu trabalho na Galileia
Mateus 4.12-17; Marcos 1.14-15
14Jesus voltou para a região da Galileia, e o poder do Espírito Santo estava com ele. As notícias a respeito dele se espalhavam por toda aquela região. 15Ele ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos.
Jesus em Nazaré
Mateus 13.53-58; Marcos 6.1-6
16Jesus foi para a cidade de Nazaré, onde havia crescido. No sábado, conforme o seu costume, foi até a sinagoga. Ali ele se levantou para ler as Escrituras Sagradas, 17e lhe deram o livro do profeta Isaías. Ele abriu o livro e encontrou o lugar onde está escrito assim:
18 “O Senhor me deu o seu Espírito.
Ele me escolheu para levar boas notícias
aos pobres
e me enviou para anunciar a liberdade
aos presos,
dar vista aos cegos,
libertar os que estão sendo oprimidos
19 e anunciar que chegou o tempo
em que o Senhor salvará o seu povo.”
20Jesus fechou o livro, entregou-o para o ajudante da sinagoga e sentou-se. Todas as pessoas ali presentes olhavam para Jesus sem desviar os olhos. 21Então ele começou a falar. Ele disse:
— Hoje se cumpriu o trecho das Escrituras Sagradas que vocês acabam de ouvir.
1. LEITURA
Que diz o texto?
* Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
1. O evangelista remete a algumas fontes das quais se serviu para escrever este evangelho?
2. O que o evangelista pretende escrever e com que finalidade?
3. Quem “move” Jesus e que atividades realiza?
4. A que povoado chega Jesus, onde entra e o que faz?
5. O que diz o texto que Jesus lê?
6. Quando e como tem cumprimento a profecia lida?
* Algumas pistas para compreender o texto:
Mons. Damian Nannini1
Lucas é o único dos evangelistas que escreve um prólogo onde define sua obra como uma narrativa ordenada dos acontecimentos fruto de uma investigação diligente, dada à insuficiência das tentativas precedentes. O objetivo fundamental do evangelista, com sua obra, é reforçar a confiança na doutrina tradicional cristã, na “tradição ou transmissão” da fé; por isso, insiste na necessidade de apoiar-se no ensinamento dos Apóstolos-testemunhas, “aqueles que viram essas coisas desde o começo e anunciaram a mensagem do evangelho”.
A leitura deste domingo “salta” imediatamente a Lc 4.14-21, que é o “começo de uma nova seção destinada a mostrar qual é a missão de Jesus e com que poder conta para realizá-la”.
Este relato começa dizendo que Jesus voltou para a Galileia “pelo poder do Espírito”. Há um claro protagonismo Espírito Santo na vida de Jesus que lhe permite, com veracidade, apropriar-se do que foi dito pelo profeta Isaías: “O Senhor me deu o seu Espírito”.
Lucas resume a atividade de Jesus dizendo que “ensinava nas sinagogas” (4.15). O ensinamento “inspirado” de Jesus faz com que goze de boa fama e receba elogios em todos os lugares. E com esta fama, chega a Nazaré e, talvez por causa dela é que, em um sábado – segundo seu costume –, ao entrar na sinagoga, alguém lhe pede para que faça a leitura da Palavra Profética. O texto diz-nos que Jesus se levanta, recebe o livro e lê o texto de Is 61.1-2, que seria o correspondente daquele dia. Em seguida, enrola o livro, devolve-o ao assistente ou encarregado, e senta-se, posição própria de quem vai passar um ensinamento. Lucas revela a expectativa criada pela presença de Jesus ao dizer que todas as pessoas olhavam para Jesus sem desviar os olhos. Então, surpreende a todos dizendo: “Hoje se cumpriu o trecho das Escrituras Sagradas que vocês acabam de ouvir” (4.21).
Pois bem, depois de proclamar este texto, Jesus diz que o anúncio de Isaías não se cumpriu plenamente no tempo do profeta, mas “hoje”, “agora”, em sua Pessoa. Ou seja, as palavras de Isaías sobre o profeta ungido e a libertação do cativeiro babilônico eram somente figura da verdadeira mensagem e da verdadeira libertação que se realiza agora com a presença e a obra do próprio Jesus, que oferece o perdão aos pecadores. Deste modo, ao começar seu ministério, Jesus apresenta-se como Messias ou Ungido, com a missão de anunciar um ano favorável do Senhor, um ano Jubilar.
Este ano de graça ou jubileu proclamado por Jesus consiste no oferecimento do perdão de Deus aos pecadores; e o motivo deste perdão não se encontra nos méritos das pessoas, mas na entranhável misericórdia do Pai. E justamente porque a fonte e a origem da missão de Jesus é o coração de Deus, já não vigora a distinção entre judeus e não judeus. A salvação, entendida primariamente como perdão dos pecados, é oferecida em Jesus, a todos os homens (Lc 3.6).
Finalmente, este texto de Lucas é considerado como programático em relação à atividade de Jesus contida no restante do evangelho. Com outras palavras, podemos dizer que esta homilia inaugural de Jesus de
Nazaré é como a apresentação oficial de seu projeto pastoral. A seguir, o evangelho vai mostrar-nos sua aplicação e nos descreverá a reação das pessoas diante destas opções pastorais de Jesus – mas isto veremos no próximo domingo.
O que o Senhor me diz no texto?
Um primeiro convite é para meditar sobre a centralidade da Palavra de Deus em nossas vidas, como o foi na vida de Jesus. É importante, no começo do tempo litúrgico comum, lembrar esta centralidade da Palavra de Deus na vida da Igreja e dos cristãos, tal como pede o Papa Bento XVI na Verbum Domini: “Uma redescoberta, na vida da Igreja, da Palavra divina, fonte de constante renovação da esperança de que a mesma se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial” (nº 2). E isto porque “a Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela. Ao longo de todos os séculos da sua história, o Povo de Deus encontrou sempre nela a sua força, e também hoje a comunidade eclesial cresce na escuta, na celebração e no estudo da Palavra de Deus” (nº 3).
Por sua vez, a Igreja é depositária da Palavra de Deus e tem a missão de transmiti-la fielmente a todas as gerações, dando a conhecer “toda a verdade sobre os ensinamentos que recebeu” (Lc 1.4).
O Papa Francisco na EG 174-175 nos diz: “Não é só a homilia que se deve alimentar da Palavra de Deus. Toda a evangelização está fundada sobre esta Palavra escutada, meditada, vivida, celebrada e testemunhada. A Sagrada Escritura é fonte da evangelização. Por isso, é preciso formar-se continuamente na escuta da Palavra. A Igreja não evangeliza, se não se deixa continuamente evangelizar. É indispensável que a Palavra de Deus ‘se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial’”.
Um segundo tema de meditação é a necessidade de ressaltar a atualidade da Palavra de Deus e da Salvação operada por Cristo. O “hoje” do cumprimento em Jesus adquire, de certo modo, uma dimensão que transcende o tempo, que conecta com o eterno. O “hoje” é, precisamente, a novidade de Jesus. A palavra e a ação salvadora do Senhor são “atuais”, estão presentes em nossa vida “hoje”.
No entanto, para que a salvação anunciada se torne presente no “hoje” de nossas vidas, é necessária também a fé, que é justamente a aceitação desta salvação gratuita do Senhor. Recordemos que, na Bíblia, a fé implica não apenas a aceitação da existência de Deus, mas principalmente de sua ação em nossa vida. É preciso escutar a Palavra de Deus, recebê-la, crer nela e desejar agir. Ela irá transformando nossa vida e nos indicará os caminhos certos pelos quais devemos seguir Jesus até o fim.
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
1. Que lugar ocupa a Palavra de Deus em minha vida?
2. Dedico cada dia um momento para escutar e meditar o evangelho do dia?
3. Já experimentei alguma vez que uma leitura da Palavra de Deus estava como que dirigida a mim, naquele momento concreto de minha vida?
4. Busco descobrir os caminhos do Senhor para minha vida em sua Palavra?
5. Dou testemunho diante dos demais do cumprimento das Escrituras em minha vida?
O que respondo ao Senhor que me fala no texto?
Obrigado, Jesus, por tua Palavra.
Quero voltar à Galileia contigo.
Faze-me sempre dócil à moção do Espírito.
Dissuade-me quando quiser acomodar tua Palavra segundo minhas conveniências.
Que eu não veja teu agir como algo do passado e antigo.
Que eu saiba descobrir tua ação salvadora hoje, no cotidiano.
Que junto com meus irmãos, possamos ser testemunhas
da ação de tua Palavra em nossas vidas.
Amém.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, em minha vida, os ensinamentos do texto?
“Jesus, ajuda-me para que eu possa deixar que a Palavra de Deus aja em minha vida”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, proponho-me convidar alguém de minha comunidade e ter com ele um encontro orante com a Palavra do dia.
“Meditem com a Palavra de Deus e ela adquirirá o poder de destruir suas inclinações naturais para o que é material”.
São Pio de Pietrelcina