O Reino dos Céus é como um tesouro escondido (Mt 13,44-46)
31 de julho de 2013O Reino dos Céus é como uma rede (Mt 13,47-53)
1 de agosto de 2013LECTIO DIVINA
Vigésimo Segundo Domingo do Tempo Comum – Ano C
1º de setembro de 2013
“O seu nome é Senhor;
alegrem-se na sua presença”
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
“Espírito Santo,
fazei com que meu coração
permaneça aberto à Palavra de Deus,
que meu coração
esteja aberto ao bem,
que meu coração
se abra à beleza de Deus
todos os dias”.
SS. Papa Francisco[1]
TEXTO BÍBLICO: Lucas 14.1,7-14
1Num sábado, Jesus entrou na casa de certo líder fariseu para tomar uma refeição. E as pessoas que estavam ali olhavam para Jesus com muita atenção.7Certa vez Jesus estava reparando como os convidados escolhiam os melhores lugares à mesa. Então fez esta comparação:
– 8Quando alguém convidá-lo para uma festa de casamento, não sente no melhor lugar. Porque pode ser que alguém mais importante tenha sido convidado. 9Então quem convidou você e o outro poderá dizer a você: “Dê esse lugar para este aqui”. Aí você ficará envergonhado e terá de sentar-se no último lugar. 10Pelo contrário, quando você for convidado, sente-se no último lugar. Assim quem o convidou vai dizer a você: “Meu amigo, venha sentar-se aqui num lugar melhor”. E isso será uma grande honra para você diante de todos os convidados. 11Porque quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.
12Depois Jesus disse ao homem que o havia convidado:
– Quando você der um almoço ou um jantar, não convide os seus amigos, nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque certamente eles também o convidarão e assim pagarão a gentileza que você fez. 13Mas, quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos 14e você será abençoado. Pois eles não poderão pagar o que você fez, mas Deus lhe pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem.
[1]http://www.vatican.va/holy_father/francesco/audiences/2013/documents/papa-francesco_20130515_udienza-generale_po.html
1. LEITURA
Que diz o texto?
P. Antonino Cepeda Salazar
Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
Escolha uma frase do texto que o impressione, que lhe dia algo especial; repita-a várias vezes. Por exemplo:
ü “Jesus estava reparando como os convidados escolhiam os melhores lugares à mesa”
ü “Não sente no melhor lugar”
ü “Sente-se no último lugar”
ü “Porque quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido”
ü “Quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos”
ü “Mas Deus lhe pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem”
Algumas considerações para uma leitura proveitosa…
Jesus age com liberdade até mesmo quando é vigiado (v. 1), e ensina com uma parábola a partir do que vê ao seu redor (v. 7). Jesus não faz teoria, mas reflete a partir de alguns fatos, para ensinar aos que o rodeiam, para mostrar-lhes o que verdadeiramente agrada a Deus.
Em um primeiro momento, fala a quem é convidado para uma festa de casamento (vv. 8-11); em seguida, fala ao anfitrião (vv. 12-14). Ao convidado, Jesus pede humildade; ao anfitrião, que espere a recompensa do Pai. Perante ambos, Deus mostra-se como modelo que convida a não discriminar as pessoas. Ele convida todos a participar do banquete preparado.
Jesus convida a fingir?
Jesus convida os discípulos não a uma falsa humildade, a de quem aparenta modéstia para conseguir ser o primeiro, mas a uma autêntica humildade, como ensinou em outros momentos (“Se alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último lugar e servir a todos” – (Mc 9.35); “Mas entre vocês eu sou como aquele que serve” – (Lc 22.27). Acima de tudo, porém, Jesus convida-nos a ser generosos e compadecidos com os pobres, com aqueles que não nos podem recompensar pelo bem recebido.
Às Bem-aventuranças de Jesus, em Lc 6.20-23, podemos acrescentar outras que se encontram ao longo do Evangelho. Uma, muito bonita, encontra-se aqui:
• “E você será abençoado. Pois eles (os pobres) não poderão pagar o que você fez, mas Deus lhe pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem”. Talvez possamos interpretá-la assim: “Abençoado é o que dá sem esperar nada em troca”; ou “Abençoado é quem espera a recompensa da ressurreição”.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
Comecemos nossa meditação com as palavras do Papa Francisco:
Ninguém é descartável! Lembremo-nos sempre: somente quando se é capaz de compartilhar é que se enriquece de verdade; tudo aquilo que se compartilha se multiplica! Pensemos na multiplicação dos pães de Jesus! A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como esta trata os mais necessitados, quem não tem outra coisa senão a sua pobreza!
Queridos amigos, certamente é necessário dar o pão a quem tem fome; é um ato de justiça. Mas existe também uma fome mais profunda, a fome de uma felicidade que só Deus pode saciar. Fome de dignidade. Não existe verdadeira promoção do bem-comum, nem verdadeiro desenvolvimento do homem, quando se ignoram os pilares fundamentais que sustentam uma nação, os seus bens imateriais: a vida, que é dom de Deus, um valor que deve ser sempre tutelado e promovido; a família, fundamento da convivência e remédio contra a desagregação social; a educação integral, que não se reduz a uma simples transmissão de informações com o fim de gerar lucro; a saúde, que deve buscar o bem-estar integral da pessoa, incluindo a dimensão espiritual, que é essencial para o equilíbrio humano e uma convivência saudável; a segurança, na convicção de que a violência só pode ser vencida a partir da mudança do coração humano.[1]
Em um ambiente que faz questão de buscar o próprio interesse, esquecendo-se do dos demais, Jesus convida-nos a ser simples, a não aspirar a altas pretensões. Num mundo em que sempre queremos ganhar e obter algum benefício, somos convidados a partilhar de maneira gratuita. Recuperemos o sentido da gratuidade!
Hoje, por tudo o que fazemos, queremos cobrar; perdemos a capacidade de fazer ou de dar de maneira gratuidade. Há alguns anos, falávamos de trabalho voluntário, de biscates voluntários…
Agora perguntemo-nos:
Quando desejei os primeiros lugares? Em que momentos prefiro os últimos lugares? Dei sem esperar nada em troca? Fiz o bem aos pobres?
[1]http://www.vatican.va/holy_father/francesco/speeches/2013/july/documents/papa-francesco_20130725_gmg-comunita-varginha_po.html
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Senhor, ensina-nos não amar-nos a nós mesmos,
a não amar somente a nossos amigos,
a não amar unicamente aqueles que nos amam.
Ensina-nos a pensar nos outros e a amar,
principalmente aqueles a quem ninguém ama.
Concede-nos a graça de compreender que,
enquanto vivemos uma vida demasiado feliz,
há milhões de seres humanos,
que são também teus filhos e nossos irmãos,
que morrem de fome, sem ter merecido morrer de fome;
que morrem de frio, sem ter merecido morrer de frio…
Senhor, tem piedade de todos os pobres do mundo.
E não permitas que nós vivamos felizes sozinhos.
Faze-nos sentir a angústia da miséria universal,
e livra-nos de nosso egoísmo.
Amém.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Procure recordar o rosto de uma pessoa necessitada, que você viu nos últimos dias; coloque-o em sua mente e em seu coração, e diga com confiança:
Que ao ver um irmão necessitado, eu te veja, Senhor
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
O Senhor, hoje, mais uma vez, propõe um estilo de vida diferente – neste caso, em minha atitude diante dos demais –, e convida-me a assumir atitudes de serviço, de doação a quem necessita:
A que o Senhor o convida com sua Palabra? Como você pode assumir uma atitude de humildade diante dos demais? De que maneira concreta você pode servir os pobres que você encontra na vida?
“A falta de amor é a maior pobreza”
Madre Teresa de Calcutá