“Esperei com paciência pela ajuda de Deus, o Senhor. Ele me escutou e ouviu o meu pedido de socorro.”
18 de agosto de 2019“O teu povo fez nessa terra o seu lar; com a tua bondade, cuidaste dos pobres.”
1 de setembro de 2019PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Espírito Santo, ensina-me a dar gratuitamente.
Espírito Santo, que eu busque sempre o que nunca acaba.
Espírito Santo, que com Maria, receba e viva a Palavra.
Espírito Santo, dá-me a coragem para anunciar a Boa Nova.
Amém.
TEXTO BÍBLICO: Lc 13.22-30
A porta estreita
Mateus 7.13-14,21-23
22Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando na sua viagem para Jerusalém. 23Alguém perguntou:
— Senhor, são poucos os que vão ser salvos?
Jesus respondeu:
24 — Façam tudo para entrar pela porta estreita. Pois eu afirmo a vocês que muitos vão querer entrar, mas não poderão.
25 — O dono da casa vai se levantar e fechar a porta. Então vocês ficarão do lado de fora, batendo na porta e dizendo: “Senhor, nos deixe entrar!” E ele responderá: “Não sei de onde são vocês.” 26Aí vocês dirão: “Nós comemos e bebemos com o senhor. O senhor ensinou na nossa cidade.” 27Mas ele responderá: “Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal.” 28Quando vocês virem Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus e vocês estiverem do lado de fora, então haverá choro e ranger de dentes de desespero. 29Muitos virão do Leste e do Oeste, do Norte e do Sul e vão sentar-se à mesa no Reino de Deus. 30E os que agora são os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
1. O que faz Jesus enquanto está a caminho de Jerusalém?
2. O que perguntam a Jesus e por quê?
3. Jesus responde exatamente à pergunta? O que ensina Jesus?
4. Que mensagem Jesus transmite com sua parábola?
Algumas pistas para compreender o texto:
*Mons. Damian Nannini (Dom Damián Nannini é bispo da Diocese de San Miguel (Argentina); licenciado em Sagrada Escritura pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma.)
Em primeiro lugar, Lucas volta a recordar-nos que Jesus está a caminho de Jerusalém com seus discípulos, e que, “pela estrada”, dedica-se ao ensinamento. Jesus Mestre costuma ensinar respondendo a perguntas e a questões que lhe são apresentadas. A pergunta de hoje é: “São poucos os que vão ser salvos?” Ao que parece, esta pergunta não aponta tanto para a questão da quantidade dos que se salvam, mas contém uma preocupação mais subjetiva, como é a questão de saber se alguém está incluído dentro desse número.
Jesus não responde diretamente ao que foi perguntado pelo homem, mas exorta veementemente à conversão, pois é preciso esforçar-se seriamente por entrar pela porta que conduz à salvação, visto que é estreita. Portanto, a reposta de Jesus ultrapassa todo cálculo, não se detém em quantos se salvam, mas em como se salvam, que é entrando pela porta estreita.
É importante observar que as opções são a “porta estreita” ou a “porta fechada”; por isso, Jesus exorta a tomar já a decisão correta pelo Reino de Deus.
A parábola que se segue desenvolve esta posição, porquanto diz que, em determinado momento, a porta fechar-se-á e já não se poderá entrar. E embora os que ficaram de fora reclamem para entrar, alegando ter conhecido o Senhor, já é demasiado tarde. Aparentemente, Jesus toma a imagem das portas das cidades amuralhadas, as quais se fechavam ao cair da tarde.
Este breve relato enfatiza a sinceridade da decisão por Cristo, uma vez que não basta tê-lo visto, escutado e, em seguida, deixado cair no esquecimento. É necessário tê-lo seguido, ter comprometido a vida por ele.
O que se segue no evangelho nos sugere que, em seu sentido original, esta parábola era uma crítica aos israelitas que pensavam ter assegurada a salvação simplesmente pela pertença ao povo eleito. Jesus diz-lhes que, por não terem optado por Deus, por seu Messias e pela conversão, ficarão fora do banquete do Reino. E uma vez fechada a porta, não haverá lugar para reclamações.
A frase final – “E os que agora são os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos” –, repetida nos evangelhos (Mt 19.30; 20,16; Mc 10.31), faz alusão à inversão de situação que se dará no julgamento de Deus. Há últimos – pecadores e pagãos – que, por se terem convertido e entrado pela porta estreita, serão primeiros; e há primeiros – judeus e os que se creem justos – que serão últimos por não se terem convertido.
O que o Senhor me diz no texto?
No evangelho, fala-se muito de entrar no Reino de Deus para encontrar a salvação. Então, é lógico que nos perguntemos como entrar no Reino, ou, com outras palavras, como é a porta de entrada, larga ou estreita. Jesus diz-nos, em primeiro lugar, que a porta está aberta a todos, ou seja, que todos somos convidados a entrar pela ela; ninguém deve sentir-se excluído do amor do Pai que quer dar-nos o Reino.
Contudo, Jesus diz-nos também que a porta é estreita, o que quer dizer que não é fácil entrar: é preciso desprender-se de muitas coisas para poder passar. A este respeito, dizia o Papa Francisco no Angelus de 21 de agosto de 2016: “Por que diz ele que ela é estreita? Trata-se de uma porta estreita, não porque é opressiva, mas porque exige que limitemos e contenhamos o nosso orgulho e o nosso medo, para nos abrirmos a ele com coração humilde e confiante, reconhecendo-nos pecadores, necessitados do seu perdão. Por isso é estreita: para conter o nosso orgulho, que nos incha. A porta da misericórdia de Deus é estreita, mas permanece sempre escancarada para todos! Deus não tem preferências, mas acolhe sempre todos, sem distinções […]. Gostaria de lhes fazer uma proposta. Pensemos agora, em silêncio por um instante, naquilo que temos dentro de nós e que nos impede de atravessar a porta: o meu orgulho, a minha soberba, os meus pecados. E depois pensemos na outra porta, naquela porta aberta de par em par, da misericórdia de Deus, que do outro lado nos espera para nos conceder o perdão”.
Jesus também nos diz que, para poder entrar no Reino de Deus, é necessário uma clara decisão que se reflita na vida e nas obras. Não é suficiente a passividade nem o ter escutado falar de Cristo. É mister optar claramente por ele com a vida.
Outra coisa que Jesus nos diz é que esta porta, em determinado momento, vai fechar-se, e já não se poderá entrar. Quanto a isto, continua o Papa Francisco: “Mas se Deus é bom e nos ama, por que razão numa certa altura fechará a porta? Porque a nossa vida não é um videojogo, nem uma telenovela; a nossa vida é séria, e o objetivo a alcançar é importante: a salvação eterna”.
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
1. Sinto-me pessoalmente convidado pelo Senhor a entrar no Reino de Deus?
2. Como imagino que seja a porta de entrada do Reino: estreita ou larga?
3. O que mais me custa deixar para poder entrar pela porta estreita?
4. Compreendo que tenho de tomar a decisão de seguir o Senhor sem demora?
5. Procuro viver com coerência e sinceridade minha vida cristã?
O que respondo ao Senhor que me fala no texto?
Obrigado, Jesus, por estares atento a mim.
Obrigado pelo convite sempre novo a entrar pela porta estreita.
Sei que me esperas e quero responder-te.
Dá-me a graça de não inflar-me de orgulho,
que o egoísmo não tome conta de mim.
Jesus, que em minhas palavras e obras se veja claro minha opção
por ti e pelo Reino.
Amém.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, em minha vida, os ensinamentos do texto?
“Jesus, dá-me a coerência necessária para poder entrar por tua porta estreita”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, proponho-me ter um gesto de humildade com alguém que me é difícil.
“Todos devem passar pela porta estreita da renúncia e da doação de si mesmos”
São João Paulo II