Ninguém tem mais amor…
29 de abril de 2016VI Domingo de Páscoa– Ano C
1 de maio de 2016Leitura: João 15, 18-21
Jesus continuou:
— Se o mundo odeia vocês, lembrem que ele me odiou primeiro. Se vocês fossem do mundo, o mundo os amaria por vocês serem dele. Mas eu os escolhi entre as pessoas do mundo, e vocês não são mais dele. Por isso o mundo odeia vocês. Lembrem do que eu disse: “O empregado não é mais importante do que o patrão”. Se as pessoas que são do mundo me perseguiram, também perseguirão vocês; se elas obedeceram aos meus ensinamentos, também obedecerão aos ensinamentos de vocês. Por causa de mim, essas pessoas vão lhes fazer tudo isso porque não conhecem aquele que me enviou.
Oração:
Ontem Jesus nos falava do tipo do amor com o qual devemos nos amar, do amor de um amigo que dá a vida pelo outro. Hoje, fala-nos do ódio com o qual seremos odiados.
Na oração, pergunto-me: também já me senti perseguido por algum ideal? Também já fui alvo do ódio de alguém que não concordava comigo? Sinto que o compromisso com o evangelho me atrai perseguições? Percebo hostilidade contra o meu caminho com Deus e os frutos desse seguimento?
Quem caminha com Deus certamente sente, hora ou outra, a hostilidade. Por causa da perseguição, abatem-nos muitas vezes o desânimo, a tristeza e a solidão. Para viver esses momentos, temos apenas o consolo de Jesus: “O empregado não é mais importante que o patrão. Se me perseguiram, também perseguirão vocês”. A palavra de Jesus não é tão somente uma advertência; é uma palavra de consolação, pois nos diz, nas entrelinhas: “aí também você se encontra comigo. Veja o ‘privilégio’ de sentir o isolamento dos que são mais fracos e minoritários. Aproveite a ‘chance’ de viver o sentimento de abandono e de medo. Aí, quando você é perseguido, eu estou. EU sou o perseguido de todos os tempos”.
Perceber que na perseguição que sofro também me encontro acompanhado por Ele é um passo. O passo mais bonito é, contudo, perceber que sofro justamente porque estou acompanhado. No fundo, quem fala de Deus, quem consegue transitar bem na religião, mas não tem qualquer intenção de fazer um caminho com Ele, não sentirá o sabor da perseguição. Ao contrário, aquele que faz esse caminho sempre provará dela. É que a perseguição é termômetro da relação com Deus. Se não sou perseguido, muita chance há de que eu esteja me relacionando como servo, como colega, mas não como amigo d´Ele, como Ele me chama a ser.
O Espírito nos ilumine para que, em cada perseguição sofrida pelo evangelho, sintamos a presença d´Aquele que está ao nosso lado.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte