Meu irmão, minha irmã e minha mãe são muitos
21 de julho de 2015Um coração sensível
23 de julho de 2015Leitura: João 20,1-2.11-18
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. Tendo dito isso, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”. Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabunni” (que quer dizer: Mestre). Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.
Oração: O sepulcro vazio
Nossa caminhada espiritual é repleta de momentos de desânimo, de medo, de confusão e de carência de fé. Atravessamos muitos dias em êxtase, vigorosos na oração e na vivência do bem, e repentinamente tudo parece começar a desandar. Nossas preces tornam-se menos convictas, a caridade parece nos custar muito. A escuridão pode nos vir sem motivo muito aparente, como pode ser explicitamente trazida pelo mundo, quando vivemos frustrações ou perdas nas relações familiares, do trabalho ou mesmo nas relações com nós mesmos, com nosso sentido de existência.
Nesses momentos de escuridão, temos a sensação de que perdemos a presença de Deus, ou porque nos afastamos Dele, ou porque Ele se afastou de nós. Sentimo-nos sentados à abertura do sepulcro vazio, chorosos, cheios de tristeza e sem esperança. Vem-nos o Senhor, e nos questiona: Mulher (Homem), por que choras? A quem procuras? Assim, acolhidos por Deus, em seu amor e bondade, percebemos que o sepulcro estava vazio não porque nos roubaram o Senhor, mas porque era condição fundamental para que nos revelasse sua glória.
Apesar dos momentos de fraqueza, precisamos rezar para mantermos nossa fé luminosa e inabalável, a fim de reconhecermos o Cristo ressuscitado, quando ele nos surgir. Tenhamos força e coragem para nos mantermos sentados à entrada do sepulcro, não porque velamos o Cristo morto, mas porque participamos de sua ressurreição, com nosso testemunho e nosso Rabunni.
Marcelo Camargos. Acadêmico de medicina na UFMG. Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte.