Muito mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus. Lc 11,27-28
14 de outubro de 2017Só Ele basta (Lc 11, 29-32)
16 de outubro de 2017PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Escuta-nos, Espírito Santo,
Tu que és nosso amigo.
Tu que está sempre perto de nós,
enche nossos corações com teu amor.
Agradecemos-te, ó Pai, porque
quando Jesus voltou para ti,
enviaste-nos o Espírito Santo
para que ocupasse seu lugar.
Mesmo que o não possamos ver,
sabemos que está agindo no mundo,
em tudo o que é bom e santo,
e em nossas vidas para que cumpramos tua vontade.
Envia-nos o Espírito Santo, te pedimos,
para que modele nossas vidas
e nos guie sempre.
Amém.
TEXTO BÍBLICO: Mt 22.1-14
A festa de casamento
Lucas 14.15-24
1De novo Jesus usou parábolas para falar ao povo. Ele disse:
2 — O Reino do Céu é como um rei que preparou uma festa de casamento para seu filho. 3Depois mandou os empregados chamarem os convidados, mas eles não quiseram vir. 4Então mandou outros empregados com o seguinte recado: “Digam aos convidados que tudo está preparado para a festa. Já matei os bezerros e os bois gordos, e tudo está pronto. Que venham à festa!”
5 — Mas os convidados não se importaram com o convite e foram tratar dos seus negócios: um foi para a sua fazenda, e outro, para o seu armazém. 6Outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram. 7O rei ficou com tanta raiva, que mandou matar aqueles assassinos e queimar a cidade deles. 8Depois chamou os seus empregados e disse: “A minha festa de casamento está pronta, mas os convidados não a mereciam. 9Agora vão pelas ruas e convidem todas as pessoas que vocês encontrarem.”
10 — Então os empregados saíram pelas ruas e reuniram todos os que puderam encontrar, tanto bons como maus. E o salão de festas ficou cheio de gente. 11Quando o rei entrou para ver os convidados, notou um homem que não estava usando roupas de festa 12e perguntou: “Amigo, como é que você entrou aqui sem roupas de festa?”
— Mas o homem não respondeu nada. 13Então o rei disse aos empregados: “Amarrem os pés e as mãos deste homem e o joguem fora, na escuridão. Ali ele vai chorar e ranger os dentes de desespero.”
14E Jesus terminou, dizendo:
— Pois muitos são convidados, mas poucos são escolhidos.
1. LEITURA
Que diz o texto?
ü Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
Por meio de que falava Jesus? O que se assemelha a um rei que preparou uma festa de casamento? Como respondem os convidados à mensagem que lhes foi enviada? A quem foi mandado um recado depois que os primeiros convidados não aceitaram o convite? Quem o rei notou ao entrar para ver seus convidados? Qual foi a ordem que deu em relação a ele?
ü Algumas pistas para compreender o texto:
Pe. Damian Nannini
Esta parábola consta de um título (v. 2), duas seções (vv. 3-7 e 8-13) e um epílogo (v. 14). O título antecipa que se vai comparar o Reino dos céus com um rei que celebra uma festa de casamento para seu filho. Não é difícil identificar o rei com Deus, e seu filho com Jesus, a quem Mateus já havia apresentado como noivo (9.15) e a quem a esperança cristã aguarda como noivo celestial no fim dos tempos (Mt 25.1-13; 2Cor 11.2; Ap 19.7-9; 21.2,9). Pois bem, observemos com A. Rodríguez Carmona, doutor em teologia bíblica, que o rei é o verdadeiro protagonista, o único que fala e domina toda a ação: é o Senhor da História da Salvação.
Quanto às duas seções, ambas começam com a indicação do envio dos empregados a fim de chamar as pessoas. Mais precisamente, a primeira seção (22.3-7) faz referência a dois chamados ou convites do Rei para a festa de casamento de seu filho. É interessante observar que o texto grego diz literalmente que os empregados são enviados “a chamar os chamados (convidados)”. Equivale a dizer que já haviam sido convidados previamente e que agora são avisados de que já está tudo preparado e que devem comparecer à festa. A resposta dos “chamados-convidados” é uma simples negativa: não querem ir. Há um segundo convite quando tudo está “prestes” a começar. A este chamado alguns respondem desculpando-se, outros agredindo os empregados. Do ponto de vista alegórico, o primeiro chamado ou convite seria aquele dirigido ao povo judeu por parte dos profetas; o segundo é aquele feito por Jesus e pelos apóstolos. Ambos recebem como resposta a rejeição; e no último caso, soma-se a violência, que inclui o crime. Isto provoca a ira do Rei, que manda destruir a cidade, o que seria uma referência à destruição de Jerusalém no ano 70 d. C. Como comenta Urlich Luz, este acontecimento indica que “a história da relação de Deus com Israel parecer ter chegado a seu fim”.
A segunda seção (22.8-13) começa inesperadamente indicando que, diante da negativa dos “legítimos” convidados, o rei reage com novo envio dos empregados para que convidem nas saídas ou encruzilhadas dos caminhos todos quantos encontrarem. Em seguida especifica que os empregados convidaram quantos encontraram, maus e bons, de modo que o salão de festas ficou cheio de gente. Esta menção aos maus e bons nos lembra a atitude do Pai celestial, que dá o sol e a chuva a todos, sem distinção (cf. Mt 5.45).
Este terceiro chamado, dirigido aos não previamente convidados, alude ao convite que Deus faz aos gentios, aos que estão fora da cidade, na saída dos caminhos, para que participem do banquete do Reino.
A cena final, a do homem que não usava roupas de festa e que por isso foi expulso, serve para complementar ou esclarecer o que foi dito anteriormente: que se convidaram bons e maus. O traje de festa, se o relacionarmos com as parábolas anteriores, parece simbolizar o cumprimento da vontade de Deus ou os frutos de boas obras. Os padres da Igreja costumavam identificar o traje com a santidade de vida ou com a graça. Ou seja, tal como nas parábolas do trigo e do joio, e da rede de pesca (cf. Mt 13.37-43,49), aqui se nos ensina que, no tempo presente, encontraremos no Reino a presença de bons e maus. Contudo, os maus, ou seja, os que não se converteram (não vestem as roupas de festa), no dia do juízo final, como a vinda do Reino definitivo, findarão por ser jogados “fora, na escuridão. Ali eles vão chorar e ranger os dentes de desespero”. Esta última frase remete indiscutivelmente à condenação escatológica, do juízo final, pois é neste contexto que a encontramos em outros lugares do mesmo evangelho de Mateus (cf. 8.12; 13.42,50; 24.51; 25.30).
O epílogo (v. 14) é um refrão que sintetiza a mensagem da parábola: para salvar-se, para ser do grupo dos escolhidos, não basta ter sido convidado-chamado: é preciso responder efetivamente a esse chamado.
O que o Senhor me diz no texto?
Uma primeira reflexão brota do sentido da parábola no contexto do evangelho de Mateus, tal como o expusemos acima. Trata-se de uma chamada de atenção para todos os cristãos, a fim de que respondamos coerentemente à vocação ou ao chamado recebido de Deus. A eleição gratuita, da parte de Deus, implica o chamado a uma resposta fiel, à produção de frutos de boas obras.
Uma segunda reflexão surge do contexto litúrgico das leituras, em particular da imagem comum, presente na primeira leitura e no evangelho. Fala-se do reino de Deus como de uma festa de casamento, o que implica um caráter divertido e alegre. Já não se trata de trabalhar na vinha, mas de desfrutar um banquete magnífico. Isto confere um matiz positivo tanto à missão dos empregados quanto ao conteúdo da missão: trata-se de convidar para uma festa, de convidar a participar da alegria do encontro com Deus. Por fim, trata-se do “evangelho”, da boa-nova.
Para concluir, o Evangelho continua convidando a chamar outros para a bela festa, tal como partilha conosco o Papa Francisco: “Por fim, frisamos que a evangelização está essencialmente relacionada com a proclamação do Evangelho àqueles que não conhecem Jesus Cristo ou que sempre o recusaram. Muitos deles buscam secretamente a Deus, movidos pela nostalgia do seu rosto, mesmo em países de antiga tradição cristã. Todos têm o direito de receber o Evangelho. Os cristãos têm o dever de o anunciar, sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete apetecível. A Igreja não cresce por proselitismo, mas ‘por atração’ (EG 14).
“A Igreja ‘em saída’ é a comunidade de discípulos missionários que ‘primeireiam’, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam. Primeireiam – desculpai o neologismo –, tomam a iniciativa! A comunidade missionária experimenta que o Senhor tomou a iniciativa, precedeu-a no amor (cf. 1Jo 4.10), e, por isso, ela sabe ir à frente, sabe tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos. Vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia, fruto de ter experimentado a misericórdia infinita do Pai e a sua força difusiva. Ousemos um pouco mais no tomar a iniciativa!” (EG 24).
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Como Jesus me chamou? De que modo lhe respondo? Sinto a alegria de pertencer aos discípulos missionários do Senhor? Transmito a alegria do Evangelho? Participo dos projetos de evangelização em minha paróquia ou grupo de jovens?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Jesus, tu és…
a palavra a ser proclamada,
a verdade que deve ser dita,
a luz que deve ser acesa,
a vida que se deve viver,
o amor que deve ser amado.
Jesus, tu és…
a alegria a ser compartilhada,
a paz que se deve dar,
o pão de vida que se deve comer.
Jesus, tu és…
o faminto que deve ser alimentado,
o sedento que deve ser saciado,
o nu que deve ser vestido,
o sem-teto que é preciso acolher,
o solitário que deve ser amado,
o desprezado que deve ser acolhido.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, em minha vida, os ensinamentos do texto?
“Senhor, quero usar sempre as roupas de festa da salvação”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Esta semana, convido minha família ou grupo de jovens para rezar pelo trabalho dos missionários no mundo e por aqueles que ainda não aceitaram participar desta festa do amor de Deus.
“Entra neste Sagrado Coração como convidado ao banquete de amor de teu único e perfeito amigo,
que quer embriagar-te com o deleitável vinho de seu puro amor.”
Santa Margarita Maria