Marcos 12,28-34
8 de junho de 2017Partilhar com amor e confiança. (Mc 12, 38-44)
10 de junho de 2017Quando Jesus estava ensinando no pátio do Templo, perguntou:
— Como podem os mestres da Lei ensinar que o Messias é descendente de Davi? Pois Davi, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu:
“O Senhor Deus disse ao meu Senhor:
‘Sente-se do meu lado direito, até que eu ponha os seus inimigos debaixo dos seus pés.’ ”
O próprio Davi chama o Messias de Senhor. Portanto, como é que o Messias pode ser descendente de Davi?
Com muita confiança e liberdade, peçamos ao Espírito Santo que conduza a nossa oração.
O texto proposto para hoje é bem curto, contudo podemos retirar dele uma mensagem muito oportuna.
Deus não cabe e não se enquadra nos esquemas que nós arranjamos para Ele.
Quando delimitamos as ações de Deus, reduzimos sua grandeza à nossa pequenez e, quando o associamos a ações muito espetaculosas e teatrais, utilizamos seu nome para nos vangloriarmos.
Jesus alerta as pessoas que o estão ouvindo para o perigo de os homens determinarem como Deus deverá agir na história. Ele se utiliza da própria escritura para apontar essa contradição.
Muitas vezes, também caímos na tentação de utilizar o nome de Deus para nossas conveniências. Um exemplo singelo é o da mãe que, para conter as peraltices do filho, diz-lhe que Deus o está vendo e não está gostando, que Ele vai castigá-lo etc. Já um exemplo hipócrita é a utilização do nome de Deus para extorquir dinheiro de pessoas simples.
Entre os dois extremos existem vários graus da utilização em vão do nome de Deus.
Acontece que a linguagem humana, apesar de ser algo maravilhoso e ter permitido a grande evolução da raça, não é suficiente para descrever Deus na sua totalidade.
Mesmo os profetas sendo inspirados pelo Espírito Santo e dizendo verdades profundas, dizem-nas num determinado espaço e tempo. A linguagem propícia para expressar uma verdade num momento histórico pode não ser adequada para um outro momento histórico.
Nós vamos avançando na história e podemos, paulatinamente, compreender melhor a transcendência de nossa existência. Jesus, no texto de hoje, dá um passo importante nessa direção, pois alarga a compreensão de quem é o Messias. Ele não poderia ser um descendente de Davi, uma vez que era seu Senhor.
Talvez para nós, hoje, é fácil compreender que o Messias, o Filho do Deus Vivo, já existia antes de Davi e, portanto, não poderia ser seu descendente. No entanto, para aquelas pessoas isso representava uma novidade e Jesus a explica de forma muito simples e compreensível.
Daí decorre uma razão importante para orarmos com a Palavra constantemente. Ela precisa ser atualizada para o momento histórico em que vivemos, tanto no aspecto pessoal como no aspecto comunitário. Na oração, simples e verdadeira, podemos, pelo Espírito, compreender melhor qual é a vontade de Deus para nós.
Por tudo isto, Espírito Santo, peço que me ajude a manter minha mente aberta e arejada, de tal forma que você possa soprar, e eu possa captar as verdades que necessito conhecer. Que eu seja rigoroso em praticar o amor, mas suficientemente flexível para saber expressá-lo nas mais diversas situações em que me encontrar, não permitindo que o orgulho, o preconceito e o medo possam inibir minhas ações. Quero estar atento e com disposição para assumir as mudanças necessárias para compreender melhor sua vontade em meu caminho.
Maria, mãezinha querida, acompanhe-nos nesta caminhada, mostrando-nos sempre o caminho que nos conduz a seu Filho. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte