Reino de Deus (Lc 13,18-21)
27 de outubro de 2015“Hoje, amanhã e depois de amanhã”
29 de outubro de 2015Naquela ocasião Jesus subiu um monte para orar e passou a noite orando a Deus. Quando amanheceu, chamou os seus discípulos e escolheu doze deles. E deu o nome de apóstolos a estes doze: Simão, em quem pôs o nome de Pedro, e o seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Simão, o nacionalista; Judas, filho de Tiago; e Judas Iscariotes, que foi o traidor.
Jesus desceu do monte com eles e parou com muitos dos seus seguidores num lugar plano. Uma grande multidão estava ali. Era gente de toda a Judeia, de Jerusalém e das cidades de Tiro e Sidom, que ficam na beira do mar. Eles tinham vindo para ouvir Jesus e para serem curados das suas doenças. Os que estavam atormentados por espíritos maus também vieram e foram curados. Todos queriam tocar em Jesus porque dele saía um poder que curava todas as pessoas.
Um dos aspectos da vida de Jesus que sempre me encanta é a coerência. Uma coerência que lhe confere surpreendente autoridade.
Nesse sentido, destacam-se das narrativas do evangelho expressões como: “Quando Jesus acabou de falar, as multidões estavam admiradas com a sua maneira de ensinar. Ele não era como os mestres da Lei; pelo contrário, ensinava com a autoridade dele mesmo” (Mt 7, 28-29) ou “E todas as pessoas que o ouviam ficavam muito admiradas e diziam: — Tudo o que faz ele faz bem; ele até mesmo faz com que os surdos ouçam e os mudos falem!” (Mc 7, 37).
Pois bem, a leitura do trecho do evangelho proposto para hoje se inicia dizendo que em uma ocasião Jesus subiu num monte para orar e passou a noite orando a Deus, para, logo em seguida, descrever vários feitos de Jesus, iniciando pela escolha dos doze apóstolos e terminando por dizer que dele saía um poder que curava todas as pessoas.
Em diversas situações, Jesus nos incentiva a orar e nisso, de maneira especial, Ele se mantém coerente com o que prega. Os evangelistas, em diversas passagens, acentuam os momentos de oração de Jesus, demonstrando-nos o quanto esta atitude ficou marcada na vida de seus seguidores.
Antes dos momentos decisivos de sua vida, Ele orava. Foi assim antes de sua paixão, morte e ressurreição, quando Ele fez uma de suas orações mais famosas: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice de sofrimento! Porém que não seja feito o que eu quero, mas o que tu queres” (Lc 22,42).
A oração de Jesus passa, quase que invariavelmente, pelo caminho da humildade e assim Ele nos ensinou na oração do Pai Nosso: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.”
No trecho do evangelho de hoje, também podemos perceber esse caminho de humildade advindo da oração de Jesus, pois Ele, após uma noite orando ao Pai, escolhe os doze que o ajudariam de forma mais próxima e dedicada à evangelização.
Ora, o Filho de Deus, na condição humana que assumiu, percebe que sua tarefa de evangelizar necessitava de ajudantes, após uma noite de oração. Pois bem, esta me parece a principal chave para nossa oração de hoje: temos escutado com atenção o que Deus quer de nós? Temos assumido os caminhos que Deus nos indica?
Muitas vezes, procuramos ser maiores do que realmente somos, em outras vezes, escondemos nossos dons por vergonha ou falsa humildade. A oração é fonte para podermos encontrar o equilíbrio entre uma coisa e outra e, dessa forma, aproximarmo-nos do Mestre, agindo com autoridade, fazendo bem todas as coisas, curando muitos que se aproximam atormentados por maus espíritos, deixando o poder de Deus emanar de nossas ações.
Maria, querida mãe, mulher orante e serva obediente, acompanhe-nos em nossas orações, sempre nos ensinando a fazer tudo o que Jesus Cristo nos mandar. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte