Guardar a palavra, viver a palavra. (Jo 14, 21-26)
15 de maio de 2017Ramos e frutos na videira para a glória do lavrador (João 15, 1-8)
17 de maio de 2017Leitura: João 14, 27-31a
Jesus disse:
— Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo. Vocês ouviram o que eu disse: “Eu vou, mas voltarei para ficar com vocês.” Se vocês me amassem, ficariam alegres, sabendo que vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Digo isso agora, antes que essas coisas aconteçam, para que, quando acontecerem, vocês creiam. Não posso continuar a falar com vocês por muito tempo, pois está chegando aquele que manda neste mundo. Ele não tem poder sobre mim; mas o mundo precisa saber que eu amo o Pai e que, por isso, faço tudo o que ele manda.
Oração:
O evangelista João traz um grande discurso de Jesus antes da Paixão. Nele, o evangelista retoma tudo que de mais importante Jesus de algum modo quis deixar claro para seus amigos logo antes de morrer. Percebo em Jesus uma urgência. Ele, que ensinava pelo caminho e instruía com parábolas, decide falar claramente. Na oração, devo perguntar-me: Senhor, que é aquilo que o Senhor deseja que eu compreenda logo? Que é aquilo que o Senhor deseja que eu entenda depressa? Qual parte do seu amor o Senhor quer que eu saboreie hoje, imediatamente?
“Não fiquem aflitos, nem tenham medo”. Jesus sabe que o que vão viver dali a algumas horas será difícil. Será doloroso sobretudo para ele próprio. Ele sabe que seus amigos só entenderão tudo depois, bem depois. Só entenderão tudo quando ele tiver voltado. Só entenderão quando o Espírito lhes recordar. Por isso os adverte. Deus sabe que também eu demoro a entender. Eu também levo tempo para compreender que, apesar de tudo, Deus está presente. Demoro a perceber que, apesar das dores, dos sofrimentos, das tristezas, das angústias, a vida não termina porque o Amor a garante. Porque me conhece e sabe que eu demoro a compreender sua Vida em mim, Ele diz também a mim: “Não fique aflito, nem tenha medo”.
“Se vocês me amassem, ficariam alegres, sabendo que vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu”. Jesus sabia aonde ia, para onde retornava. Por isso, apesar da dor, dizia que os discípulos, ao invés de tristeza, deveriam se alegrar. Peço ao Espírito que ilumine meu caminho, minha mente e meu coração, a fim de que eu consiga ver aonde devo ir sempre: ao Pai, que é maior que Jesus e certamente bem maior que eu. A vida dá medo quando estamos acompanhados por iguais, quando parece que Deus é só mais um ao lado, alguém que também pode ser derrubado, abatido, silenciado. Peçamos que o Espírito aja e nos recorde que o Pai é maior. Não é ao lado de alguém igual que caminhamos. Não. Na vida daqui e na de lá estamos acolhidos por Alguém beeeem maior!
“O mundo precisa saber que eu amo o Pai”. A vida de qualquer discípulo está recheada de cruzes. Aceitar o convite ao seguimento é também se dispor a abraçar as dificuldades. Se não tivermos fresca na mente a razão de nossa caminhada, questionaremos cada pedra e preferiremos não seguir mais. Peçamos ao Espírito que nos lembre também das razões do nosso seguimento. Quando enxergamos quem seguimos, conseguimos dizer, com ele: “O mundo precisa saber que eu amo o Pai”. Senhor, parece realmente que o mundo precisa saber que O amamos. Parece que precisam saber que amamos Alguém maior… Ajude-nos a demonstrar nosso amor de filhos tão pequenos!
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte