Nunca ouvi ninguém falar como Ele. (Jo 7, 40-53)
1 de abril de 2017“Eu Sou Quem Sou” (Jo 8,21-30)
4 de abril de 2017Evangelho – Jo 8,1-11
1Depois todos foram para casa, mas Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2De madrugada ele voltou ao pátio do Templo, e o povo se reuniu em volta dele. Jesus estava sentado, ensinando a todos. 3Aí alguns mestres da Lei e fariseus levaram a Jesus uma mulher que tinha sido apanhada em adultério e a obrigaram a ficar de pé no meio de todos. 4Eles disseram:
— Mestre, esta mulher foi apanhada no ato de adultério. 5De acordo com a Lei que Moisés nos deu, as mulheres adúlteras devem ser mortas a pedradas. Mas o senhor, o que é que diz sobre isso?
6Eles fizeram essa pergunta para conseguir uma prova contra Jesus, pois queriam acusá-lo. Mas ele se abaixou e começou a escrever no chão com o dedo. 7Como eles continuaram a fazer a mesma pergunta, Jesus endireitou o corpo e disse a eles:
— Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher!
8Depois abaixou-se outra vez e continuou a escrever no chão. 9Quando ouviram isso, todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos. Ficaram só Jesus e a mulher, e ela continuou ali, de pé. 10Então Jesus endireitou o corpo e disse:
— Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para condenar você?
11— Ninguém, senhor! — respondeu ela.
Jesus disse:
— Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais!
Sempre tenho o hábito de rezar esse evangelho meditando sobre a necessidade de não julgar ou outro. Reflito sobre os momentos em que somos tentados a julgar, e medito sobre como direcionar minhas ações para conseguir abandonar esse hábito.
Hoje, porém, sinto necessidade também de me colocar no lugar da mulher que estava sendo julgada. Certamente o pecado por ela cometido era grave, pois seria morta por apedrejamento, mas Jesus não a condenou. Isso mostra dois elementos importantes para nossa reflexão.
Primeiramente o que chama atenção é que a lei de Jesus, realmente, não se assemelha às leis dos homens. Ele mostrou que ninguém naquele recinto teria autoridade de apontar defeitos, pois todos também viviam cometendo pecados. O único ali que conseguiu ler o olhar de arrependimento daquela mulher foi Jesus. Enquanto todos viam a pecadora, Jesus vê o ser humano, viu profundamente as razões de suas ações e o estado como se encontra o seu coração naquele momento. Ele recebeu o arrependimento daquela mulher com amor. Recebeu-a em seu coração do jeito que ela era, pois Sua lei é a lei do Amor. Amor em primeiro lugar.
Um segundo elemento que chama a atenção é o fato de a mulher não ter ido embora, mesmo após a ida daqueles homens. Só foi após a frase final de Jesus. Ela poderia ter saído correndo quando viu que os outros todos saíram, mas não. Interessava a ela o que Jesus tinha a dizer. Penso, inclusive, que isso era o mais importante para ela. Ela não poderia se esquivar da opinião dos que a rodeavam, mas, tendo estes ido embora, ela não precisava ficar ainda à espera. Se ficou, era porque se importava com que poderia ouvir dele.
Fico pensando como seria nossa vida se nos preocupássemos mais com o que Jesus pensa de nossas ações que com o que os demais pensam. Deixamos de viver determinadas coisas só porque podemos ser reprovados pelas outras pessoas. A sociedade cria regra de convivência, de aparência e nos obriga a seguir. Quando vemos, estamos sufocados por um conjunto de atitudes que não fazem o menor sentido para nosso coração.
São tantas as conveniências e tantas pessoas a agradar que, se não tivermos clareza sobre o projeto de Deus para nossa vida, acabamos nos perdendo. Se, por outro lado, nós mirarmos nossas ações nos conselhos de Jesus, no que Ele nos fala ao coração, não há como nossa vida dar errado. Saber-nos acolhidos sempre pelo coração amoroso de Jesus, é o único combustível de que precisamos para conduzir nossa vida.
Pensemos hoje, ao longo de nossas ações, em como podemos nos desvencilhar das cadeias sociais que enclausuram o que temos de melhor para viver a liberdade e a MISERICORDIA do Amor de Deus. Que possamos entender que, antes das regras dos homens, está o Amor de Deus por nós. Amor este que, certamente, não nos colocará em situações de risco perante as principais regras humanas. Ao contrário, fará com que não entremos em contradição com o que, de fato, vale a pena.
Amém.
Ana Paula Ferreira – Família Missionária Verbum Dei
Evangelho – Jo 8,1-11