Humildade para ser sal e luz (Mt 5, 13-16)
10 de junho de 2014Tanformar realidades de morte em situações que geram vida (Mt 5,20-26)
12 de junho de 2014Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Em vosso caminho, anunciai: `O Reino dos Céus está próximo’. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar! Não leveis ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas nem sandálias nem bastão, porque o operário tem direito ao seu sustento. Em qualquer cidade ou povoado onde entrardes, informai-vos para saber quem ali seja digno. Hospedai-vos com ele até a vossa partida. Ao entrardes numa casa, saudai-a. Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; se ela não for digna, volte para vós a vossa paz.
Jesus continua dando conselhos. Diz o que fazer e como fazer. E é bonito perceber que os discípulos levam isso a sério. Se lermos a passagem que está em Atos (At. 3,6), perceberemos que Pedro seguiu exatamente as palavras de Jesus. Repete os atos e as palavras!
Depois de ler várias vezes a passagem, deixo que ressoe em mim a frase que mais me chama a atenção: Não leveis ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas nem sandálias nem bastão, porque o operário tem direito ao seu sustento. Experimento um convite a não acumular. Não acumular coisas, nem afazeres, nem nada… Mas ao mesmo tempo a garantia do sustento. Mas será que com isso Deus me diz que tenho que me acomodar? Que as coisas irão cair do céu? Que não preciso planejar?
Acho que não. É preciso planejar, se prevenir, em todos os âmbitos: financeiro, espiritual, psicológico, intelectual. Mas às vezes exageramos. E o exagero não tem nos feito bem. Nossa sociedade sofre as consequências da acumulação e da má distribuição. A insegurança nos leva a pensar que precisamos cada vez de mais. E essa lógica nos exercita a olhar somente para nós mesmos e para as nossas necessidades, sem nos abrir às necessidades do outro.
E a primeira forma de me distanciar da necessidade do outro é dizer que o outro não merece. E Jesus tem a dizer a respeito disso também: Ao entrardes numa casa, saudai-a. Ao entrar na vida do outro, saúde-a! Ofereça o seu melhor! Mas e se o outro não merecer? E se entrar na casa do outro supuser pra mim um grande esforço? Um esforço que eu acho que o outro não merece? Se ela não for digna, volte para vós a vossa paz.
Quando ofereço o meu melhor, o outro colhe os frutos, mas eu também colho. O fruto de se dar sem reservas, sem raciocínios, sem análise de merecimento é a PAZ.
Que possamos descobrir na oração o que é, na nossa vida, anunciar que o Reino dos Céus está próximo. Que possamos reconhecer isso primeiro, para depois anunciar. Que possamos reconhecer o Amor em tudo que nos rodeia. Que nos deixemos interpelar por Deus. Quais são as casas a que Ele me envia? Que tipo de saudação quer que eu leve?