Deixa a figueira ainda este ano (Lucas 13,1-9)
26 de outubro de 2013Lc 6, 12-19
28 de outubro de 2013PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Santo e divino Espírito!
Já não quero viver para mim;
Desejo consagrar minha vida
a agradar-vos e a amar-vos por inteiro.
Suplico-vos que me concedais o dom da oração.
Vinde, vós mesmo, ao meu coração,
e ensinai-me a orar
seguindo vossa inspiração.
Dai-me fortaleza para ser constante,
e superar o cansaço e a aridez.
S. Afonso Maria de Ligório
(fragmento) [1]
TEXTO BÍBLICO: Lucas 18.9-14
O fariseu e o cobrador de impostos
Jesus também contou esta parábola para os que achavam que eram muito bons e desprezavam os outros:
10— Dois homens foram ao Templo para orar. Um era fariseu, e o outro, cobrador de impostos. 11O fariseu ficou de pé e orou sozinho, assim: “Ó Deus, eu te agradeço porque não sou avarento, nem desonesto, nem imoral como as outras pessoas. Agradeço-te também porque não sou como este cobrador de impostos. 12Jejuo duas vezes por semana e te dou a décima parte de tudo o que ganho.”
13— Mas o cobrador de impostos ficou de longe e nem levantava o rosto para o céu. Batia no peito e dizia: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!”
14E Jesus terminou, dizendo:
— Eu afirmo a vocês que foi este homem, e não o outro, que voltou para casa em paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será engrandecido.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Pe. Daniel Kerber
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
Por que Jesus conta esta parábola? Que diferenças descobre entre a atitude que assumem o fariseu e o publicano no momento da oração? Que acontece com quem se engrandece?
ü Algumas considerações para uma leitura proveitosa…
O texto de hoje continua com o ensinamento sobre a oração que começara no evangelho do domingo passado com a parábola do juiz injusto e da viúva. Desta vez, o ensinamento é sobre a necessidade da humildade na oração e a resposta de Deus a esta atitude humilde.
Como na parábola anterior, também aqui encontramos três partes: uma introdução (v. 9), a parábola (vv. 10-13) e a aplicação (v. 14).
A introdução mostra o motivo por que Jesus ensina: há quem se considere justo e despreze os demais. No entanto, Jesus, que não exclui ninguém, usa a parábola para contrapor sua maneira de agir. As personagens da parábola são percebidas pelos ouvintes como as pessoas mais opostas: os fariseus eram “os conhecedores e cumpridores da lei”, “os piedosos”, enquanto os cobradores de impostos eram considerados pecadores, trapaceiros e colaboradores dos odiados romanos.
A oração do fariseu começa bem: agradece. Contudo, mesmo que suas ações sejam boas, sua oração está concentrada no fato de ele ser o “justo”, incomparavelmente melhor do que “este cobrador de impostos”. Sua “oração” converte-se em prova de sua vaidade e soberba.
Em contrapartida, o publicano apresenta-se no extremo oposto: tem consciência de sua pobreza e que não ter “méritos” para apresentar-se diante de Deus. Isto é expresso por meio de gestos de arrependimento (“ficou de longe”, “nem levantava o rosto para o céu” e “batia no peito”, como quem queria abrandar um coração endurecido).
A oração do publicano é simples: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador”. O orante reconhece a Deus, reconhece a si mesmo como “pecador” e clama pela compaixão, misericórdia e perdão que são próprios de Deus.
Na aplicação se revela a terceira personagem da parábola: o próprio Deus, que torna justo (justifica) quem se reconhece humildemente como pecador, pede perdão e se converte. No entanto, o fariseu não está pedindo nada a Deus, porque ele mesmo já se crê justo através das obras que cumpre. A última frase – “Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será engrandecido”– abre a aplicação da parábola a todos.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
Comecemos nossa meditação com as palavras do Santo Padre Francisco, no dia 14 de junho de 2013, em sua eucaristia matutina:
“Sem humildade, sem a capacidade de reconhecer publicamente os próprios pecados e a própria fragilidade humana, não se pode alcançar a salvação nem pretender anunciar Cristo ou ser suas testemunhas. Isto vale também para os sacerdotes: os cristãos devem-se recordar sempre que a riqueza da graça, dom de Deus, é um tesouro para ser conservado em ‘vasos de barro’ a fim de que seja claro o poder extraordinário de Deus, do qual ninguém se pode apropriar ‘para o seu currículo pessoal’”[2]
Agora perguntemo-nos:
Quando oro, qual é minha atitude? Reconheço minha fragilidade? Sinto-me superior aos demais?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Senhor, conheces minha debilidade.
Cada manhã, faço o propósito de praticar a humildade,
e à noite reconheço que voltei a cometer muitas faltas de orgulho.
Ao perceber isto, tenta-me o desalento,
mas sei que o desalento é também uma forma de orgulho.
Por isso, quero, meu Deus,
fundar minha esperança somente em Ti.
Para alcançar esta graça de tua infinita misericórdia,
repetirei muitas vezes:
Jesus, manso e humilde de coração, faze meu coração semelhante ao teu! [3]
Santa Teresa de Lisieux (fragmento)
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Preciso de ti, Senhor:
“Obrigado por tua misericórdia!”
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
O evangelho deste domingo convida-nos a reconhecer-nos frágeis e pequenos perante o Senhor, mas também a agir de acordo com esta condição.
Em que momentos e com que pessoas devo ser mais humildes? Em meu trabalho pastoral, mostro, com minha simplicidade, o rosto de Jesus? Como posso mostrar meu agradecimento a Deus por tudo o que Ele me concede?
“Jesus, manso e humilde de coração, faze meu coração semelhante ao teu!”
Santa Teresa de Lisieux
[2] http://www.vatican.va/holy_father/francesco/cotidie/2013/po/papa-francesco_20130616_meditazioni-11_po.html