Duas recompensas
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Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. Vós deveis rezar assim: Pai Nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”.
Oração:
No início da oração, chama a minha atenção o último versículo: “vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”. A afirmação de Jesus, num primeiro momento, destoa da imagem que tenho de sua grande mensagem. O Pai não é quem está sempre de braços abertos para os filhos arrependidos? (Lc 15, 11-32) Seu perdão é condicionado a que perdoemos? Tem limites em mim a misericórdia do Pai?
Sinto que não. Sinto que seu perdão está sempre quando eu reconheço minhas falhas e desejo voltar ao Seu caminho. Seu perdão me alcança e me recebe sempre que eu consigo olhar a minha pequenez e entendo o mal que os meus desvios causam. Quando eu olho para dentro, entendo que minhas falhas, minhas má atitudes e minhas omissões não são frutos de um desejo grande de causar o mal, mas decorrência da minha fragilidade e olhar turvo.
Por esse caminho, entendo o que Jesus está dizendo. O Pai quer sempre me perdoar. Para que Ele me abrace, eu preciso ter percorrido esse caminho de olhar para dentro, ver como por dentro está enlamaçado e como essa lama tantas vezes suja também por fora. Quando eu faço esse caminho, o perdão do Pai, sempre disponível, tem lugar na minha vida. E mais: quando eu eu faço esse caminho, só posso também perdoar quem me ofende, faz mal e atrapalha, pois reconheço que ele leva dentro de si lama bem parecida com a que eu trago dentro de mim.
Na oração de hoje, o Espírito nos ajude a perceber que o verdadeiro arrependimento, que nos lança nos braços do Pai, sempre passa pelo perdão das ofensas que nos são feitas, porque o arrependimento é fruto da compreensão de que somos, todos, barro. E quando nos damos conta de que somos barro, o Pai, que é Nosso, sopra em nós Sua vida.
João Gustavo H. M. Fonseca – estudante de Direito na UFMG e membro da Família Verbum Dei de BH