V Domingo do Tempo comum – Ano C 7 de fevereiro de 2016
7 de fevereiro de 2016No essencial de Deus (Marcos 7,1-13)
9 de fevereiro de 2016“Jesus e os discípulos atravessaram o lago e chegaram à região de Genesaré, onde amarraram o barco na praia. Quando desceram do barco, o povo logo reconheceu Jesus. Então, eles saíram correndo por toda aquela região, começaram a trazer os doentes em camas e os levavam para o lugar onde sabiam que Jesus estava.
Em todos os lugares aonde ele ia, isto é, nos povoados, nas cidades e nas fazendas, punham os doentes nas praças e pediam a Jesus que os deixasse pelo menos tocar na barra da sua roupa. E todos os que tocavam nela ficavam curados.”
A primeira leitura de hoje fala do transporte da Arca da Aliança para o Templo de Jerusalém, construído pelo rei Salomão. A Arca levava dentro as Tábuas da Lei, da aliança que Deus fez com o povo de Israel através de Moisés no Monte Sinai. Ela foi depositada no Lugar Santíssimo do Templo, e representava para o povo a presença de Deus em meio a eles.
No Evangelho, contemplamos Jesus, que chega com os discípulos à região de Genesaré e percorre povoados, cidades e fazendas. Todos os que tocam na barra de sua roupa ficam curados. Colocar-nos na cena e ver cada detalhe. Com quem nos identificamos? Com Jesus? Com os discípulos que estão com Ele? Com o povo que leva os doentes a ele? Com os que O recebem em sua casa? Com os doentes?
Jesus atravessa o lago, com os perigos que isso representava. Ele atravessa a nossa vida com suas calmarias e suas turbulências. Ao chegar a Genesaré, o povo o reconhece. E eu? Reconheço sua passagem? Reconheço sua presença tantas vezes ao longo do dia?
Quem O reconhece sai correndo para trazer pessoas que precisam dEle à sua presença. Qual a minha urgência de evangelizar? Qual a minha urgência de trazer pessoas a Jesus?
Quem são os doentes de hoje? Quem são aqueles que precisam de ser levados até onde Jesus está? De quais males sofrem? Quais as suas cegueiras, paralisias, limitações? E as minhas?
Houve os que acolheram Jesus em casa em tantos lugares por onde Ele passou. Contemplar a cena: Jesus aí e muita gente vindo até Ele. Acolher Jesus é acolher todos os que vêm com Ele. Como é isso para mim? Relaciono Jesus com os que vêm com Ele e os acolho da mesma forma que quero acolher a Ele? E quem são estes? Como são? Como estão? O que buscam? Do que precisam?
Ver as pessoas tocando a barra da roupa de Jesus e ficando curadas. Não levar tanto para o milagre, o espetacular, mas perceber que em Jesus um Deus próximo. Ele é o Emanuel, Deus Conosco, que está em toda cidade, povoado e fazenda. O Templo não é mais num lugar, mas em todo lugar, em cada pessoa que O acolhe. Ver a Igreja – não a construção, mas a Igreja Povo de Deus – como a Nova Arca da Aliança, que traz Jesus, O Filho, o único Mediador entre Deus e os seres humanos, a Nova Lei – O Amor –, a Nova e Eterna Aliança.
A Igreja, onde estiver, é presença viva de Jesus Cristo que cura e liberta a todos os que se aproximam. Eu sou Igreja, eu faço parte do Corpo de Cristo. Contemplar a maravilha deste mistério, pura graça: quem se aproxima de mim se aproxima do Senhor. Por onde passo – cidades, fazendas, povoados – levo a Presença dEle. Minha presença também pode ser curativa e restauradora na vida de alguém.
Tomar consciência disso e perguntar ao Senhor na oração: Senhor, como é viver com esta consciência? Da mesma forma que o Povo Israel ritualizou, celebrou e preparou a passagem e a presença da Arca, como cuido do meu corpo e da minha vida sabendo que é esta presença do Senhor para as pessoas?
Agradecer ao Pai nos dar o Seu Filho, um Deus tão perto de nós, humano como nós! “Tão perto de mim, tão perto de mim que até O posso tocar!” Agradecer pelo dom do Espírito que faz de nós presença do Senhor. Agradecer pela Igreja, Corpo de Cristo, nova Arca da Aliança de Deus com Seu povo pelo Filho, que nos faz filhos no Filho. E pedir a Maria, que carregou Jesus em seu ventre, que nos ensine a carregá-lo também no mais profundo de nós e a gerá-lo nas realidades por onde vivemos.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner.