A porta
27 de abril de 2015Luz
29 de abril de 2015Leitura: João 10,22-30
Houve então a festa da Dedicação, em Jerusalém. Era inverno. Jesus andava pelo Templo, sob o pórtico de Salomão. Os judeus, então, o rodearam e lhe disseram: “Até quando nos manterás em suspenso? Se és o Cristo, dize-nos abertamente”. Jesus lhes respondeu: “Já vo-lo disse, mas não acreditais. As obras que faço em nome de meu Pai dão testemunho de mim; mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna e elas jamais perecerão, e ninguém as arrebatará de minha mão. Meu Pai, que me deu tudo, é maior que todos e ninguém pode arrebatar da mão do Pai. Eu e o Pai somos um”.
Nossa identidade
Os judeus provocaram Jesus, com o intuito de que dissesse, não mais por parábolas, mas diretamente e sem rodeios, que era o Cristo, filho de Deus. Assim estaria mais fácil condená-lo por suposta blasfêmia. Parte de sua resposta, em especial, nos convida a uma profunda meditação na oração de hoje: Jesus diz que suas obras, feitas em nome do Pai, dão testemunho dele.
Somos parte de Deus, quando vivemos o seguimento de Cristo. Convidados a viver em santidade e a participar do Reino, precisamos pensar se, assim como Jesus, nossas obras dão testemunho de que participamos verdadeiramente de Deus, como instrumentos de sua vontade. O que fizemos ontem, e o que hoje fazemos, é matéria suficiente para sermos reconhecidos como filhos de Deus, independentemente do ambiente que frequentamos?
As obras de Jesus, feitas em nome do Pai, lhe dão identidade. Então, se Jesus nos foi enviado como aquele que nos revela o Pai, devemos viver de forma que nossas obras, feitas em nome de Jesus, também nos deem identidade. E nosso caminho de imitação de Cristo deve ser vivido no sentido de não precisarmos de qualquer outro reconhecimento do mundo, a não ser aquele que nos identifica pela prática do bem, e nos faz discípulos autênticos de Jesus, nosso mestre e Senhor.
Paulo nos lembra que nenhum de nós, como seguidores de Cristo, vive ou morre por si mesmo, mas vivemos para o Senhor e morremos para o Senhor, pois pertencemos ao Senhor (Romanos 14,7-8). Cuidemos então para que nossas obras sejam o nosso testemunho, para que também possamos dizer, como Paulo, que “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gálatas 2,20).
Marcelo H. Camargos – acadêmico de medicina na UFMG. Família Missionária Verbum Dei.