Um sinal maior que o esperado (Jo 6,1-15)
17 de abril de 2015Terceiro Domingo de Páscoa ou da Divina Misericórdia – Ano B
19 de abril de 2015Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles.
Soprava um vento forte e o mar estava agitado. Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo.
Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo.
Esta cena se dá após a multiplicação dos cinco pães e dois peixes, que alimentou uma multidão de cinco mil pessoas.
A narrativa deixou-me muito curioso, pois, após a multiplicação, Jesus se retira sozinho para a montanha e não se diz nada a respeito de algum acordo para que os discípulos fossem para Cafarnaum sem esperar pelo Mestre.
Porque eles partiram? Porque saíram ao cair da tarde, já quase escurecendo e sem a companhia de Jesus? Porque não esperaram Jesus voltar da montanha?
Penso que isto se passa muitas vezes conosco. Não combinamos com Jesus o que vamos fazer e iniciamos uma empreitada sem, antes, conversar com Ele a respeito. Muitas vezes pensamos que as coisas do dia a dia não precisam ser compartilhadas com Jesus ou, simplesmente, esquecemos de compartilhar com Ele.
Enquanto os discípulos de Jesus remavam, escureceu e o mar ficou agitado por um vento forte. Isto também acontece conosco, não é? Quantas vezes ficamos completamente no escuro e nos sentimos fortemente pressionados, sem saber direito o que fazer?
Apesar de muitos dos discípulos serem pescadores, parece que estavam perdidos, pois o evangelista narra, no versículo final, que quiseram, então, recolher Jesus, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo. Ora, se nem sabiam que estavam chegando é porque não deviam saber muito bem onde estavam.
Aqui podemos perceber algo maravilhoso de Jesus e que é real. Presenciamos muitas vezes em nossas vidas. Mesmo que o esqueçamos, que o deixemos para trás, que nos metamos em confusões, Ele continua nos procurando, nos encontrando e nos salvando. Do meio de nossos problemas, daquilo que julgamos impossível resolver, Ele surge e nos diz: “Sou eu. Não tenhais medo”.
Quando nossos olhos se abrem e percebemos, no meio de nossas dificuldades, Jesus nos dizendo para não termos medo, para confiarmos que Ele está lá, conseguimos encontrar saída, conseguimos chegar à outra margem, conseguimos terminar as travessias que iniciamos.
Deixemos, na oração de hoje, que o Espírito nos relembre situações que vivemos esta presença maravilhosa do Senhor em nossas vidas e, assim, aumente em nós a confiança de que Ele está sempre presente.
Maria, nossa mãe, nos ajuda a lembrarmos sempre de Jesus e a compartilhar com Ele tudo que vamos fazer. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte