O lavrador, a videira e os ramos (Jo 15, 1-8)
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O meu mandamento é este: amem uns aos outros como eu amo vocês. Ninguém tem mais amor pelos seus amigos do que aquele que dá a sua vida por eles. Vocês são meus amigos se fazem o que eu mando. Eu não chamo mais vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que o seu patrão faz; mas chamo vocês de amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi do meu Pai. Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi para que vão e deem fruto e que esse fruto não se perca. Isso a fim de que o Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome. O que eu mando a vocês é isto: amem uns aos outros.
Oração:
Para explicar aos discípulos como eles deveriam amar, pois deveriam amar como Jesus, Ele afirma, aludindo a si mesmo: ninguém tem mais amor pelos seus amigos do que aquele que dá a sua vida por eles.
Sim, Jesus morreria dentro em breve. Se nos perguntarem se morreríamos por alguém, talvez conseguíssemos dizer que sim, que morreríamos por meu filho, minha filha, meu marido, minha esposa, meu pai, minha mãe, meu melhor amigo ou melhor amiga… Talvez. Numa situação limite, se nos fosse permitido escolher morrer no lugar de outrem, talvez morrêssemos até por uma criança desconhecida cuja vida em risco nos comovesse.
O papo de Jesus talvez seja outro. Dar a vida, às vezes, é mais difícil que morrer. Dar a vida que temos, aplicar nossa vitalidade, gastar nosso tempo, investir nossa disponibilidade… isso é dar a vida, e como é difícil! Jesus não viveu egoisticamente para, num momento de altruísmo, se entregar. Não fez escolhas para si e para os seus durante toda a vida e, de repente, escolheu morrer por todos. Morrer por todos foi consequência de uma vida não vivida apenas para si e os mais próximos. Deu a vida quando estava vivo e ofertou a vida na morte.
Como não pensar que é este o convite que Ele nos faz? Ele disse que o mandamento d´Ele é este: amem uns aos outros como eu amo vocês. Seria possível ser poético sem se comprometer e exigir tanto. Essas palavras não pretendem somente ser belas. Jesus sabe a profundidade do pedido. Sabe da dificuldade de viver a proposta. Sabe das consequências. Mesmo assim, pede. Pede a mim: dê a vida por seus amigos. Pede a você: dê a vida por seus amigos. Gaste seu tempo; invista sua disponibilidade; dedique sua vitalidade; use sua vida; que seu corpo e sua alma amem de verdade.
E por quê? Para quê, Jesus? Ele mesmo diz: vocês são meus amigos se fazem o que eu mando. Que amigo autoritário, penso. Que amigo condicional. Mas aí me lembro de que meus melhores amigos só ordenam algo quando sabem que é necessário que eu faça aquilo, pois aquilo, mesmo que eu não consiga entender na hora, é o que há para se fazer de mais importante. Meus amigos não me mandam fazer coisas, mas, quando se trata de algo urgente ou de algo muito importante, talvez me deem ordens, e eu certamente atendo.
Na oração, peçamos a Jesus que entendamos a urgência e a importância de sua ordem: amem uns aos outros. E serão meu amigos…
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte