“As mulheres foram embora depressa do túmulo, pois estavam com medo, mas muito alegres. E correram para contar tudo aos discípulos. De repente, Jesus se encontrou com elas e disse:

– Que a paz esteja com vocês!

Elas chegaram perto dele, abraçaram os seus pés e o adoraram.

Então Jesus disse:

– Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos para irem à Galileia, e eles me verão ali.

Enquanto as mulheres ainda estavam no caminho, alguns dos soldados que estavam vigiando o túmulo voltaram para a cidade e contaram aos chefes dos sacerdotes tudo o que havia acontecido. Os chefes se reuniram com os líderes judeus e fizeram os seus planos. Então deram uma grande quantidade de dinheiro aos soldados e ordenaram o seguinte:

– Digam que os discípulos dele vieram de noite, quando vocês estavam dormindo, e roubaram o corpo. Se o Governador souber disso, nós vamos convencê-lo de que foi isso mesmo o que aconteceu, e vocês não terão nenhum problema.

Os soldados pegaram o dinheiro e fizeram o que os chefes dos sacerdotes tinham mandado. E esse boato se espalhou entre os judeus até o dia de hoje.”

A fé no Senhor Ressuscitado traz alegria. Com esta alegria as mulheres foram anunciar. Mas o encontro pessoal com Ele, a sua presença, comunica a paz. Paz que não é ausência de conflitos e dificuldades (neste próprio texto aparecerá o conflito). Paz que é o shalom, a harmonia em todas as relações (com Deus, consigo mesmo, com os outros, com a natureza e todos o Cosmos). Quando Jesus se apresenta, reina a integração onde havia divisão e desintegração.

Diante dele, as mulheres expressam todo o seu afeto, carinho e adoração. São o que são, femininas. E com seu jeito de mulher se lançam aos pés de Jesus, o abraçam e o adoram. É como somos que nos colocamos em contato com o Senhor, e quanto mais o deixamos se manifestar em nossas vidas, mais Ele nos faz ser: ser autênticos, ser quem somos, e desde o que somos adorá-lo.

Neste encontro o Senhor diz algo muito profundo: “Não tenham medo!” Quantos medos temos! Reconhecê-los na oração, nomeá-los diante do Senhor. Quantas vezes esses medos nos paralisam! Nos impedem de ser, de viver, de anunciar, de encontrar e realizar nossa vocação. Deixar que o Senhor Ressuscitado nos dê a sua paz e pronuncie suas palavras sobre nós: “Não tenham medo!”

As mulheres, integradas, colocaram-se a caminho. E neste mesmo texto vemos o contraponto, a desintegração. Os soldados deixam comprar sua dignidade de soldados – onde já se viu um guarda dormir em serviço? Eles não dormiram, mas aceitam que se diga isso sobre eles. E quem disse? Os chefes do povo. Os mesmos que condenaram Jesus, e que nem agora se dobram diante da manifestação divina expressa nele. Os que deviam anunciar a verdade compram a mentira.

E eu? Acolho a verdade ou me endureço nas mentiras? Vivo integradamente (pensamentos, sentimentos e comportamentos alinhados) ou me desintegro? Por que? Quais são os meus medos?

Vamos pedir ao Senhor que abra nosso coração para acolher a sua paz e nela viver.

Tania Pulier, membro da Família Missionária Verbum Dei e do pré-CVX Cardoner.