Domingo da Ascenção do Senhor – Ano C
8 de maio de 2016Quem está unido a Jesus produz frutos (João 15,9-17)
14 de maio de 2016“Quando eles acabaram de comer, Jesus perguntou a Simão Pedro:
— Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam?
— Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! — respondeu ele.
Então Jesus lhe disse:
— Tome conta das minhas ovelhas!
E perguntou pela segunda vez:
— Simão, filho de João, você me ama?
Pedro respondeu:
— Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor!
E Jesus lhe disse outra vez:
— Tome conta das minhas ovelhas!
E perguntou pela terceira vez:
— Simão, filho de João, você me ama?
Então Pedro ficou triste por Jesus ter perguntado três vezes: “Você me ama?” E respondeu:
— O senhor sabe tudo e sabe que eu o amo, Senhor!
E Jesus ordenou:
— Tome conta das minhas ovelhas. Quando você era moço, você se aprontava e ia para onde queria. Mas eu afirmo a você que isto é verdade: quando for velho, você estenderá as mãos, alguém vai amarrá-las e o levará para onde você não vai querer ir.
Ao dizer isso, Jesus estava dando a entender de que modo Pedro ia morrer e assim fazer com que Deus fosse louvado.
Então Jesus disse a Pedro:
— Venha comigo!”
Este é o último trecho do Evangelho de João. Nele, Jesus se manifesta ressuscitado aos discípulos e, aqui, tem uma conversa particular com Simão Pedro. Falam de amor. Na nossa oração, deixemos também que Jesus nos chame a sós e nos pergunte pelo amor.
“Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam?” Aparentemente, Jesus provoca uma comparação em sua pergunta. Mas não se trata disso. Não se trata de nos comparar com outras pessoas da nossa comunidade, família ou trabalho. Mesmo porque como poderíamos responder a uma pergunta como esta entendida literalmente? Como podemos avaliar o que está no coração do outro? Não é este o interesse de Jesus, mas saber se o “mais” está no nosso coração, se desejamos ir a mais no amor e na entrega, se desejamos crescer a cada dia na fé. O dinamismo da nossa fé é o dinamismo do magis, como diria Santo Inácio: buscar o que me leva a mais, ao maior louvor e serviço de “Sua Divina Majestade”. Deixar que Jesus nos chame pelo nome e pergunte: “Você me ama mais?”
É diante da resposta de amor que é confiada a missão. “Sim, o Senhor sabe que eu o amo, Senhor”. “Tome conta das minhas ovelhas!” Buscar nesta oração de intimidade e amor com Jesus o discernimento da nossa vocação. Senhor, qual é a minha missão? Qual é o meu chamado? Quem são as ovelhas que você me confia?
Jesus repete a pergunta. O amor não é declarado uma vez só na vida, não é uma coisa só do dia da nossa primeiro comunhão, ou daquela vez em que fizemos aquele retiro.. O amor é declarado e manifestado constantemente, ou não é amor. O amor precisa comunicar-se. Deus, que é Amor, é autocomunicação, e assim nos ensina. Como tem sido a nossa declaração de amor a Jesus? Algo pontual? Ou uma constante na nossa vida? Como está a nossa experiência deste amor? Que meios podemos colocar para buscá-la mais e mais?
E Jesus pergunta pela terceira vez: “Simão, filho de João, você me ama?” “Pedro ficou triste por Jesus ter perguntado três vezes”, uma alusão à sua tríplice negação. No entanto, é preciso declarar o amor na consciência da nossa debilidade. Não está em nós as forças para amar a Deus. Vem dEle mesmo este dom. Um amor que se alicerça em nós não tem sustentação. Amar a Deus no outro também, seja a mãe, o pai, o marido, o filho, o irmão ou aquele a quem Ele nos envia em missão. Alicerçado em nós, este amor não resiste às tempestades, sequer ao leve vento da rotina. Consciente dos meus limites, da minha fragilidade e mesmo do meu pecado, peço a Deus a cada dia que me dê o amor para amá-lo mais e mais. Esta é nossa oração. E diante dela Jesus, no Pai e pelo Espírito, pode confiar-nos a missão: “Tome conta das minhas ovelhas.”
Uma missão na qual Ele acrescenta: “Quando você era moço, você se aprontava e ia para onde queria. Mas eu afirmo a você que isto é verdade: quando for velho, você estenderá as mãos, alguém vai amarrá-las e o levará para onde você não vai querer ir.” No amor – e na missão, que é concretização do amor – não se busca o próprio interesse, mas o bem do outro, que muitas vezes exige o nosso sacrifício, sacra oferta de vida. Amadurece no amor quem aprende a estender as mãos e se deixar guiar por ele.
Nesta proximidade de Pentecostes, peçamos ao Espírito Santo, Amor do Pai e de Filho, que nos guie e conduza cada vez a mais amor a Deus e, por Ele, aos irmãos, na missão concreta que Jesus nos confia.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner.