Esforçai-vos pelo alimento que permanece até a vida eterna…
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Texto Bíblico: Jo 6,30-35 – “Meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do Céu”
Leitura: o que o texto diz?
Leia com atenção e pausadamente o texto de Jo 6,30-35. Estamos diante do mesmo cenário do evangelho de ontem. É sua continuação. Jesus fala a uma multidão, que o busca graças ao alimento concedido. O Senhor exortou-os a buscarem o pão verdadeiro, aquele imperecível. Agora, é momento de explicar-lhes que pão é este. O evangelho começa com a interrogação, dirigida a Jesus, acerca dos sinais realizados. Trata-se de uma interrogação sobre a autenticidade da messianidade de Jesus. Eles recorrem à história de Israel para lembrarem a Jesus que a ação de Deus deixa “rastros ou sinais”. O mestre aprofunda o diálogo contrapondo o maná ao pão verdadeiro dado por Deus. Este alimento tem uma característica peculiar: “Desce do céu e dá vida ao mundo” (v.33). Ao pedido da multidão, Jesus revela: “Eu sou o pão da vida”. É Jesus aquele que desce do céu para nos dá uma vida verdadeira, em conformidade com o projeto salvífico do Pai (Jo 1,1-18). O maná era imagem do pão verdadeiro. Somente em Jesus, os mais profundos anseios e desejos da humanidade podem ser sanados. É ele o caminho que conduz ao Pai.
Meditação: o que o texto me diz?
Leia novamente o evangelho de hoje. Perceba as frase e palavras que mais te afetam, aquelas mais emblemáticas para você. A multidão buscava Jesus impelida por uma fome, um desejo. Qual o desejo ou fome existe em você hoje? Perceba a fala de Jesus como alimento salutar para saná-las. Note a diferença essencial entre o que é buscado pela multidão e o ofertado por Jesus. De fato, Deus supera em muito nossos anseios. Oferece-nos não o que buscamos, mas o melhor e o essencial. Assim é o alimento concedido pelo Pai: o seu próprio Filho.
Oração: o que o texto me faz dizer?
Tendo ruminado aquilo que o texto fala a você de modo particular. É momento de “corresponder” a esta inspiração e deixar o anseio divino encontrar-se com seus anseios. Imagine o próprio Jesus diante de você, a dizer que ele é o pão verdadeiro, o alimento que dá vida. Apresente-lhe os sinais de morte espiritual em você, suas quedas, fragilidades, desejos, se revele sem medo. Deixe de lado a busca pelo fugaz. Intensifique essa experiência dialogal com o Mestre, cujo desejo é ter teu coração integralmente para ele.
Contemplação
Vamos dar um passo a mais. Mergulhar ainda mais intensamente nesta oração por meio de uma entrega confiante de si, a fim de que o Mestre toque a nossa fome, nossos anseios. Os judeus perguntavam pelos sinais de Jesus. É propício aproveitar este momento para tentar encontrar os sinais de Cristo em sua vida, os rastros do Mestre em sua história pessoal e perceber tantas vezes que ele cuidou de você, quantas vezes te permitiu reclinar a cabeça eu seu peito. Contemple e perceba-se amado e cuidado por esse Verbo encarnado.
Ação
O resultado do longo diálogo foi o apelo da multidão: “Senhor dá-nos sempre deste pão”. Por vezes nossas buscas, recheadas de intensões meramente humanas, são surpreendidas pelo plano de Deus que se revela e nos atrai. Frente à oração de hoje, qual seu pedido? Qual o alimento desejado por sua alma? Transforme a contemplação do mistério em atitude.
Pe. Márcio Santos, INJ
*Membro do Instituto Religioso Nova Jerusalém. Vigário da Paróquia São Paulo Apóstolo em Mossoró-RN, Brasil. Mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Leciona na Faculdade Católica do Rio Grande do Norte.