“Naquele momento, os discípulos se aproximaram de Jesus e perguntaram: “Quem é o maior no Reino do Céu?”

Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: “Eu lhes garanto: se vocês não se converterem, e não se tornarem como crianças, vocês nunca entrarão no Reino do Céu.

Quem se abaixa, e se torna como essa criança, esse é o maior no Reino do Céu. E quem recebe em meu nome uma criança como esta, é a mim que recebe.

Cuidado para não desprezar nenhum desses pequeninos, pois eu digo a vocês: os anjos deles no céu estão sempre na presença do meu Pai que está no céu..”

Hoje é dia dos Santos Anjos da Guarda. A palavra “anjo” significa “mensageiro”. Nesta oração, pedir ao Pai a graça de reconhecer em nossa vida a presença o tempo todo dos mensageiros do Seu cuidado. Contemplar nossa vida, os pequenos sinais no dia a dia. Assim como as crianças são cuidadas, quantos detalhes do carinho e cuidado de Deus! A própria beleza da Primavera é sinal deste mimo que vai além do atendimento de pedidos e necessidades; nutre o espírito. Reconheço nas pequenas coisas as formas como Deus me nutre e sustenta?

Não é à toa que este Evangelho começa falando da humildade e simplicidade das crianças, em oposição ao orgulho presente na pergunta dos discípulos (que tantas vezes é a nossa!), querendo saber quem era o maior. Nos últimos dias, estava percebendo como me é difícil até receber um elogio! Só a humildade nos leva a reconhecer e a acolher o amor. Quando o acolhemos e dele nos nutrimos, saímos do jogo das carências que nos leva às comparações, orgulhos, mágoas, aparência… Não precisamos mais o reconhecimento como “os maiorais”, porque experimentamos que já temos tudo, e podemos partilhar. Conseguimos passar da questão “O que funciona?” para a questão “O que verdadeiramente importa?” e ser movidos por esta.

Tornar-nos como crianças para também acolher as crianças – os humildes, os simples, os pobres, os frágeis – que vêm a nós. Reconhecê-los como mensageiros de Deus e tornar-nos também mensageiros de Deus em suas vidas.

Vamos pedir a Maria, que sabia “recolher o disperso”, sabia guardar os acontecimentos e meditar sobre eles em seu coração, que nos ajude a abrir o olhar e o coração com humildade para primeiro acolher o cuidado expresso em tantos detalhes, alimentar-nos dele com gratidão e, assim alimentados, tornar-nos também cuidadores de quem encontrarmos.

Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner