Alegra-te. o Senhor está contigo! (Lc 1,26-38)
20 de dezembro de 2013(Lucas 1,57-66)
23 de dezembro de 2013Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu entre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”
Para refletir
A liturgia de hoje nos mostra a disponibilidade de Maria que ao invés de se ocupar apenas da sua realidade vai ao encontro da prima. Vai levar ânimo e esperança.
E é a isso que nós, que acreditamos em Cristo, estamos chamadas (os): levar esperança no meio em que estamos porque carregamos dentro o Messias, o Salvador. Porque somos moradas de Deus. Porque Deus nos habita e nos impulsiona a amar, e a cada Natal nos convida a renovar os ânimos, a reassumir esse lugar na história de salvação.
Acho muito bonito quando Isabel diz: Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse. Abençoada porque acredita! Parece pouco, né? Ser reconhecida abençoada simplesmente porque acredita. Talvez para nós fosse mais confortável ouvir: “Abençoada porque não tem problemas”, “Abençoada porque já tem a vida resolvida”, “Abençoada porque tem dinheiro.”
Mas essa frase me chamava a atenção porque reconhecia nela um chamado de Deus a descobrir a alegria de acreditar. Acreditar que as coisas podem ser diferentes, que as relações podem ser mais humanas, que Ele está presente em minha vida!
O encontro com Deus me tira do centro e coloca outras realidades: realidades mundiais, realidades do país, realidades de outras pessoas. Mas não coloca essas realidades na minha vida me dando a incumbência de resolvê-las, mas de tê-las presentes. De me fazer um com o mundo. De acreditar que o Amor tem a última palavra também nessas realidades.
Viver centrada em mim mesma (o) me leva a duas atitudes extremas: ignorar o outro ou achar que vou resolver a vida do outro. Deus não me chama a nada disso. Me chama a considerar o outro como outro, diferente de mim. A reconhecer que o mundo é muito mais do que eu. A reconhecer o meu lugar do mundo, o meu lugar na minha família, na minha comunidade, no meu trabalho.
Deus nos chama a ir ao encontro do outro, sabendo-se morada de Deus, para afetar e se deixar afetar. Na passagem diz que ao ouvir a saudação de Maria o filho de Isabel saltou de alegria em seu ventre. Maria vai ao encontro de Isabel e marca a vida dela, provoca reações. E também se deixa afetar. Na continuação da passagem temos o cântico de louvor de Maria (Lc 1, 46-55). O encontro de Maria com Isabel arranca dela uma profunda gratidão.
Que a nossa oração seja essa preparação para viver o Natal com a alegria de quem acredita em todas as coisas que o Senhor nos diz.