Luz e esperança (Lucas 2,22-35)
29 de dezembro de 2016A mensagem de João Batista (JO 1, 19 – 28)
2 de janeiro de 2017Leitura: Mateus 2, 13-15.19-23
Depois que os visitantes foram embora, um anjo do Senhor apareceu num sonho a José e disse:
— Levante-se, pegue a criança e a sua mãe e fuja para o Egito. Fiquem lá até eu avisar, pois Herodes está procurando a criança para matá-la.
Então José se levantou no meio da noite, pegou a criança e a sua mãe e fugiu para o Egito. E eles ficaram lá até a morte de Herodes. Isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito por meio do profeta: “Eu chamei o meu filho, que estava na terra do Egito.”
Depois que Herodes morreu, um anjo do Senhor apareceu num sonho a José, no Egito, e disse:
— Levante-se, pegue a criança e a sua mãe e volte para a terra de Israel, pois as pessoas que queriam matar o menino já morreram.
Então José se levantou, pegou a criança e a sua mãe e voltou para a terra de Israel. Mas, quando ficou sabendo que Arquelau, filho do rei Herodes, estava governando a Judeia no lugar do seu pai, teve medo de ir morar lá. Depois de receber num sonho mais instruções, José foi para a região da Galileia e ficou morando numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que os profetas tinham dito: “O Messias será chamado de Nazareno.”
Oração:
O evangelho de hoje está cheio de movimento: por ordem do anjo, José vai com sua família para o Egito e, depois de um tempo, quando pretende voltar para a Judeia, vê-se forçado a ir para a Galileia. Todas essas andanças e mudanças de percurso para garantir que Jesus vivesse.
Há um descompasso. Por um lado, há a intervenção divina, que se revela a José por meio de seus sonhos; por outro lado, essa intervenção vem como um conselho, apresentando rotas de fuga… ora, se é o Senhor, por que não poderia resolver logo a questão toda? Mas o Senhor não abrevia a vida de Herodes nem apresenta a José um plano de ataque… o Senhor diz a José para caminhar, ir para além das fronteiras de sua própria terra antes de voltar.
Olhamos para a vida de José e percebemos que a forma como Deus conversa com aquele/aquela que Lhe é fiel é desconcertante. É curioso, sabendo que Ele tudo pode, que deseje que trilhemos caminhos tão discretos. É curioso que, sendo todo-poderoso, não nos incite ao combate frontal, mas nos inspire estratégias. Aquele que criou o universo procura amigos que recriem o mundo discretamente. Deseja que esses amigos façam o “alarde dos pequenos gestos”.
Peçamos ao Espírito a luz para perceber as inspirações do Pai e determinação para seguir o caminho que Ele nos aponta. Peçamos a compreensão de que o Reino se constrói pouco a pouco, muitas vezes sem muito barulho. A vida de José e Maria, que caminharam tanto com Deus no coração e nos braços, seja o início de nosso entendimento de que o Reino é salvo, todos os dias, por milhões de vidas discretas, que passam despercebidas, que seguem silenciosas, unidas pelo desejo de que Deus viva.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte