Os líderes judeus enviaram de Jerusalém alguns sacerdotes e levitas para perguntarem a João quem ele era. João afirmou claramente: Eu não sou o Messias. Eles tornaram a perguntar: Então, quem é você? Você é Elias? Não, eu não sou! Respondeu João. Você é o Profeta que estamos esperando? Não! Respondeu ele. Aí eles disseram a João: Diga quem é você para podermos levar uma resposta aos que nos enviaram. O que é que você diz a respeito de você mesmo? João respondeu, citando o profeta Isaías: “Eu sou aquele que grita assim no deserto: preparem o caminho para o Senhor passar.” Os que foram enviados eram do grupo dos fariseus; eles perguntaram a João: Se você não é o Messias, nem Elias, nem o Profeta que estamos esperando, por que é que você batiza? João respondeu: Eu batizo com água, mas no meio de vocês está alguém que vocês não conhecem. Ele vem depois de mim, mas eu não mereço a honra de desamarrar as correias das sandálias dele. Isso aconteceu no povoado de Betânia, no lado leste do rio Jordão, onde João estava batizando.

 Quando João Batista começou a pregação, os judeus estavam esperando o messias, que iria liberta-los da miséria e da dominação estrangeira. Por isso a pedido dos lideres Judeus, os sacerdotes e levitas o interrogam.

O convite da oração de hoje é avaliar qual é o nosso papel, no meio em que vivemos…          Papel é um termo que provém do latim papýro (papiro), pelo catalão papel. O conceito está associado à função desempenhada por alguém ou por algo. Os lideres Judeus queriam entender quem era João Batista… Seria ele o messias? Afinal ele chamava a atenção das pessoas, seu discurso atraia o povo, sua missão era preparar o caminho do Senhor (Lc 1.76).

 Ele assumiu um papel fundamental, pois não se intimidava diante do poder dominante…  Creio que o motivo da preocupação dos lideres da época era de como ficaria o “poder” no reinado do messias… Afinal no mundo deles, o papel de cada um, principalmente o do rei, era sempre o poder, pelo poder! Só que o reinado do messias anunciado por João Batista ia à outra direção, o rei teria um papel completamente diferente, que para compreender seria necessário à conversão…

Na vida assumimos diversos papeis, somos filhos, profissionais, cônjuges, pais, queremos sempre ser “senhores” das situações, buscamos algo que está sempre longe de nós, às vezes não compreendemos o que estamos vivendo, se é um papel, ou uma fantasia… João Batista com sua resposta aos que o interrogavam: “Eu sou aquele que grita assim no deserto: preparem o caminho para o Senhor passar.”

Ele nos ensina que temos que assumir um determinado papel e realizar diversas tarefas de acordo precisamente com esse papel… Que nossa vida nada mais é que, preparar os caminhos para o senhor passar; Que o deserto onde ele grita está dentro de cada um de nós, e cabe a cada um de nós visita-lo de vez em quando, porque lá, não muito longe, bem perto; está o vazio que deve ser preenchido com a presença do messias… Que aplanar, fazer com que fique plano, sem desigualdades; é o papel de todos nós…

Que nesse ano que se inicia não nos esquecemos do que nos adverte a primeira leitura de hoje: “Permaneça dentro de vós aquilo que ouvistes desde o princípio”. (1Jo 2,22-28) Para que possamos facilitar acabar com as dificuldades, para perceber a presença daquele que já esta no meio de nós e nós não o conhecemos…

Que o mesmo espirito que moveu João Batista, possa mover a cada um de nós, a promover o outro; para transformar o meio em que vivemos, testemunhando na nossa vida aquilo que foi de mais belo na vida e missão de João Batista, sua integridade e fidelidade à ética cristã, valores indispensáveis para que possamos resistir às tentações do mundo e permanecer ligados aos valores do Reino, para de fato conhecermos a Jesus. Amém!

Agostinho Augusto – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte MG.