Capacitação Lectionautas na Diocese de São Raimundo Nonato (PI)
9 de novembro de 2017Ter amigos (Lc 16,1-8)
10 de novembro de 2017Leitura: João 2,13-22
Alguns dias antes da Páscoa dos judeus, Jesus foi até a cidade de Jerusalém. No pátio do Templo encontrou pessoas vendendo bois, ovelhas e pombas; e viu também os que, sentados às suas mesas, trocavam dinheiro para o povo. Então ele fez um chicote de cordas e expulsou toda aquela gente dali e também as ovelhas e os bois. Virou as mesas dos que trocavam dinheiro, e as moedas se espalharam pelo chão. E disse aos que vendiam pombas:
— Tirem tudo isto daqui! Parem de fazer da casa do meu Pai um mercado!
Então os discípulos dele lembraram das palavras das Escrituras Sagradas que dizem: “O meu amor pela tua casa, ó Deus, queima dentro de mim como fogo.”
Aí os líderes judeus perguntaram:
— Que milagre você pode fazer para nos provar que tem autoridade para fazer isso?
Jesus respondeu:
— Derrubem este Templo, e eu o construirei de novo em três dias!
Eles disseram:
— A construção deste Templo levou quarenta e seis anos, e você diz que vai construí-lo de novo em três dias?
Porém o templo do qual Jesus estava falando era o seu próprio corpo. Quando Jesus foi ressuscitado, os seus discípulos lembraram que ele tinha dito isso e então creram nas Escrituras Sagradas e nas palavras dele.
Oração
Naquele tempo, Jesus ficou muito irritado e agressivo ao perceber como a casa do Pai havia se tornado para aquele povo um mercado, uma casa de comércio, dominada pelo dinheiro. Mas hoje nós bem sabemos que o Pai não mora apenas nos templos religiosos onde a comunidade se reúne para as celebrações de adoração. A casa do Pai é a nossa vida. O nosso corpo é templo de Deus. E aí a atitude de Jesus frente àquela deturpação do sagrado ganha ainda maior repercussão nestes dias, quando temos deixado o dinheiro nos invadir.
O mundo de hoje prega uma idolatria à economia e ao dinheiro. E assim todo o resto ganha papel secundário. Pensamos na qualidade das coisas de forma a considerar se aquela coisa é valiosa do ponto de vista financeiro ou não. Descartamos o que tem menor valor econômico, e a consequência disso é o desprezo por tantas coisas que verdadeiramente nos engrandeceriam. Nos apavoramos com as mais incipientes crises econômicas, mas negligenciamos nossas contínuas e profundas crises espirituais. Não temos uns minutinhos para a oração, porque tempo é dinheiro, e não podemos perder dinheiro. Não temos uns minutinhos para a caridade, porque a caridade não dá dinheiro. Não temos tempo para o perdão, porque perdoar pode significar dinheiro perdido. E aí vem Jesus nos gritar agora: – Ei, você! Pare de fazer da casa do Pai uma casa de comércio! Pare de fazer da sua vida, do seu corpo, um templo de mercado!
Aproveitemos esse alerta de Jesus para percebermos agora a relação da nossa vida com o dinheiro. Não podemos ser dominados por algo tão efêmero, tão capaz de destruir a nossa espiritualidade. A sua importância não pode ser ignorada, mas certamente há tantas outras coisas mais preciosas. Nosso convívio com o Pai sem dúvidas é o nosso maior bem, e nossa vida deve ser um grande sacrário para sempre abrigá-lo.
Marcelo H. Camargos – Família Missionária Verbum Dei de BH/MG