LEITURA

“Em verdade, em verdade, vos digo:

chorareis e vos lamentareis,

mas o mundo se alegrará.

Vós vos entristecereis,

mas a vossa tristeza se transformará em alegria.

Quando a mulher está para dar à luz, entristece-se

porque sua hora chegou;

quando, porém, dá à luz a criança

já não se lembra dos sofrimentos,

pela alegria de ter vindo ao mundo um homem.

Também vós, agora, estais tristes;

mas vos verei de novo

e vosso coração se alegrará

e ninguém vos tirará vossa alegria.

Nesse dia,

nada me perguntareis.

Em verdade, em verdade, vos digo:

o que pedirdes ao Pai,

em meu nome ele vos dará”.

O Deus empático

Quando meditamos essa leitura do dia de hoje, percebemos a presença misericordiosa de Jesus ao nosso lado, como se sussurrasse, lentamente, cada fonema componente dessa sua mensagem de compaixão e esperança a cada um de nós. Relembrando momentos ruins vividos nos últimos dias, quando o mundo insiste em oferecer suas injustiças e fracassos, disfarçados em tons embotados de felicidade, ganhando nosso desânimo, tristeza e lamento, surgem então as palavras encorajadoras de Jesus, verdadeiro Deus empático. Sendo assim, ele consegue reconhecer nossos momentos de choro, lembrando-nos que a todo instante somos convidados a pertencermos à sua luz, ainda que faça parte o reconhecimento da escuridão, a fim de apreciarmos com maior vigor a força de sua glória.

Capaz de transformar a tristeza em alegria, Jesus nos oferece sua alegria perfeita, renovadora e motivadora. Desse modo, quando passamos pelas fraquezas deste mundo, nosso coração se aperta e nos chama à esperança do Cristo que nos conhece. E o Cristo que nos conhece, nesses momentos de ressurgimento, surge sempre transfigurado, ressuscitado. Por isso, a vida em Cristo é vivida em esperança persistente, como se toda escuridão de nossos dias viesse acompanhada de oportunidade intrínseca de recomeçar. Uma vez reencontrados com Jesus em sua glória, o passado ainda pode ser capaz de deixar uma cicatriz, que Jesus logo usa em nosso favor. Essa cicatriz é o que alimenta a chama ardente de nossa fé, a partir do momento que percebemos nossa vida completamente transfigurada pelo amor de Deus, que passa a conduzir os nossos dias. É bem verdade que a vida de fé é também vida de alegria.

Sejamos então portadores diários dessa esperança que Cristo nos apresenta. Quando a vida se deprimir, lembremo-nos do Deus que bem nos conhece e é capaz de converter todo tipo de  tristeza na forma mais autêntica de alegria.

 Marcelo H. Camargos. Estudante de medicina na UFMG. Fraternidade Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte, MG.