“O Pai vive em mim e eu vivo no Pai”
7 de abril de 2017Domingo de Ramos – Ano A
9 de abril de 2017Jo 11,45-56
Muitas pessoas que tinham ido visitar Maria viram o que Jesus tinha feito e creram nele. Mas algumas pessoas voltaram e contaram aos fariseus o que ele havia feito. Então os fariseus e os chefes dos sacerdotes se reuniram com o Conselho Superior e disseram:
_ O que é que nós vamos fazer? Esse homem está fazendo muitos milagres! Se deixarmos que ele continue fazendo essas coisas, todos vão crer nele. Aí as autoridades romanas agirão contra nós e destruirão o Templo e o nosso país.
Então Caifás, que naquele ano era o Grande Sacerdote, disse:
_ Vocês não sabem nada! Será que não entendem que para vocês é melhor que morra apenas um homem pelo povo do que deixar que o país todo seja destruído?
Naquele momento Caifás não estava falando por si mesmo. Mas, como era o Grande Sacerdote naquele ano, estava profetizando que Jesus ia morrer pela nação. E não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo todos os filhos de Deus que estão espalhados por toda a parte.
Então, daquele dia em diante, os líderes judeus fizeram planos para matar Jesus. Por isso ele já não andava publicamente na Judeia, mas foi para uma região perto do deserto, a uma cidade chamada Efraim, e ficou ali com os seus discípulos.
Faltava pouco tempo para a festa da Páscoa. Muitos judeus foram para Jerusalém antes da festa para tomar parte na cerimônia de purificação. Eles procuravam Jesus e, no pátio do Templo, perguntavam uns aos outros:
_ O que é que vocês acham? Será que ele vem à festa?
Oração: “….Jesus ia morrer pela nação. E não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo todos os filhos de Deus que estão espalhados por toda a parte.” (Jo, 11, 51-52)
Bom dia, Trindade Santa. Obrigada por este momento de oração. Conduz-nos para que possamos aprofundar na Palavra e, contemplando a fidelidade de Jesus, possamos dar passos mais firmes na vida cristã.
Nesta passagem, como em tantas outras, Jesus representa uma ameaça às autoridades. Suas palavras e gestos incomodavam porque Ele atraia cada vez mais as pessoas. A Palavra de Deus é libertação! As palavras e gestos de Cristo comprovavam o amor de Deus e a possibilidade de uma vida livre do jugo daqueles que queriam explorar o povo. Caifás apresenta uma solução para aquela ameaça: Matar Jesus! A justificativa para tal atrocidade é que a nação corria perigo. É melhor que morra um do que ver uma nação inteira perecer!
Lendo essa passagem e, observando a estratégia utilizada para apanhar Jesus, recordei-me da missionária Dorothy Stang. Religiosa norte-americana, naturalizada brasileira, da congregação Nossa Senhora de Namur, que realizava um trabalho social na Amazônia voltado para o desenvolvimento sustentável. Suas ações consistiam em buscar gerar emprego e renda e minimizar os conflitos fundiários na região. Irmã Dorothy, como era conhecida, foi assassinada em fevereiro de 2005. Lembrei-me dela porque, na época, a notícia de sua morte me impactou profundamente. Morreu, vítima de uma emboscada. Lembro-me da imagem de seu corpo caído numa estradinha de terra cercada pela floresta. Questionava-me por que mataram uma pessoa que procurava fazer o bem a um povo que tão pouco recursos tinha para defender-se?
A resposta já sabemos. A Palavra liberta! O Amor de Deus nos irmana e como irmãos um novo mundo é possível. Um mundo sem exploração, sem injustiças, sem miséria, sem escravidão.
Ser cristão é correr risco! Jesus sabia disso, mas não negou nem tentou fugir do caminho que o levava até à morte na cruz! Ele foi o precursor desta história de amor de Deus pela humanidade em que ensina a amar para gerar amor.
Sabemos que a entrega de Jesus não foi em vão. Como diz na leitura: “….Jesus ia morrer pela nação. E não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo todos os filhos de Deus que estão espalhados por toda a parte.” (Jo, 11, 51-52)
Jesus abraçou todos os nossos pecados. Por sua entrega, libertou-nos do pecado!
“Faltava pouco tempo para a festa da Páscoa.”
Neste pouco tempo que ainda temos de preparação para a festa da Páscoa, vamos voltar os olhos para nós mesmos e refletir:
Tenho me arriscado a viver como cristão? Qual (is) é(são) o(s) desfio(s) que tenho encontrado? Como reajo a tudo isso?
Como me posiciono diante de tantos acontecimentos que refletem a falta de humanidade e a prática de injustiça no mundo, no país, no trabalho, nos ambientes das universidades e das escolas, nas ruas?
Se ainda não me sinto preparado (a) para correr tais riscos, tenhamos a coragem de pedir com coração aberto e humildade: Senhor, ainda que eu tenha que passar por constrangimentos, ainda que eu não seja compreendido, ainda que eu seja julgado pelos olhares e palavras daqueles que não creem, dai-me a coragem de arriscar evangelizar com palavras e gestos como fez Jesus.
Que possamos alcançar a graça de vivermos como irmãos. Será que Jesus vem? Será que Ele vem para permanecer e mudar nossos corações? É o que desejamos? Estamos nos preparando adequadamente para receber Cristo?
Senhor, conceda-nos a graça de caminhar na vida cristã a fim compreendermos o sentido mais profundo da presença de Jesus na humanidade. Livre-nos dos olhares, dos julgamentos e de todas as coisas que nos impedem de amar com sinceridade, de perdoar, de doar-nos aos outros. Ajude-nos a comprometer-nos com a vida, sendo capaz de transformar aquilo que gera morte na nossa sociedade. Amém.
Norma Parreiras da Silva – Família Missionária Católica Verbum Dei – Bh