31/01/22 – Texto bíblico: Mc 5,1-20 – “Jesus, porém, disse-lhe: Espírito impuro, sai deste homem!”

• Leitura: O que o texto diz?

Vamos nos debruçar neste texto do Evangelho de Marcos, no qual temos o início da ação de Jesus em restaurar o povo de Deus. Façamos uma leitura atenta, deixando-se envolver por este acontecimento prodigioso. Jesus e os seus discípulos passaram a outra margem do mar, na região dos gerasenos. A grande surpresa foi se deparar com um homem que estava dominado por um espírito impuro. O homem vivia nos túmulos, um lugar, que bem sabemos, é o lugar onde estão os mortos enterrados. A presença de Jesus o agita, fortemente. Ele reconhece que Jesus é o Filho do Deus Altíssimo, mas o Senhor o faz calar, pois ainda não é o momento da revelação de quem é Jesus, no Evangelho de Marcos. Ao saber que estava diante de espírito impuro que se chama “Legião”, Jesus ordenou que fosse para uma manada de porcos que, por sua vez, precipitou-se pelo despenhadeiro e afogou-se no mar. Muitos chegaram próximo ao homem e viram que ele não estava mais possesso. Logo mais, o homem curado queria acompanhar Jesus. No entanto, Jesus o ordenou que fosse para junto dos seus e testemunhasse o que o Senhor fez em sua vida. Proclamar essa experiência era confirmar o amor e misericórdia de Deus no meio de seu povo, pelo poder e autoridade de Jesus.

• Meditação: O que o texto me diz?

Após a leitura, percebemos que a palavra continua chamando a nossa atenção. O que o texto lhe falou e que está interpelando você com insistência? Em nossa meditação, o homem possuído por um espírito impuro nos chama muito a atenção. Ele representa as trevas, o distanciamento de Deus, o lugar vazio do qual o espírito impuro passou a preencher. Logo em seguida, a presença de Jesus incomoda o homem possesso. Jesus é a luz, é aquele que vem inaugurar um novo tempo: o Reino de Deus. É no Reino de Deus, e não mais no reino das trevas, que Jesus é o Messias que veio para restaurar o povo de Israel. A ação de poder e autoridade de Jesus desperta a pergunta de muitos: “será que ele é o Messias?” ou “chegou o tempo da salvação de Deus?” Ainda não se tem essa certificação. Jesus expulsou o espírito impuro. Por mais que o homem quisesse seguir Jesus, o mais importante era proclamar tamanho feito realizado, como sinal da ação de Deus, no meio de seu povo amado. O que essa ação tem a realizar em nós?  

• Oração: O que o texto me faz dizer a Deus?

      O nosso coração deseja agora estar diante de Jesus. Ele atravessa as margens da nossa vida porque quer nos encontrar. Podemos nos encontrar distantes de Deus, revoltados com a vida, ou mesmo tendo outros “espíritos” conduzindo nossas atitudes. Jesus é a presença que nos acolhe como estamos. Renunciemos tudo aquilo que nos aprisiona, que tira nossa liberdade para seguirmos a Jesus. Que ele venha nos libertar de todo mal. Peça a Jesus que ele venha curar seu coração de tantas amarras que lhe aprisiona. Chame o nome do Senhor: “Jesus, Jesus, Jesus…!” Clame várias vezes, de acordo com o ritmo de seu coração. Ele é o Senhor de nossa vida. Ele é a nossa paz. O clamor expressa o quanto desejamos pertencer ao mestre e a sermos filhos e filhas no Filho. Demore-se em tudo o que você quer falar para Jesus.

• Contemplação: O que Deus, através do texto, faz em mim?

Depois do clamor, nosso coração descansa na presença do Senhor. Não há mais o que falar. Algo de novo pulsa em nosso coração. Não estamos mais sozinhos. A presença ressuscitada de Jesus nos faz viver um tempo novo. Jesus olha, profundamente, para você e expulsa todas as trevas e permanece no centro da sua vida. A contemplação nunca se esgota quando se tem Jesus ressuscitado como a fonte viva da nossa fé.

• Ação: Que gestos concretos a Palavra de Deus me impulsiona a fazer?

Podemos lembrar que o homem curado fez algo muito concreto, após Jesus tê-lo libertado do espírito impuro: foi proclamar tudo o que o Senhor realizou em sua vida. Nossa experiência de sermos libertados por Jesus não pode ficar retido em nós mesmos. Seria um ato de egoísmo não testemunhar a ação de Deus em nossa vida. Assim como somos amados infinitamente pelo Senhor, temos que deixar Ele nos fazer seus instrumentos para que muitas almas se deixem tocar pelo Reino de Deus, que é amor e misericórdia. Que o senhorio de Jesus possa agir em nossas vidas e que sejamos discípulos ousados no Espírito Santo.

Ir. Edmilton Lima *Membro do Instituto Religioso Nova Jerusalém. Pós-graduado em Formação para Vida Religiosa pelo Instituto São Tomás de Aquino (ISTA-BH). Graduando em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE-BH). Graduado em Sociologia pela UFC e Filosofia pela FCF.