Jesus convocou os Doze, e lhes deu poder e autoridade sobre os demônios e para curar as doenças. E os enviou a pregar o Reino de Deus e a curar. E disse-lhes: “Não levem nada para o caminho: nem bastão, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas. Em qualquer casa onde vocês entrarem, fiquem aí, até vocês se retirarem do lugar. E todos aqueles que não os acolherem, vocês, ao sair da cidade, sacudam a poeira dos pés, como protesto contra eles.” Os discípulos partiram, e percorriam os povoados, anunciando a Boa Notícia, e fazendo curas em todos os lugares.

A primeira leitura de hoje (Esd 1, 5-9) nos mostra o pecado como algo pessoal, mas também social: “Nós fazemos isso”. É um convite a não perder a capacidade de nos incomodar e nos envergonhar da situação que vemos ao nosso redor, e dizer “nós” diante dela, assumindo a própria responsabilidade nas escolhas e omissões. Mas, sobretudo, reconhecer a graça e a oportunidade de ter vida “para”: “Agora, porém, o Senhor nosso Deus nos concedeu um momento de graça (…), dá brilho aos nossos olhos e nós sentimos um pouco de vida no meio da escravidão. Nos concedeu vida para reconstruirmos o Templo do nosso Deus e restaurarmos suas ruínas”.

Este “para” está presente também no Evangelho: “para curar as doenças”; “a pregar”. Mostra o direcionamento da vida do discípulo diante de Jesus (O Enviado do Pai) e do Seu envio.

Os discípulos vão e fazem o que Jesus lhes diz – que no fundo é restaurar ruínas, é reconstruir vidas que são o verdadeiro Templo de Deus –, mas nunca fariam se não partissem do Senhor e do Seu chamado. É Ele quem dá os dons para viver o que nos diz. É Seu envio que nos dá autoridade e capacidade.

– Senhor, a que “para” Você me chama? Para onde aponta o meu caminhar?
– Qual direcionamento Você quer dar à minha vida em todas as suas dimensões? (estudo; trabalho; relações…) Qual o seu chamado? A quem você me envia? E “para” construir o que?

Peçamos ao Senhor que nos ajude neste dia a encontrar a vida que vem dele, o brilho nos nossos olhos, e viver desde as menores coisas no “para” ao qual Ele nos aponta.

Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei