Jesus anda em cima da água (JO 6, 16 – 21)
9 de abril de 2016Qual a intenção da minha busca? (João 6, 22-29)
11 de abril de 2016“Cantarei louvores a ti.
Ó Senhor, tu és meu Deus; eu te darei graças para sempre.”
Sl 30.12
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Senhor,
faze com que aprendamos
a escutar-te sempre com todo o nosso ser;
que, à imitação de Maria,
conservemos tuas palavras
para meditá-las em nosso coração
como bons discípulos e seguidores teus.
Concede-nos que, cheios de ti,
consigamos comunicar a nossos irmãos
o que vimos e ouvimos.
Somente assim seremos testemunhas de teu reino
e viveremos com fidelidade
a vocação a que nos chamas cada dia.
TEXTO BÍBLICO: João 20.19-31
Jesus aparece a sete discípulos
Depois disso, Jesus apareceu outra vez aos seus discípulos, na beira do lago da Galileia. Foi assim que aconteceu:
2Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado “o Gêmeo”; Natanael, que era de Caná da Galileia; os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos. 3Simão Pedro disse aos outros:
— Eu vou pescar.
— Nós também vamos pescar com você! — disseram eles.
Então foram todos e subiram no barco, mas naquela noite não pescaram nada. 4De manhã, quando começava a clarear, Jesus estava na praia. Porém eles não sabiam que era ele. 5Então Jesus perguntou:
— Moços, vocês pescaram alguma coisa?
— Nada! — responderam eles.
6— Joguem a rede do lado direito do barco, que vocês acharão peixe! — disse Jesus.
Eles jogaram a rede e logo depois já não conseguiam puxá-la para dentro do barco, por causa da grande quantidade de peixes que havia nela. 7Aí o discípulo que Jesus amava disse a Pedro:
— É o Senhor Jesus!
Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a capa, pois havia tirado a roupa, e se jogou na água. 8Os outros discípulos foram no barco, puxando a rede com os peixes, pois estavam somente a uns cem metros da praia. 9Quando saíram do barco, viram ali uma pequena fogueira, com alguns peixes em cima das brasas. E também havia pão. 10Então Jesus disse:
— Tragam alguns desses peixes que vocês acabaram de pescar.
11Aí Simão Pedro subiu no barco e arrastou a rede para a terra. Ela estava cheia, com cento e cinquenta e três peixes grandes, e mesmo assim não se rebentou. 12Jesus disse:
— Venham comer!
Nenhum deles tinha coragem de perguntar quem ele era, pois sabiam que era o Senhor. 13Então Jesus veio, pegou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com os peixes.
14Foi esta a terceira vez que Jesus, depois de ter sido ressuscitado, apareceu aos seus discípulos.
Jesus e Pedro
15Quando eles acabaram de comer, Jesus perguntou a Simão Pedro:
— Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam?
— Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor! — respondeu ele.
Então Jesus lhe disse:
— Tome conta das minhas ovelhas!
16E perguntou pela segunda vez:
— Simão, filho de João, você me ama?
Pedro respondeu:
— Sim, o senhor sabe que eu o amo, Senhor!
E Jesus lhe disse outra vez:
— Tome conta das minhas ovelhas!
17E perguntou pela terceira vez:
— Simão, filho de João, você me ama?
Então Pedro ficou triste por Jesus ter perguntado três vezes: “Você me ama?” E respondeu:
— O senhor sabe tudo e sabe que eu o amo, Senhor!
E Jesus ordenou:
— Tome conta das minhas ovelhas. 18Quando você era moço, você se aprontava e ia para onde queria. Mas eu afirmo a você que isto é verdade: quando for velho, você estenderá as mãos, alguém vai amarrá-las e o levará para onde você não vai querer ir.
19Ao dizer isso, Jesus estava dando a entender de que modo Pedro ia morrer e assim fazer com que Deus fosse louvado.
Então Jesus disse a Pedro:
— Venha comigo!
ü Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
Quem estava na beira do Lago de Tiberíades? Quem reconheceu Jesus, dizendo: “É o Senhor”? Que fez Pedro? O que os discípulos não se atreviam a perguntar? Qual foi a pergunta que Jesus fez a Simão Pedro três vezes? O que Jesus pediu três vezes a Pedro? Com que expressão Jesus termina a passagem do evangelho deste domingo?
Algumas pistas para compreender o texto:
Depois do encontro do ressuscitado com os discípulos em Jerusalém, agora a narrativa nos situa em torno do mar da Galileia, a pátria dos discípulos. Ali, Jesus volta a encontrar seus amigos.
Podemos distinguir duas partes no texto: o encontro com o Ressuscitado, juntamente com a pesca milagrosa (vv. 1-14), e o diálogo de Jesus com Simão Pedro (vv. 15-19).
A cena desenrola-se às margens do lago de Tiberíades, que é o lugar de origem de muitos dos discípulos. Estão a pescar, como de costume. Jesus apresenta-se à margem do lago, mas eles não o reconhecem. O Ressuscitado não é reconhecido apenas pelos traços físicos. Os textos bíblicos dão-nos a entender que a presença do Ressuscitado não é evidente, não se impõe, exige uma aceitação por parte de quem a recebe.
Depois da pesca milagrosa, o discípulo amado diz a Pedro: “É o Senhor!” (v. 7). Parece que o saber-se amado pelo Senhor facilita o reconhecer sua presença nas atividades de cada dia. Em sua impulsividade, Pedro joga-se na água e nada até à margem. Ali Jesus tem para eles comida preparada e os convida a servir-se.
Pensando que, talvez, João Batista fosse o Messias, o evangelho havia começado com a pergunta: “Quem é você?” (Jo 1.21); agora se diz que “nenhum deles tinha coragem de perguntar quem ele era, pois sabiam que era o Senhor” (v. 12). Aquele que percorre o itinerário proposto pelo evangelista, começando com a pergunta “quem é o messias?”, termina sem necessidade de pergunta, porque “sabe que é o Senhor”.
Na última parte, está o diálogo de Jesus com Simão Pedro, a quem pergunta três vezes a respeito de seu amor (vv. 15-18). Com muita probabilidade, a tríplice pergunta alude à tripla negação de Pedro (cf. 13.38). Jesus sabe do amor de Pedro e, a partir desse amor, quer curar a ferida provocada por suas negações.
Por outro lado, o mestre pergunta a Pedro a respeito de seu amor por Jesus mesmo: “Você me ama?”, mas em cada uma das respostas, Jesus indica a Pedro não uma atitude para com Jesus, mas para com os que lhe pertencem, seus discípulos: “Tome conta das minhas ovelhas” (vv. 15,16,17). Pedro expressará o amor concreto a Jesus no cuidado das ovelhas que continuam a ser sempre de Jesus: “minhas ovelhas”.
Jesus não pode separar-se daqueles pelos quais entregou sua vida; por isso, amá-lo leva necessariamente a amar aqueles a quem ele ama.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
Neste domingo, a liturgia apresenta-nos um novo encontro de Jesus ressuscitado com seus discípulos. Ele continua a mostrar sua ternura e misericórdia: indica-lhes onde pescar, prepara-lhes o fogo, oferece-lhes o desjejum, etc. Ainda hoje o Senhor está atento a oferecer-nos seus cuidados: está no meio de nossa família e nos mostra sua ternura através dos que nos rodeiam. Jesus, com a força da ressurreição, continuará zeloso para conosco, seus discípulos, curando nossas infidelidades, restaurando o dano causado e, principalmente, convidando-nos a recomeçar com uma única frase: “Venha comigo!”
O Papa Francisco oferece-nos a seguinte reflexão sobre o Evangelho: “Pedro reencontrou a confiança, quando Jesus lhe disse por três vezes: «Apascenta as minhas ovelhas» (Jo 21.15,16,17). Ao mesmo tempo ele, Simão, confessou por três vezes o seu amor a Jesus, reparando assim a tríplice negação ocorrida durante a Paixão. Pedro ainda sente queimar dentro de si a ferida da desilusão que deu ao seu Senhor na noite da traição. Agora que Ele lhe pergunta «tu amas-Me?», Pedro não se fia de si mesmo nem das próprias forças, mas entrega-se a Jesus e à sua misericórdia: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» (Jo 21.17). E aqui desaparece o medo, a insegurança, a covardia.
“Pedro experimentou que a fidelidade de Deus é maior do que as nossas infidelidades, e mais forte do que as nossas negações. Dá-se conta de que a fidelidade do Senhor afasta os nossos medos e ultrapassa toda a imaginação humana. Hoje, Jesus faz a mesma pergunta também a nós: ‘Você me ama?’. Fá-lo precisamente porque conhece os nossos medos e as nossas fadigas. E Pedro indica-nos o caminho: fiarmo-nos d’Ele, que ‘sabe tudo’ de nós, confiando, não na nossa capacidade de lhe ser fiel, mas na sua inabalável fidelidade. Jesus nunca nos abandona, porque não pode negar-se a si mesmo (cf. 2Tm 2.13). É fiel. A fidelidade que Deus, sem cessar, nos confirma também a nós, Pastores, independentemente dos nossos méritos, é a fonte de nossa confiança e da nossa paz. A fidelidade do Senhor para conosco mantém sempre aceso em nós o desejo de o servir e de servir os irmãos na caridade.”
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Qual seria minha resposta se Jesus me perguntasse hoje: “Você me ama?” Reconheço a presença de Jesus Ressuscitado em minha vida? Nas pessoas que me rodeiam? No momentos belos de cada dia? Nas dificuldades e fracassos? Como posso seguir Jesus depois de ter-lhe sido infiel? Jesus pode curar meu pecado e pode voltar a confiar em mim?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Te seguimos, Senhor Jesus,
mas para que te sigamos, chama-nos,
porque sem ti, nada progride.
Porque somente Tu és o Caminho, a Verdade e a Vida.
Recebe-nos como um caminho acolhedor recebe.
Anima-nos como a verdade anima.
Vivifica-nos, visto que és a Vida.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
“O senhor sabe tudo e sabe que eu o amo, Senhor!”
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana de páscoa, você sentirá a alegria de saber que Jesus está no meio de sua família. Agradeça-lhe antes de cada refeição e reconheça sua presença.
“A alma que ama a Deus, de verdade, não deixa, por preguiça, de fazer o que puder para encontrar o Filho de Deus. E depois de ter feito tudo o que pôde, não se dá por satisfeita, pois pensa que não fez nada.”
São João da Cruz