“No dia seguinte a multidão que estava no lado leste do lago viu que ali só havia um barco pequeno. Sabiam que Jesus não tinha embarcado com os discípulos, pois estes haviam saído sozinhos. Enquanto isso, outros barcos chegaram da cidade de Tiberíades e encostaram perto do lugar onde a multidão tinha comido pão depois de o Senhor Jesus ter dado graças. Quando viram que Jesus e os seus discípulos não estavam ali, subiram nos barcos e saíram para Cafarnaum a fim de procurá-lo.

A multidão encontrou Jesus no lado oeste do lago, e perguntaram a ele:

— Mestre, quando foi que o senhor chegou aqui?

Jesus respondeu:

— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres. Não trabalhem a fim de conseguir a comida que se estraga, mas a fim de conseguir a comida que dura para a vida eterna. O Filho do Homem dará essa comida a vocês porque Deus, o Pai, deu provas de que ele tem autoridade.

— O que é que Deus quer que a gente faça? — perguntaram eles.

— Ele quer que vocês creiam naquele que ele enviou! — respondeu Jesus.”

No início da nossa oração de hoje, vamos fazer a oração preparatória que Santo Inácio ensina: “Senhor, que todas as minhas ações, intenções e operações estejam voltadas para o louvor e serviço de Sua Divina Majestade.”  Com a reverência que lhe é própria, Santo Inácio nos ensina a voltar todo o nosso ser para Deus. Peçamos ao Pai a graça de buscar a Jesus como Fonte da Vida.

Questionar-nos: Com qual intenção eu procuro Jesus?

O Senhor, neste Evangelho, questiona a intenção da multidão ao ir atrás dele. “Vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam”. No início do capítulo 6, Jesus multiplica os pães, como sinal de que o Pai dá o alimento que sacia através da vida humana que entrega tudo o que tem e se entrega em Suas mãos.

No entanto, a multidão atravessa o lago para ir atrás de Jesus por causa do pão material. A multidão vai atrás do milagre e não percebe que o que Jesus fez foi um sinal. O milagre é o espetacular, que nos maravilha e nos deslumbra como algo recebido de fora que queremos novamente. Nos dá algo, mas não necessariamente toca e transforma a nossa vida. Já o sinal aponta para algo mais além de si. Aponta para algo mais. Aí Jesus que cheguemos, no “mais”.

– Como posso seguir “mais” a Jesus?

– Como minha vida pode louvar “mais” ao Pai?

– Como ser mais dócil ao Espírito que me leva a sair de mim e amar?

Essas são perguntas que uma pessoa interpelada pelo sinal deixa fazer a si. São perguntas presentes na minha oração e na minha vida?

A multidão faz uma pergunta a Jesus, a partir do diálogo com Ele. “O que é que Deus quer que a gente faça?” Ao que Jesus responde: “Ele quer que vocês creiam naquele que ele enviou!” A fé é adesão ao Filho, entrega confiante a Ele. Quem adere vai atrás. Por isso, não há seguimento sem fé.

Na oração de hoje, peçamos ao Espírito que reaviva em nós o dom da fé. E que esse dom nos faça perceber os sinais de Deus presentes no nosso dia a dia e nos leve além em nossas vidas.

Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner.