Traição e livre-arbítrio
23 de março de 2016Sou eu (João 18,1-19,42)
25 de março de 2016Leitura: Lucas 4, 16-21
Jesus foi para a cidade de Nazaré, onde havia crescido. No sábado, conforme o seu costume, foi até a sinagoga. Ali ele se levantou para ler as Escrituras Sagradas, e lhe deram o livro do profeta Isaías. Ele abriu o livro e encontrou o lugar onde está escrito assim: “O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo.” Jesus fechou o livro, entregou-o para o ajudante da sinagoga e sentou-se. Todas as pessoas ali presentes olhavam para Jesus sem desviar os olhos. Então ele começou a falar. Ele disse: — Hoje se cumpriu o trecho das Escrituras Sagradas que vocês acabam de ouvir.
Oração:
Nesta Quinta-Feira Santa, o evangelho de Lucas traz-nos Jesus em sua terra, participando da vida religiosa de seu povo. Quando Jesus lê o texto do profeta Isaías e afirma que esse texto alude a si mesmo, dá a conhecer, de uma vez por todas, sua missão e a presença do Espírito em seu agir.
Como estamos na Semana Santa, vale a pena refletir pensando que a missão de Jesus está ligada ao seu desfecho; é ela que o leva à cruz. Se tivesse amenizado sua mensagem, ou recusado prosseguir, teria preservado sua vida; mas, ao experimentar a intimidade com o Pai e sentir-se por Ele profundamente amado, não pôde fazer outra coisa senão cumprir o que Isaías já previra.
Sim! Só quem se sente profundamente amado consegue levar a cabo as tarefas mais bonitas e difíceis. Hoje posso me perguntar na oração: sinto-me como Jesus, o Filho tão amado, em quem Deus encontrava sua alegria (Mt 3, 17)?
Guiados pelo Espírito, somos chamados a olhar para nossa vida: sou continuador da missão? Minha vida é sinal de boa notícia ou de má notícia para os pobres e excluídos? Minha presença oferta mais liberdade ou mais aprisionamento àqueles que me rodeiam, seja na família, no trabalho ou nos ambientes de estudo? Meu agir é luz na vida do outro ou nubla, turva e cega? Em minhas relações nas comunidades de fé e na Igreja, sou aquele cuja palavra aproxima os sedentos de Deus ou minhas atitudes são para mantê-los em permanente êxodo?
Que a vivência desses dias santos nos ajude a ter a coragem e a força para sermos luz, boa nova e sinais de liberdade no mundo… peçamos a Jesus a serenidade e a paz para viver os momentos de abandono, de perseguição e de desentendimentos que a opção por ser profeta inevitavelmente traz.
João Gustavo H. M. Fonseca – Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte