É aquele que ia chegar? (Lucas 7,19-23)
16 de dezembro de 2015Deus ouviu a sua oração
19 de dezembro de 2015”Esta é a lista dos antepassados de Jesus Cristo, descendente de Davi, que era descendente de Abraão.
Abraão foi pai de Isaque, Isaque foi pai de Jacó, e Jacó foi pai de Judá e dos seus irmãos. Judá foi pai de Peres e de Zera, e a mãe deles foi Tamar. Peres foi pai de Esrom, que foi pai de Arão. Arão foi pai de Aminadabe, que foi pai de Nasom, que foi pai de Salmom. Salmom foi pai de Boaz, e a mãe de Boaz foi Raabe. Boaz foi pai de Obede, e a mãe de Obede foi Rute. Obede foi pai de Jessé, que foi pai do rei Davi.
Davi e a mulher que tinha sido esposa de Urias foram os pais de Salomão. Salomão foi pai de Roboão, que foi pai de Abias, que foi pai de Asa. Asa foi pai de Josafá, que foi pai de Jorão, que foi pai de Uzias. Uzias foi pai de Jotão, que foi pai de Acaz, que foi pai de Ezequias. Ezequias foi pai de Manassés, que foi pai de Amom, que foi pai de Josias. Josias foi pai de Jeconias e dos seus irmãos, no tempo em que os israelitas foram levados como prisioneiros para a Babilônia.
Depois que o povo foi levado para a Babilônia, Jeconias foi pai de Salatiel, que foi pai de Zorobabel. Zorobabel foi pai de Abiúde, que foi pai de Eliaquim, que foi pai de Azor. Azor foi pai de Sadoque, que foi pai de Aquim, que foi pai de Eliúde. Eliúde foi pai de Eleazar, que foi pai de Matã, que foi pai de Jacó. Jacó foi pai de José, marido de Maria, e ela foi a mãe de Jesus, chamado Messias.
Assim, houve catorze gerações desde Abraão até Davi, e catorze, desde Davi até que os israelitas foram levados para a Babilônia. Daí até o nascimento do Messias, também houve catorze gerações.”
O Evangelho de hoje mostra a genealogia de Jesus. É um convite para contemplar a história dele, e deixar que ilumine também a nossa. Aliás, não pertencemos à mesma história?
Ao escrever esta versão da genealogia de Jesus, Mateus quer mostrá-lo como o Messias esperado pelo Povo de Israel, descendente dos patriarcas Abraão, Isaac e Jacó, descendente de Davi. Por isso ele começa de Abraão, sendo que Lucas, com outro objetivo, vai de trás pra frente chegando a Adão.
Mateus escreve seu Evangelho por volta do ano 70 d.C., voltado para o Povo de Israel. Ele anuncia aos judeus que Jesus de Nazaré é o Messias. Um Cristo Crucificado não era algo tão fácil de acreditar para aqueles que esperavam o Messias Glorioso, o rei que herdaria o trono de Davi.
Ele mostra através de sua genealogia que esta ambiguidade que aparece na vida de Jesus, o Messias Crucificado Ressuscitado, está presente em toda a história do Povo de Israel, e nela Deus se manifestou, porque Ele é surpreendente e Sua salvação vem de onde menos se imagina.
Poderíamos imaginar a família de Jesus santa, perfeita, sem complicações, confusões nem tropeços. No entanto, sua genealogia é marcada pela ambiguidade. Nela há reis corruptos, politicagem, covardia, idolatria e o que mais possa marcar a condição humana pecadora.
Todas as mulheres citadas aí têm histórias irregulares, que saem do que se poderia esperar. Tamar era nora de Judá e teve que se disfarçar de prostituta para seduzi-lo e que ele cumprisse a lei da época de casar com ela para gerar descendentes. Raabe, mãe de Boaz, foi uma prostituta. Rute, uma estrangeira (quando o povo não é muito aberto a isso, devido aos outros deuses dos povos fora de Israel). Salomão foi filho de um adultério e de um homicídio, cometidos pelo amado rei Davi com a que era mulher de Urias. E Maria, grávida antes de completar o casamento com José, apontado no texto como “marido” de Maria, não como pai de Jesus.
É assim que Deus age: na nossa história, com tudo o que há nela. Com o que gostamos e com o que não gostamos, com aquilo do que nos orgulhamos e com aquilo do que nos envergonhamos. Com os altos e baixos. Com as forças e fraquezas. Com o regular e o irregular. Com o certo e o torto. Com a virtude e o vício. Com a fidelidade e o pecado. E porque o Filho assume tudo isso é que Ele nos redime e nos dá a possibilidade de viver uma vida nova, em meio ao que ainda são sombras e trevas.
Olhando para a história dele, oferecer-lhe também a nossa genealogia. Quantos pontos difíceis de aceitar na nossa própria família! Quais são minhas mágoas? Quais são minhas sombras? Qual é meu calcanhar de Aquiles familiar? O que marca a minha história e eu herdo talvez sem querer, talvez até rejeitando? Quais os traumas?
Dialogar com o Senhor sobre tudo isso, perguntando-lhe também como acolheu, aceitou, abraçou e transformou a sua história que é a nossa.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner.