“Fazendo chover, mostras o teu cuidado pela terra e a tornas boa e rica”
13 de julho de 2014E você, toma o caminho da vida? (Mateus 11,20-24)
15 de julho de 2014“‘Não pensem que eu vim trazer paz à terra; eu não vim trazer a paz, e sim a espada.
De fato, eu vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares.
Quem ama seu pai ou mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim.
Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim.
Quem procura conservar a própria vida, vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la.
Quem recebe a vocês, recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.
Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta. E quem recebe um justo, por ser justo, receberá a recompensa de justo. Quem der ainda que seja apenas um copo de água fria a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, eu garanto a vocês: não perderá a sua recompensa.’
Quando Jesus terminou de dar essas instruções aos seus doze discípulos, partiu daí, a fim de ensinar e pregar nas cidades deles.”
Paz é uma palavra que costumamos associar ao seguimento de Jesus. De fato, a paz é um fruto do Espírito. Mas de que paz se trata? Costumamos confundir com “tranquilidade”. No entanto, o próprio Jesus foi perseguido constantemente, enfrentou conflitos e até confrontos, foi criticado, insultado, até o ponto de ser morto. Não é esta então a paz que Ele oferece. E para acabar de vez com esta confusão que pode nos deixar acomodados em nosso canto, neste Evangelho Ele radicaliza: “Não pensem que eu vim trazer paz à terra; eu não vim trazer a paz, e sim a espada.”
Senhor, do que Você está falando? – perguntar-lhe em nossa oração. “De fato, eu vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares.” Quando fazemos opções concretas na nossa vida pelo seguimento do Senhor, a perseguição vem. E começa dos mais próximos de nós. Os familiares de Jesus também não o compreenderam. Há uma passagem em que são eles os primeiros a falar que estava louco. Quando tive a primeira experiência forte do Amor de Deus, num retiro do Verbum Dei, as opções que decorreram daí, entre elas esvaziar o guarda-roupa, fizeram minha mãe dizer o mesmo. Só depois ela se abriu e começou a seguir também. No entanto, tenho amigos cujas mães nunca chegaram a se abrir. Também passei pelo enfrentamento da decepção do meu pai, quando o discernimento da missão de vida levou-me a um caminho diferente da “carreira de sucesso” que ele havia sonhado pra mim. Podemos na oração de hoje reconhecer como dom de Deus os enfrentamentos vividos em decorrência de opções pelo Evangelho, e agradecer a Ele por nos fortalecer e sustentar nosso “sim” nestes momentos. Mas também aproveitar este versículo para uma revisão: se a vida estiver tranquila demais ultimamente, apenas com “concordâncias”, será que nosso seguimento não estará morno? E pedir ao Senhor a graça de escutar o Seu chamado e discernir as opções que vêm dele.
Pois amar a Ele sobre todas as coisas e pessoas, tê-lo como O Senhor das nossas vidas traz uma cruz. Ir atrás de Jesus é segui-lo no Calvário também. Qual é a minha cruz, Senhor? Como a tenho assumido e carregado? De um jeito redentor? Com Você ou solitariamente? Como Você me ensina a fazê-lo?
Quem procura conservar a própria vida, vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. Quantas vezes a gente vai atrás das “seguranças” da vida, como se elas nos trouxessem vida! – o dinheiro; os seguros; as “garantias” de um relacionamento… Este “vai perdê-la” de Jesus não é para um futuro. Já experimentamos que ficamos sem vida, sem vitalidade quando buscamos a vida nestas coisas. Qual o chamado? Buscar o Senhor como nossa fonte de vida, mesmo que o Seu seguimento nos faça “perder” a vida em muitos momentos, seja nas perseguições já faladas, seja em algumas renúncias, opções que no momentos nos custem – e custam porque mexem na nossa vida concretamente. A Vida que experimentaremos daí é muuuuito maior. Mas só experimenta quem arrisca.
Na segunda parte deste Evangelho, Jesus fala da acolhida do discípulo como a Ele mesmo. De fato, quem o segue se configura com Jesus, e Ele mesmo vive em nós pela Eucaristia feita vida na nossa vida. Que bonito poder ser presença do Senhor onde estivermos! E que bonito acolher quem vem a nós como presença dEle também, especialmente se viver em nome dEle! A fraternidade é a maior recompensa que podemos receber.
Peçamos então ao Espírito que nos fortaleça no seguimento de Jesus, para que ele não seja morno, “paz de cemitério”, mas que seja intenso e nos faça viver a verdadeira paz, que nada nos tira, mesmo que nos suponha a vida..
Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner