A Irmã Morte
2 de novembro de 2015Deixar tudo o que tem
4 de novembro de 2015Leitura: Lucas 14,15-24
Um dos que estavam à mesa disse para Jesus:
— Felizes os que irão sentar-se à mesa no Reino de Deus!
Então Jesus lhe disse:
— Certo homem convidou muita gente para uma festa que ia dar. Quando chegou a hora, mandou o seu empregado dizer aos convidados: “Venham, que tudo já está pronto!”
— Mas eles, um por um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse ao empregado: “Comprei um sítio e tenho de dar uma olhada nele. Peço que me desculpe.”
— Outro disse: “Comprei cinco juntas de bois e preciso ver se trabalham bem. Peço que me desculpe.”
— E outro disse: “Acabei de casar e por isso não posso ir.”
— O empregado voltou e contou tudo ao patrão. Ele ficou com muita raiva e disse: “Vá depressa pelas ruas e pelos becos da cidade e traga os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.”
— Mais tarde o empregado disse: “Patrão, já fiz o que o senhor mandou, mas ainda está sobrando lugar.”
— Aí o patrão respondeu: “Então vá pelas estradas e pelos caminhos e obrigue os que você encontrar ali a virem, a fim de que a minha casa fique cheia. Pois eu afirmo a vocês que nenhum dos que foram convidados provará o meu jantar!”
Oração: Felizes os que não vivem de desculpas
Acreditamos no Reino de Deus e vivemos a expectativa de participar dele. Sabemos quão felizes devem ser aqueles que se sentam à mesa no Reino de Deus. Apesar disso, quando Jesus nos chama ao seu convívio, à grande festa que nos preparou e nos espera, escolhemos pertencer ao mundo. Uns preferem aproveitar os bens que foram comprados, outros querem se dedicar ao trabalho, outros ainda são apegados às relações deste mundo, não sendo capazes de renunciá-las para firmarem relações no outro mundo.
São diversas as desculpas esfarrapadas que distorcem o sentido de nossa vida. Há nisso uma grande incoerência, pois se sabemos que nosso tesouro está no Reino de Deus, por que preferimos aquilo que nos é passageiro neste mundo? Se sabemos que há uma grande festa à nossa espera, por que ainda não conseguimos vencer nossa miséria e indignidade deste mundo?
A parábola nos revela que somente os pequeninos aceitaram o convite do dono da grande festa. Logo, fazer-se pequenino realmente deve facilitar o desapego e a renúncia. Somente os excluídos deste mundo aceitaram o convite. Então excluir-se deste mundo deve facilitar a ida à grande festa. Precisamos participar logo da vida do Reino, onde devem ser felizes os que se sentam à mesa!
Deus nos chama a todos, e há aquela que nos ensinou como bem aceitar o convite que transforma a existência. Hoje é dia de pensarmos no Sim de Maria, que se apequenou, fez-se serva do Senhor, e se prontificou a uma das vagas no Reino (Lucas 1,26-38). Com ela, aprendamos a coerência de vivermos aquilo que acreditamos, sem receios, mesmo que isso nos demande acreditar no mais improvável, no impossível.
Marcelo H. Camargos. Acadêmico de medicina na UFMG e membro da Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte-MG.