Festa da Natividade de Maria
8 de setembro de 2015Amar sem medida
10 de setembro de 2015Leitura: Lucas 6, 20-26
Jesus olhou para os seus discípulos e disse: “Felizes são vocês, os pobres, pois o Reino de Deus é de vocês. Felizes são vocês que agora têm fome, pois vão ter fartura. Felizes são vocês que agora choram, pois vão rir. Felizes são vocês quando os odiarem, rejeitarem, insultarem e disserem que vocês são maus por serem seguidores do Filho do Homem. Fiquem felizes e muito alegres quando isso acontecer, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês. Pois os antepassados dessas pessoas fizeram essas mesmas coisas com os profetas. Mas ai de vocês que agora são ricos, pois já tiveram a sua vida boa. Ai de vocês que agora têm tudo, pois vão passar fome. Ai de vocês que agora estão rindo, pois vão chorar e se lamentar. Ai de vocês quando todos os elogiarem, pois os antepassados dessas pessoas também elogiaram os falsos profetas”.
Oração:
O evangelho de hoje nos traz as famosas bem-aventuranças. Como não estranhar os contrastes que Jesus traz? Felizes os pobres, os que têm fome, os que choram, os odiados, rejeitados, insultados, chamados de maus… Ai dos ricos, dos que têm tudo e não passam fome, dos que agora riem e são elogiados… as correlações de Jesus são irreais diante do que vemos, não fazem sentido se olhamos para as nossas realidades.
O que eu vejo, Jesus, são os pobres, com fome, chorando. Vejo os odiados e rejeitados sendo insultados e chamados de maus… nada de felicidade por aqui. E os ricos, vejo-os rindo, fartos e elogiados… meritocracia. Na oração, você sempre me diz para lutar contra isso tudo, pois é tudo contra a sua vontade.
Então, Jesus, ajuda-me a entender melhor o tipo de pobreza que me pode alegrar. Que tipo de perseguição é sinal de alegria? E que tipo de riqueza, saciedade e elogio é mau sinal?
Olho para a sua vida, Jesus, e daí entendo. Você não nasceu em palácio; teve de trabalhar; quando saiu para pregar, foi seguido por pescadores; não tinha riqueza que lhe desse prestígio. Sua pobreza, a tristeza que sentia quando via as multidões como ovelhas sem pastor e a perseguição que sofria sempre empurraram você e seus discípulos para a consciência perfeita, que revela que só somos amparados de verdade pelo Pai. Sua vida e a dos seus seguidores não permitiam que vocês se enganassem. Não, vocês sempre dependeram do Pai. Essa é a alegria que só os que confiam podem ter! A alegria de não viver um grande engano e de se sentir amado.
Ao contrário, os ricos, muitos deles perseguidores, viveram sem fome, sem sede e sem perseguição. Nunca enfrentaram a incerteza, o medo, a tristeza mais óbvia. Por outro lado, também não se confiaram ao Pai e viveram, assim, uma vida de engano, pois é isso a vida sem o amor.
Por isso pedimos a você, Jesus, que em nossas fomes e saciedades, dificuldades e facilidades, gozos e desolações, sorrisos e lágrimas, promoções e perseguições, sempre haja a consciência clara da nossa pequenez, que não é sinal de mazela, mas de alegria, pois cabemos nas mãos do Pai.
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte