“O teu povo fez nessa terra o seu lar; com a tua bondade, cuidaste dos pobres.”
1 de setembro de 2019“Ó Deus, cria em mim um coração puro e dá-me uma vontade nova e firme!”
15 de setembro de 2019Espírito Santo, unge-me neste encontro com a Palavra.
Espírito Santo, faze-me testemunha do poder da Palavra.
Espírito Santo, instrui-me através da Palavra
Espírito Santo, leva-me a viver e a anunciar a Palavra junto com meus irmãos.
Amém.
TEXTO BÍBLICO: Lc 14.25-33
As condições para ser seguidor de Jesus
Mateus 10.37-39
25Certa vez uma grande multidão estava acompanhando Jesus. Ele virou-se para eles e disse:
26 — Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo. 27Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar. 28Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá. 29Se não fizer isso, ele consegue colocar os alicerces, mas não pode terminar a construção. Aí todos os que virem o que aconteceu vão caçoar dele, dizendo: 30“Este homem começou a construir, mas não pôde terminar!”
31 — Se um rei que tem dez mil soldados vai partir para combater outro que vem contra ele com vinte mil, ele senta primeiro e vê se está bastante forte para enfrentar o outro. 32Se não fizer isso, acabará precisando mandar mensageiros ao outro rei, enquanto este ainda estiver longe, para combinar condições de paz.
Jesus terminou, dizendo:
33— Assim nenhum de vocês pode ser meu discípulo se não deixar tudo o que tem.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
1. Que condições Jesus impõe à multidão para segui-lo?
2. Que mensagem quer dar-lhes com o exemplo da construção da torre?
3. E o que lhes quer dizer com o exemplo do rei que parte para a batalha?
4. Quanto e ao que se deve renunciado para seguir Jesus e por quê?
Algumas pistas para compreender o texto:
*Mons. Damian Nannini (Dom Damián Nannini é bispo da Diocese de San Miguel (Argentina); licenciado em Sagrada Escritura pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma.)
O relato começa fazendo referência a uma multidão que caminha com Jesus. Podemos dizer que são os que escutaram o chamado para entrar pela porta estreita, para comprometer-se com Jesus, e começam a responder, pondo-se em movimento. Entretanto, é preciso levar em conta também a parábola imediatamente anterior (Lc 14.15-24), onde os convidados à boda desprezaram o convite, pois não souberam valorizá-lo e, por isso, desculparam-se por razões econômicas ou familiares. Ou seja, estas coisas detêm-nos e impedem-nos entrar pela porta estreita; daí as exigências que se seguem.
Os ouvintes não são ainda discípulos, todos eles, mas são chamados a sê-lo. O que lhes falta é aceitar e viver as condições do seguimento de Jesus, que ele mesmo lhes explicará em seguida.
De fato, os versículos 26 e 27 expressam as exigências necessárias para “ser discípulo”. E quais são as condições necessárias?
A primeira é amar Jesus acima de qualquer outro vínculo humano, em particular os mais íntimos, como são os vínculos familiares (pai, mãe, filhos, irmãos).
Em seguida, é preciso amar Jesus mais do que a si mesmo, mas do que a própria vida.
Em terceiro lugar, carregar a própria cruz e segui-lo.
Se não se dão estas três condições, não se pode ser discípulo de Jesus.
Vistas estas exigências, não será prudente refletir desde já, antes de decidir-se a dar semelhante passo? A resposta a esta última pergunta encontra-se nos versículos 28-32, que trazem duas breves parábolas com uma mesma mensagem fundamental: mister se faz refletir antes de decidir-se a seguir o Senhor depois de haver escutado da boca do próprio Jesus as renúncias que isso implica. Não é prudente nem sábio começar e em seguida deixar a meio caminho. Portanto, não se pode fazer a opção nem forma precipitada, nem de maneira incompleta. É tudo, ou nada; e para sempre.
A perícope encerra-se no versículo 33, com a apresentação de outra condição para ser discípulo de Jesus: estar disposto a renunciar a todos os bens, que, de certo modo, engloba as três anteriores, visto que neste contexto, o termo “bens” refere-se a tudo o que a pessoa possui ou busca possuir: vínculos e afetos; a própria vida, o bem-estar, o material.
O que o Senhor me diz no texto?
Não há dúvidas que o evangelho deste domingo nos apresenta mui claramente a estreiteza da porta pela qual somos chamados a passar, se quisermos, verdadeiramente, seguir Jesus, ser seus discípulos.
E é indubitável que a impressão que estas palavras de Jesus costumam provocar em nós é bastante negativa, pois elas assustam-nos, quase nos espantam. E a verdade é que Jesus não nos pede muito – pede-nos tudo. Ou melhor, pede-nos o primeiro e único lugar na ordem dos afetos. Jesus pede-nos que o amemos como a Deus, isto é, com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças. E a família? E a própria vida? E os bens? É lícito amá-los, mas de modo subordinado ao amor exclusivo que Jesus reclama. Para alcançar isto, é preciso primeiro renunciar afetivamente a tudo. Mais tarde recuperaremos tudo, mas desta vez já orientado ao amor de Cristo. Há um exemplo que nos pode ajudar a entender isto. É o que acontece quando passamos pelo controle em um aeroporto: temos de deixar de lado tudo o que levamos, a fim de passarmos pela “porta estreita” que detecta metais, enquanto nossas posses passam por aparelho que “escaneia” a bagagem. Depois de passar pela porta, recuperamos nossa bolsa com nossas coisas, já examinadas.
Com outras palavras: “Devemos perguntar-nos se estamos verdadeiramente dispostos a abandonar tudo e a esperar, de bom grado, toda a força unicamente de Deus, deixando que seja ele quem dispõe de toda a nossa vida. Abandonar não significa fugir para um deserto, mas, simplesmente, soltar os dedos aferrados a qualquer coisa que considero um ‘pertence’, a fim de oferecê-lo inteiramente ao Senhor” (P. G. Cabra).
É muito oportuno recordar aqui a frase magistral de São Bento, que resume bem o evangelho de hoje: “Nada antepor ao amor de Cristo”.
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
1. Que lugar ocupa o amor por Jesus em minha escala de valores?
2. Que afetos desordenados me impedem seguir radicalmente a Jesus?
3. Já experimentei alguma vez que, renunciando aos afetos descomedidos por Jesus, recupero-os depois, mas desta vez, harmonizados?
4. Já compreendi que devo seguir a Jesus carregando a cruz de meus limites e fragilidades?
5. Já refleti bem antes de decidir-me a seguir o Senhor por inteiro, como pede o evangelho de hoje?
O que respondo ao Senhor que me fala no texto?
Obrigado, Jesus, por teu amor.
Quero corresponder a ele com tudo o que sou,
com tudo o que tenho.
Concede-me ser fiel a ti, amar-te acima de tudo e mais do que a todos.
Quer renunciar ao que me desordena.
Dá-me tua coragem para carregar a cruz de minhas fragilidades, e seguir-te.
Completamente. Inteiramente.
Conto contigo, Jesus.
Amém.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, em minha vida, os ensinamentos do texto?
“Jesus, que eu te ame mais do que a todos, mais do que a mim mesmo, que tome minha cruz e te siga”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, proponho-me fazer uma renúncia concreta para deixar que o Senhor ordene meus afetos.
“O estilo cristão sem cruz não é cristão, e se a cruz é uma cruz sem Jesus, não é cristã. O estilo cristão toma a cruz com Jesus e segue em frente. Não sem cruz, não sem Jesus”.
Papa Francisco