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– Lc 5,27-32
“Eu não vim chamar os justos mas os pecadores.”
Leitura. O que diz o texto?
Estamos diante do chamado de Levi, o cobrador de impostos que se tornou o apóstolo e evangelista Mateus. Até aqui Jesus chamou para o seu grupo simples pescadores que deixaram as redes. Agora chama um pecador público, um publicano, odiado pelos judeus porque cobrava o imposto para o Império, colocando as mãos em moedas impuras. Os escribas e fariseus se opõem violentamente a Jesus, porque ele come e bebe com pecadores, ou seja, faz comunhão de mesa com eles.
Meditação. O que Deus nos diz através desse texto?
Todos somos Levi. Estamos sentados e preocupados com os afazeres da vida, quando Jesus chama. Nos chama na situação de vida em que nos encontramos. Até se estamos no pecado. É comum a sociedade fazer a dicotomia entre maus e bons, como se existissem pessoas completamente boas e outras completamente más. “Cidadão de bem” ou “pessoa do mal”, como dizem. Porém esquecem que dentro de nós existem juntos o joio e o trigo e há muito joio a ser queimado dentro de nós. Todos somos pecadores (1Jo 1,8). Jesus “não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva” (Ez 33,11).
Oração. O que o texto me faz dizer a Deus?
Perdoa-me, Senhor, pelas vezes que desprezei e fechei meu coração diante da fraqueza do outro, porque me achei melhor e mais puro. Que a minha oração seja como a oração do publicano da parábola: “Tende piedade de mim, ó Deus, porque sou um pecador” (Lc 18,13)
Contemplação. O que o texto faz em mim?
Deus nunca se cansa de perdoar. É um Pai Misericordioso sempre esperando seu filho voltar para o seu abraço (Lc 15). Não percamos a confiança, apesar de sermos pecadores.
O que o texto me sugere a viver?
Sentar à mesa do pecador não significa concordar com o pecado. Significa que juntos queremos fazer uma nova caminhada. Deus não desiste de nós, não quer nos destruir com um dilúvio, apesar dos nossos pecados. Ao contrário, “faz nascer o seu sol sobre maus e bons, faz chover sobre justos e injustos” (Mt 5,45). Assim também nós, sempre podemos apostar que há uma nova chance de recomeçar.
Diác. Glêvison Felipe Lourenço de Sousa*
*Diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG. Pós-graduado em Sagrada Escritura pelo Claretiano – Centro Universitário. Colaborador e residente na Paróquia São José – Vespasiano MG, Brasil