Consegue reconhecer os “talentos” confiados a você?
28 de agosto de 2021Ele me consagrou para anunciar a Boa nova…
30 de agosto de 202129.08.21 – 22o Domingo do Tempo comum – Dia do Catequista
Mc 7,1-8.14-15.21-23
Leitura: O que o texto diz?
O relato de hoje nos situa no centro da dinâmica cristã, no lugar onde o(a) seguidor(a) de Jesus, muitas vezes centrado(a) na lei, a partir de seu interior se abre (por impulso da memória de Jesus) à grande liberdade cristã na refeição e no amor. De fato, para muitos, sua relação com Deus se reduz ao cumprimento de algumas práticas religiosas, à participação em alguns ritos e festas, segundo as normas e tradições estabelecidas por sua própria religião. O ensinamento de Jesus liberta de muitas obrigações e orienta ao culto verdadeiro.
É uma mensagem que nos livra de tantas ataduras e ritualismos, da repetição mecânica de tradições e normas do passado, e orienta à novidade de um culto verdadeiro, a partir do coração. Marcos ressalta que os fariseus e alguns mestres da lei “se reuniram em torno de Jesus”. Não são pessoas interessadas em conhecê-lo. Como fiéis cumpridores da lei, já haviam percebido o perigo que Jesus representava por suas transgressões em relação ao sistema religioso. Vieram de Jerusalém, o centro do poder religioso, para investigar a conduta do Mestre de Nazaré. Tinham reconhecido as coisas extraordinárias que Ele fazia, e tinham tentado desacreditá-lo frente ao povo, atribuindo seus poderes ao “chefe dos demônios”. Querem criar ao redor de Jesus um cerco de suspeitas e rejeição.
Meditação: O que o texto me diz?
Jesus não rejeitou o culto religioso. O que Jesus fez foi deslocar o centro da religião e esse centro não está nem no templo e nem nas suas cerimônias, nem no sagrado e nem em seus rituais. O centro da experiência religiosa, para Jesus, está em fazer o que fez o mesmo Deus, que sempre “desce” e se aproxima de todos os seus filhos e filhas. Deus está presente em cada ser humano, seja quem for, pense como pense, viva como viva. Só reconhecendo esta realidade surpreendente e vivendo-a, como viveu o próprio Jesus, estaremos no caminho que nos leva ao centro do verdadeiro culto a Deus. Jesus nos coloca a todos diante deste dilema: o que vem em primeiro lugar, os ritos religiosos ou o compromisso com a vida dos mais vulneráveis e excluídos? O mais importante é o ritual religioso ou a experiência humana de encontro, convivência, serviço…?
Oração: O que o texto me faz dizer a Deus?
Deixe-se conduzir pelo Espírito; graças à sua presença, o caos interior se transformará em cosmos (beleza e harmonia) que se expressará em compaixão, perdão, tolerância, acolhida… Refleta: Sua vivência cristã está mais centrada no cumprimento de normas, ritos, leis… ou no serviço e cuidado para com os outros? Seu “culto” a Deus é expressão de um compromisso ou um rito vazio, assumido por imposição e medo? Sua experiência de encontro com Deus só se dá nos momentos de celebração ou no ritmo da vida? Converse com o Senhor sobre essas questões.
Contemplação: O que Deus, através do texto, faz em mim?
A impureza pode sair só de dentro, do centro da pessoa, do coração do ser humano. Isso impede a relação sadia com Deus, ferindo as relações humanas. O Senhor nos faz vez que o coração é capaz do melhor (compaixão, solidariedade, bondade, serviço, amor…) mas, quando petrificado e fechado, é capaz do pior (más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, devassidão, inveja, calúnia, orgulho…).
Ação: O que o texto me impulsiona a fazer?
Este evangelho nos impulsiona a buscar fazer do nosso coração lugar de bondade, serviço, amor e compaixão. Faz pensar também que precisamos ajudar nossos irmãos, sobretudos os que são rigorosas quanto a Lei e rituais, a ver o que é verdadeiramente um coração puro.
Equipe do Lectionautas