LEITURA: Lucas 4,16-21

Jesus foi para a cidade de Nazaré, onde havia crescido. No sábado, conforme o seu costume, foi até a sinagoga. Ali ele se levantou para ler as Escrituras Sagradas, e lhe deram o livro do profeta Isaías. Ele abriu o livro e encontrou o lugar onde está escrito assim: “O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo.” Jesus fechou o livro, entregou-o para o ajudante da sinagoga e sentou-se. Todas as pessoas ali presentes olhavam para Jesus sem desviar os olhos. Então ele começou a falar. Ele disse:

— Hoje se cumpriu o trecho das Escrituras Sagradas que vocês acabam de ouvir.

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ORAÇÃO

A Palavra de hoje, retirada da Missa do Crisma da Páscoa, pode ser notada em três aspectos: o envio, a missão e o encontro.

Jesus recebeu o Espírito do Senhor e foi consagrado pela unção, pelo óleo, de modo que estivesse confirmado, validado, autenticado, a apresentar a Palavra de Deus à humanidade. Notamos aqui o rito de envio do Cristo, que foi preparado para ser luz de Deus sobre o mundo.

A missão de Jesus se caracteriza pelo anúncio de uma Palavra Libertadora! É uma Palavra que começa e termina em libertação. Basta que notemos a sequência que demonstra a intenção da Palavra: libertar os presos, dar visão aos cegos e libertar os oprimidos. É uma intenção posta em sequência, porque podemos entender primeiro a necessidade de a Palavra libertar aqueles que estão imóveis, reclusos. Depois a Palavra deve ser capaz de dar novos olhos aos que antes estavam cegos, para poderem perceber uma realidade sem nuvens, inclusive de forma a notarem a tamanha opressão imposta pelo mundo. Por fim, a Palavra quer mais uma vez dar liberdade, mas agora quer libertar aqueles que sofrem o jugo do mundo. A Palavra Libertadora é salvação que nos vem de Deus e desponta a glória de Deus sobre o mundo.

Quando Jesus dá voz à profecia de Isaías, notamos então o cumprimento daquilo que estava escrito em tempos mais longínquos na vida de Jesus. É encontro do antigo com o novo; reunião da Palavra do Pai com a Palavra do Cristo. É a Palavra de Deus que esteve, está e permanecerá conosco.

Marcelo H. Camargos – Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte/MG