“Ele deu ao povo pão do céu, fazendo com que caísse o maná para eles comerem.”
5 de agosto de 2018Perseverar diante das barreiras
8 de agosto de 2018Leitura: Mateus 14, 22-36
Logo depois, Jesus ordenou aos discípulos que subissem no barco e fossem na frente para o lado oeste do lago, enquanto ele mandava o povo embora. Depois de mandar o povo embora, Jesus subiu um monte a fim de orar sozinho. Quando chegou a noite, ele estava ali, sozinho. Naquele momento o barco já estava no meio do lago. E as ondas batiam com força no barco porque o vento soprava contra ele. Já de madrugada, entre as três e as seis horas, Jesus foi até lá, andando em cima da água. Quando os discípulos viram Jesus andando em cima da água, ficaram apavorados e exclamaram:
— É um fantasma!
E gritaram de medo. Nesse instante Jesus disse:
— Coragem! Sou eu! Não tenham medo!
Então Pedro disse:
— Se é o senhor mesmo, mande que eu vá andando em cima da água até onde o senhor está.
— Venha! — respondeu Jesus.
Pedro saiu do barco e começou a andar em cima da água, em direção a Jesus. Porém, quando sentiu a força do vento, ficou com medo e começou a afundar. Então gritou:
— Socorro, Senhor!
Imediatamente Jesus estendeu a mão, segurou Pedro e disse:
— Como é pequena a sua fé! Por que você duvidou?
Então os dois subiram no barco, e o vento se acalmou. E os discípulos adoraram Jesus, dizendo:
— De fato, o senhor é o Filho de Deus!
Jesus e os discípulos atravessaram o lago e chegaram à região de Genesaré. Ali o povo reconheceu Jesus e avisou todos os doentes das regiões vizinhas. Então muitas pessoas levaram doentes a ele, pedindo que deixasse que os doentes pelo menos tocassem na barra da sua roupa. E todos os que tocavam nela ficavam curados.
Oração:
O evangelho que a Igreja propõe para a oração de hoje permite que olhemos para nossa mente e nosso coração para perceber a fé que temos e a fé que nos falta ainda, inspirados pela atitude de Pedro.
Os discípulos estão no meio das águas… as águas estão agitadas e balançam o barco onde se encontram… Jesus aparece-lhes andando sobre essas águas. A imagem é muito incomum, inesperada, por isso, pensam que só pode ser um fantasma. Por que anda sobre as águas Jesus?
Para aquele povo, as águas representavam o caos, o que é mau. Não havia tecnologia como a atual, a provar que debaixo da água, no escuro da profundidade do mar e dos rios, há vários relevos, uma flora e uma fauna específicas. As águas eram o mistério e, como faziam perder-se tantas pessoas, eram símbolo do que não se pode entender, dominar… as águas ameaçavam. Hoje, no início da oração, posso colocar-me no meio do barco, com os amigos de Jesus. Olho para fora: está escuro; é noite; as águas, muito fortes, balançam o barco; estou no meio da travessia, no meio da vida; não vejo as margens; sinto o vento. Quais são os ventos que balançam minha vida hoje? Quais são as águas que parecem querer virar o barco com o qual atravesso a vida? Quem está comigo, sentindo também a ameaça? Sentimos medo? Temos confiança?
Jesus vem caminhando sobre as águas. É preciso o olhar da fé para percebê-lo. Ele vem. Aproxima-se. Assim como causou medo em seus discípulos, que pensaram que se tratava de um fantasma, a presença de Deus, em nossa vida, pode causar espanto. Porque Ele subverte, não está condicionado como nós… nossas limitações não O limitam… Ele anda sobre as águas… o que nos parece mau, caótico, ameaçador, insuperável, vacilante… é chão firme para Ele. Jesus vem caminhando sobre as águas.
Podemos rezar com a conversa entre Jesus e Pedro. Jesus, quando Pedro começa a afundar, repreende: diz que seu amigo tem fé muito pequena. Jesus foi bem provocativo, mas Pedro tinha muita fé. Ora, quando Jesus se aproximava e dizia que não deveriam temer, pois era ele, Pedro havia respondido: “Se é o senhor mesmo, mande que eu vá andando em cima da água até onde o senhor está”. Quem de nós, em mar revolto, tem coragem de pôr os pés nas águas agitadas, com o vento, na escuridão, confiante de que vale a pena arriscar-se para tocar Deus? Não preferiríamos ficar na barca, com os balanços, esperando que Deus faça todo o percurso? Pedro teve essa coragem. Depois, vacilou, é verdade; mas teve coragem. E a coragem que teve permitiu que abraçasse Jesus sobre as águas e que entrasse com ele novamente no barco.
Peçamos ao Espírito que nos dê a coragem de Pedro. Que tenhamos humildade para viver nossa coragem, que tantas vezes titubeia, como a de Pedro. Pedro pede socorro… nós também pedimos. Jesus brinca: que fé pequena! Mas nós olhamos para ele e sabemos que há muita fé quando resolvemos molhar o pé na água agitada pelo vento. Ele também sabe disso e nos abraça sobre as águas. O vento se acalma. O risco ao qual nos dispomos faz os outros verem: Ele é o filho de Deus!
João Gustavo H. M. Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte