Dá-me de beber
12 de março de 2023“Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim?
14 de março de 202313 de março de 2023, 2ª feira da 3º semana da Quaresma.
“Em verdade, vos digo que nenhum profeta é aceito em sua própria terra (Lc 4,24)”
Leitura: O que o texto diz?
Enquanto pregava na sinagoga, Jesus exorta o povo afirmando que nenhum profeta é compreendido e aceito na sua própria pátria, dito isso, ele recorda o que ocorreu com os profetas Elias e Eliseu, os quais diante de situações extremas, suas exortações não foram ouvidas em sua própria nação, entretanto só obtiveram acolhimento e compreensão em terras estrangeiras. Diante de tal situação, o povo que escutava Jesus, o expulsaram da cidade e alimentavam o desejo de atirá-lo do precipício, fazendo-se repetir o que por muitas vezes aconteceu na história do povo de Israel: A repressão e a indiferença para com o profeta suscitado por Deus do meio do povo.
Meditação: O que Deus nos diz através do texto?
Desde o antigo testamento, o povo de Deus sempre teve grandes dificuldades para acolher aquilo que os profetas, escolhidos pelo próprio Deus, proclamavam. O próprio Deus afirmou a Moisés que que Israel era um povo de cabeça dura (Ex 32,9). Com Jesus não foi diferente, pois os judeus apegavam-se tanto ao rito, que se esqueciam do porquê ele existia, e quando Jesus traz uma ressignificação do sentido da Lei em si, do motivo pelo qual ela existe, traz consigo diversas críticas aos fariseus, principalmente, e suas práticas piedosas que na maioria das vezes não passavam de meros cumprimentos de preceitos. Muitas vezes nos sentimos tão autossuficientes, que achamos que não precisamos de Deus. Muitas vezes rejeitamos e crucificamos nossos líderes porque queremos ser donos da verdade, incapazes de aceitar uma crítica que nos ajude a crescer em comunidade. A incompreensão do povo de Israel levou Jesus à morte de cruz .
Oração: O que o texto me leva a dizer?
Movidos por essa palavra, peçamos a Deus a graça da docilidade de coração para sejamos acolhedores e compreensivos com nossos pastores que nos ajudam a caminhar progressivamente em comunidade e em unidade.
Contemplação: O que o texto faz em mim?
Muitas vezes o nosso coração está petrificado, insensível à voz de Deus e de seus profetas. Que nesse momento possamos abrir espaço para a ação de Deus, que ele retire do nosso peito o coração de pedra e nos dê um coração de carne (Ez 36), dócil a escutar e acolher a vontade do pai.
Ação: O que o texto me sugere a viver?
Fortificados pela palavra de Deus, busquemos todos os dias rezar por nossos pastores, desde os líderes paroquiais até o santo padre, o papa. Ao invés de condenar e desprezar, sejamos acolhedores e solícitos, pois eles são verdadeiros instrumentos que nos conduzem à Deus em comunidade e em unidade.
Francisco Herbert Ferreira de Lima -Leigo consagrado do Instituto religioso Nova Jerusalém