Convite ao Amor Fraterno (Mt 5,38-42)
15 de junho de 2015O caminho do perdão
18 de junho de 2015Leitura: Mateus 6,1-6.16-18
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus. Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, de modo que, a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Ao contrário, quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa. Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo: Eles já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”.
Oração:
Na oração de hoje, chama a minha atenção a palavra “recompensa”. Jesus fala de duas recompensas e dá a entender que, independentemente de como hajamos, não se pode ter as duas. É uma… ou outra.
Uma das recompensas vem dos homens: o reconhecimento, pela sociedade, das nossas boas ações; o elogio por nossa eficiência; sermos tidos em alta conta por nossa fé e bom agir… Porque esses resultados me impediriam de receber a recompensa do Pai?
Na oração, lembro-me de Jesus dizendo que não se acende uma lâmpada para escondê-la, e que a nossa luz – que deve brilhar – dá glória ao Pai (Mt 5, 13-16). Começo a entender que Jesus está preocupado com o que vai dentro do coração. Não é ruim que haja elogios, que haja evidência… é muito ruim, porém, se eu me motivar por isso. “Só para serdes vistos por eles”… “Para serem vistos pelos homens”… “Para serem elogiados pelos homens”… Isso, o que me move, é a chave. E Jesus fala, no fundo, de algo justo: eu chego à recompensa que busco.
No entanto, se não é a visão exterior que eu busco, se eu escondo da mão direita o que faz a esquerda, se eu perfumo a cabeça e me tranco no meu quarto, mesmo que se veja a ação da minha mão esquerda, mesmo que vejam a palidez por debaixo da cara limpa, mesmo que entrem no quarto onde eu rezo, eu recebo do Pai a recompensa. Porque foi a recompensa do Pai que eu busquei.
Jesus me diz que eu terei o que eu procurar. Nesse caso, eu imagino que ele fale como se eu devesse preferir o caminho da discrição e receber a recompensa do Pai porque ele mesmo escolheu esse caminho e foi feliz nele; muito mais do que poderia ter sido em quaisquer outros caminhos. E ele, que não descreveu qual e como é a recompensa do Pai, na oração vai explicando que não é outra coisa senão a intimidade, o silêncio que permite dizer e escutar, a troca de olhar no sofrimento e, em cada contexto, bom ou ruim, ouvir: “Você também é meu filho amado, em quem eu descanso” (Mt 3, 17).
João Gustavo Henriques de Morais Fonseca – graduando em Direito na UFMG e membro da Família Verbum Dei de BH