O seguimento de Jesus ( LC 5,1-11)
6 de setembro de 2018“O que nela foi gerado vem do Espírito Santo
8 de setembro de 2018Algumas pessoas disseram a Jesus:
— Os discípulos de João Batista jejuam muitas vezes e fazem orações, e os discípulos dos fariseus fazem o mesmo. Mas os discípulos do senhor não jejuam.
Jesus respondeu:
— Vocês acham que podem obrigar os convidados de uma festa de casamento a jejuarem enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar!
Jesus fez também esta comparação:
— Ninguém corta um pedaço de uma roupa nova para remendar uma roupa velha. Se alguém fizer isso, estraga a roupa nova, e o pedaço de pano novo não combina com a roupa velha. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Não. Vinho novo deve ser posto em odres novos. E ninguém quer vinho novo depois de beber vinho velho, pois diz: “O vinho velho é melhor.”
Peçamos ao Espírito Santo que nos dê o suporte necessário para bem aproveitarmos a mensagem que o texto, proposto para hoje, nos traz.
“Ninguém quer vinho novo depois de beber vinho velho”.
Minha atenção, na oração de hoje, se voltou completamente para esta afirmação de Jesus.
Naquela época, certamente os vinhos envelhecidos eram bem superiores aos vinhos novos. O envelhecimento do vinho faz com que diversos de seus elementos sejam suavizados e se tornem mais palatáveis ou, por outro lado, evoluam e se tornem mais complexos e mais ricos em detalhes, seja na coloração, no aroma ou no sabor.
Atualmente, há vinhos que são fabricados para serem consumidos ainda jovens, sem passarem pelo processo de um bom envelhecimento. Caso se demore muito para serem consumidos, perdem a qualidade. Então, não correspondem à afirmação de Jesus.
Minha atenção se voltou para esta afirmação, porque eu sempre associei o anúncio de Jesus ao que era novo, porém, agora, eu fiquei me perguntando: mas se o anúncio de Jesus é o que há de melhor, como podemos compará-lo ao vinho novo, uma vez que o vinho envelhecido supera o novo?
Então, percebo que a questão é outra. Jesus está falando sobre a predisposição para receber e desfrutar o que o momento nos apresenta e requer de nós. Quando o noivo está presente, o momento é de alegria; quando ele parte, o momento é de tristeza e saudade.
Saberemos apreciar o vinho envelhecido em tudo que ele tem de bom e o potencial de um vinho novo, quando um ou outro nos for apresentado?
Temos a tendência a nos acomodarmos e darmos preferência ao que já conhecemos. Neste sentido, aceitar o vinho novo, mesmo que já estejamos acostumados ao vinho envelhecido, é um esforço que devemos fazer para não ficarmos na mesmice que não dá oportunidade às mudanças necessárias.
Se não queremos mudar nada ou se desejamos mudar tudo, é melhor acender um sinal de alerta. Possivelmente não estamos fazendo um bom discernimento.
Em nosso momento de oração, podemos trazer para Jesus aquelas coisas que nos incomodam e questioná-lo a respeito, assim como aquelas pessoas fizeram. É bonito perceber este detalhe no texto. Aquelas pessoas tratam diretamente com Jesus. Elas não fazem como, em muitas outras passagens, percebemos os fariseus fazerem.
Quando nos dirigimos diretamente a Jesus, principalmente se orientados pelos textos das escrituras, podemos ouvir sua voz que nos salta das mesmas escrituras. As palavras que lá estão são palavras de vida e podemos aproveitá-las para discernir sobre o que precisamos entender.
Que o Espírito Santo nos oriente para recebermos o vinho novo em odres novos e o vinho envelhecido em odres velhos. Que nada de bom se perca por não estarmos abertos a recebermos com alegria o que nos é enviado por Deus. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte