“O teu Reino é eterno, e tu és Rei para sempre”
19 de maio de 2019“Que é um simples ser humano para que penses nele? Que é um ser mortal para que te preocupes com ele?”
9 de junho de 2019PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Espírito Santo, derrama-te com força.
Espírito Santo, faze com que eu possa receber a Boa Nova.
Espírito Santo, concede-nos um novo Pentecostes
a fim de que possamos viver o Evangelho pessoalmente e em comunidade.
Amém.
TEXTO BÍBLICO: Lc 24.46-53
Jesus aparece aos discípulos
Mateus 28.16-20; Marcos 16.14-18; João 20.19-23; Atos 1.6-8
46Jesus disse:
— O que está escrito é que o Messias tinha de sofrer e no terceiro dia ressuscitar. 47E que, em nome dele, a mensagem sobre o arrependimento e o perdão dos pecados seria anunciada a todas as nações, começando em Jerusalém. 48Vocês são testemunhas dessas coisas. 49E eu lhes mandarei o que o meu Pai prometeu. Mas esperem aqui em Jerusalém, até que o poder de cima venha sobre vocês.
Jesus é levado para o céu
Marcos 16.19-20; Atos 1.9-11
50Então Jesus os levou para fora da cidade até o povoado de Betânia. Ali levantou as mãos e os abençoou. 51Enquanto os estava abençoando, Jesus se afastou deles e foi levado para o céu. 52Eles o adoraram e voltaram para Jerusalém cheios de alegria. 53E passavam o tempo todo no pátio do Templo, louvando a Deus.
1. LEITURA
Que diz o texto?
ü Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
1. O que Jesus anuncia a seus discípulos e que está contido nas Escrituras?
2. Que missão os discípulos recebem?
3. O que os apóstolos vão receber e o que precisam fazer naquele intervalo de tempo?
4. O que faz Jesus e o que acontece com ele próprio?
5. Como reagem os discípulos?
ü Algumas pistas para compreender o texto:
Mons. Damian Nannini1
Hoje nos é oferecido como leitura o final do evangelho de Lucas, que termina com a ascensão de Jesus aos céus e com os apóstolos voltando a Jerusalém a fim de esperar a realização da promessa do Pai. Trata-se de um final “aberto”, porquanto exige sua continuação no segundo volume da obra de Lucas, que é o livro dos Atos dos Apóstolos.
Jesus Ressuscitado diz suas últimas palavras aos Onze apóstolos e aos que estavam reunidos com eles. Nestas últimas palavras, Jesus diz a seus discípulos que nas profecias do Antigo Testamento (“O que está escrito”) há três coisas sobre o Messias: 1) tem que padecer; 2) ressuscitar; 3) começando por Jerusalém, em seu nome se deve pregar a todas as nações.
A novidade de Lucas é apresentar a pregação a todas as nações como algo já preanunciado a respeito do Messias como profecia. Portanto, não somente a paixão e a ressurreição de Jesus fazem parte do desígnio salvífico do Pai revelado nas Escrituras, mas também a missão a todas as nações, a fim de anunciar-lhes o evangelho da salvação em Cristo. Por trás desta apresentação incomum, podemos descobrir a intenção de Lucas de despertar na Igreja o sentido missionário, pois tal foi desde sempre o desígnio do Pai contido nas Escrituras.
O conteúdo desta pregação apostólica é a conversão (metanoia) para o perdão dos pecados “no nome de Jesus”.
Desta vontade salvífica universal do Pai, segue-se o compromisso missionário dos Apóstolos, que aqui vem descrito com a categoria de testemunha: “Vocês são testemunhas dessas coisas”. Testemunha é aquele que viu e ouviu, que teve a experiência de que Jesus ressuscitou. Os Apóstolos, no livro dos Atos, são, principalmente, testemunhas da ressurreição do Senhor.
Contudo, a missão universal da Igreja e o testemunho dos apóstolos só serão possíveis pela ação do Espírito Santo. Por isso, Jesus ordena-lhes que permaneçam em Jerusalém, à espera do cumprimento desta promessa do Pai. Jesus deu-lhes, antes de partir, o mandato missionário. Muito em breve lhes dará a força, a “alma” que deve mobilizar a ação evangelizadora: o Espírito Santo.
Enquanto é elevado aos céus, Jesus abençoa os seus. Esta bênção, para alguns, tem o valor de uma despedida, de um adeus. Outros a consideram antes um gesto sacerdotal de Cristo, visto que no Antigo Testamento, o Sumo Sacerdote é apresentado abençoando desta maneira depois do sacrifício solene.
Os discípulos obedecem a Jesus e voltam a Jerusalém com alegria e perseveram no louvor a Deus.
O que o Senhor me diz no texto?
O mistério da Ascensão nos fala da glorificação da humanidade de Jesus que ingressa definitivamente no âmbito divino. A Ascensão é, portanto, a coroação do triunfo de Cristo; é o ponto de chegada definitivo de sua Ressurreição.
No entanto, ao mesmo tempo, é um triunfo para a humanidade, para todos os homens, porque o mistério da Ascensão tem suas consequências ou efeitos para todos nós. A primeira consequência é que nos abriu o caminho para o céu, para a vida eterna, uma vez que em sua humanidade, inclui todos os homens. Ou seja, graças a Jesus, o final de nosso caminhar por este mundo está no céu: ali está o final de nossa peregrinação terrena, depois de atravessar as fronteiras da morte.
A segunda consequência é que, a partir de sua glorificação ou ascensão aos céus, Jesus faz-se presente e age nos homens e na história por meio do Espírito Santo que opera nos sacramentos e anima a missão da Igreja.
A terceira consequência é que, segundo as próprias palavras de Jesus, com a efusão do Espírito, em Pentecostes, começa a missão da Igreja. Por isso, a esperança do cristão é uma esperança ativa. Não esperamos nossa glorificação definitiva de braços cruzados, mas em atitude de oração, junto a Maria e a toda a Igreja, para recebermos o Espírito Santo e continuarmos, também hoje, a Missão de Jesus. A este respeito, dizia o Papa Francisco: “Antes de se separar dos seus amigos, Jesus, referindo-se ao evento da sua morte e ressurreição, dissera-lhes: ‘Disto sois testemunhas’ (v. 48). Isto é os discípulos, os apóstolos são testemunhas da morte e da ressurreição de Cristo, naquele dia, também da Ascensão de Cristo. Com efeito, depois de ter visto o seu Senhor subir ao céu, os discípulos voltaram à cidade como testemunhas que com alegria anunciam a todos a vida nova que vem do Crucificado Ressuscitado, em cujo nome ‘se prega a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações’ (n. 47). Este é o testemunho — oferecido não só com palavras, mas também com a vida diária — o testemunho que todos os domingos deveria sair das nossas igrejas para entrar durante
a semana nas casas, nos escritórios, na escola, nos lugares de encontro e de divertimento, nos hospitais, nas prisões, nas casas para idosos, nos locais cheios de imigrantes, nas periferias da cidade… Devemos oferecer este testemunho todas as semanas: Cristo está conosco; Jesus subiu ao céu, está conosco; Cristo é vivo!” (Regina Coeli, 8 de maio de 2016).
Por fim, a solenidade da Ascensão reavia nossa Esperança e torna mais plena nossa alegria pascal. É um dia de glória, de vitória para Jesus e para todos os que creem. E é também um chamado firme ao compromisso missionário, a sermos testemunhas de Cristo Ressuscitado.
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
1. Que espero para minha vida depois da morte?
2. Creio realmente que Jesus me reserva um lugar junto a ele no céu?
3. Celebro a Ascensão do Senhor como um triunfo para todas as pessoas?
4. Aceito que o Senhor me tenha dado a missão de ser testemunha diante do mundo?
5. Reconheço a necessidade do Espírito Santo para ser testemunha de Jesus?
O que respondo ao Senhor que me fala no texto?
Obrigado, Jesus, por fazer-nos participar de tua Glória.
Faze-me ser teu seguidor, partilhando a esperança.
Que a alegria por tua Ressurreição jamais se acabe.
E ajuda-me a ser testemunha fiel de tua Páscoa.
Junto a meus irmãos, esperamos teu Espírito.
Queremos ser crentes que se empenham por teu Reino;
missionários dignos de fé onde quer que nos encontremos.
Jesus, contamos com tua ajuda e proximidade.
Amém.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, em minha vida, os ensinamentos do texto?
“Jesus, que eu possa comprometer-me ainda mais com a missão que me confiaste”.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, comprometo-me levar esperança, com um gesto concreto, a um ancião ou a um trabalhador.
“É a hora exigente do testemunho para que no nome de Cristo, ‘sejam pregados a conversão e o perdão dos pecados a todos os povos’”.
São João Paulo II