Anunciar o Reino e promover a paz em qualquer lugar (Mateus 10, 7-15)
7 de julho de 2016Vocês valem mais do que muitos passarinhos
9 de julho de 2016— Escutem! Eu estou mandando vocês como ovelhas para o meio de lobos. Sejam espertos como as cobras e sem maldade como as pombas. Tenham cuidado, pois vocês serão presos, e levados ao tribunal, e serão chicoteados nas sinagogas. Por serem meus seguidores, vocês serão levados aos governadores e reis para serem julgados e falarão a eles e aos não judeus sobre o evangelho. Quando levarem vocês para serem julgados, não fiquem preocupados com o que deverão dizer ou como irão falar. Quando chegar o momento, Deus dará a vocês o que devem falar. Porque as palavras que disserem não serão de vocês mesmos, mas virão do Espírito do Pai de vocês, que fala por meio de vocês.
— Muitos entregarão os seus próprios irmãos para serem mortos, e os pais entregarão os filhos. Os filhos ficarão contra os pais e os matarão. Todos odiarão vocês por serem meus seguidores. Mas quem ficar firme até o fim será salvo. Quando vocês forem perseguidos numa cidade, fujam para outra. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês não acabarão o seu trabalho em todas as cidades de Israel antes que venha o Filho do Homem.
Espírito Santo, que emana sabedoria e entendimento das coisas de Deus, venha nos ajudar a orar como convém.
Hoje, Senhor, você nos apresenta palavras muito duras. Até parece que você não quer ter amigos e seguidores. Quem deseja seguir um caminho que leva a tanto sofrimento?
Exatamente esta sua sinceridade me encanta. Você não é um mestre ou um pastor como muitos outros que conhecemos. Sua palavra é sempre verdadeira e, afiada, corta como uma espada.
Você deseja que todos te sigam, contudo, pretende que seja um seguimento livre, no qual o discípulo conheça todas as consequências do seguimento e adira a ele espontaneamente. Quem gosta de súditos, de seguidores cegos, são ídolos, que só enxergam a si mesmos e amam seu próprio poder. Você, porém, é um mestre que ama cada um de seus seguidores e quer que eles sejam livres e felizes.
Você já disse que a verdade nos liberta (Jo 8, 32) e hoje, com suas palavras duras, está nos libertando da ilusão de que há como combater as injustiças e desigualdades sem que se enfrente todos que se beneficiam delas.
Acontece, Jesus, que muitas vezes ficamos preocupados com o que vamos dizer. Muitas vezes, quando desejamos fazer justiça, equilibrar desigualdades, estabelecer a paz e somos questionados ou, até mesmo, injuriados, queremos dar respostas que satisfaçam nossos egos. Desejamos ser respeitados por uma imagem que fabricamos de nós mesmos. Aí buscamos palavras que façam sentido a uma lógica dos homens e, quase sempre, fracassamos na tentativa de responder com sabedoria. Nossas respostas não atingem o coração dos outros, são superficiais e se perdem no meio da discussão.
É muito legal que o Senhor venha nos dizer para não nos preocuparmos, pois Deus nos dará o que devemos falar.
Mas como isso acontecerá?
Entendo, Senhor, que estes momentos diários de conversa íntima, vão transformando o discípulo e fazendo-o compreender melhor como é o Reino que você nos convida a receber e nele entrar. Entendo, Senhor, que esta intimidade vai gerando no discípulo o mesmo desejo que o moveu enquanto caminhou sobre a terra. O discípulo, aos poucos, passa a agir como se fosse você agindo e falando. Suas palavras de amor, de compreensão, de misericórdia, de retidão e libertação passam a habitar o coração e a boca dos discípulos que compartilham momentos diários de intimidade com você.
De uma maneira muito simples, penso que podemos fazer uma analogia com exercícios de alongamento. Quanto mais relaxamos e respiramos corretamente, mais conseguimos alongar, pouco a pouco até que todo o músculo se alongue e alcançamos um ponto bem mais distante do que imaginávamos no início. Assim, proponho o nosso desafio para hoje: deixar que a palavra orada penetre profundamente em nosso coração e percebamos, no transcorrer do dia, nas decisões que teremos de tomar, Deus agindo e falando através de nós, ajustando o que nós pensamos ao que oramos.
Maria, mãezinha querida, acompanhe-nos em nossa jornada e nos indique o caminho que leva até seu filho. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte